Morning Call: bolsas globais sobem, mas falta de confiança desafia o Ibovespa

Cenário global: no exterior, é um consenso entre os investidores de que o Banco Central Europeu vai manter a atual política monetária expansionista na reunião de hoje, com estímulos através da compra de títulos e manutenção do juros próximo de zero por um período longo. A decisão será divulgada às 8h45 (horário de Brasília), seguida de entrevista da presidente Christine Lagarde, com foco em sua orientação sobre a inflação. Enquanto isso, a Covid continua sendo uma ameaça ao ritmo de retomada da economia global e não sai do radar.

Pelo terceiro pregão seguido as bolsas europeias operam em alta, prevalecendo os números positivos dos balanços corporativos em linha e acima das projeções, também há expectativa de que o Banco Central Europeu permanecerá “dovish” e este ambiente mais otimista favorece os ativos de risco que reagem de forma positiva. Das ações que compõem o índice europeu Stoxx 600 que divulgaram seus resultados até agora, 61% superaram as estimativas dos analistas, de acordo com o Refinitiv.

S&P 500 subia 0,19%, a 4.358 pontos; O índice pan-europeu STOXX 600 +0,89%, a 458,02 pontos; Em LONDRES, o índice Financial Times UK100 avançava 0,19%, a 7.011 pontos; Em FRANKFURT, o índice DAX subia 0,83%, a 15.551 pontos; Em PARIS, o índice CAC-40 ganhava 0,80%, a 6.516 pontos; Em MILÃO, o índice tinha valorização de 1,04%, a 24.933 pontos; Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrava alta de 1,24%; O petróleo tipo Brent em Londres avançava 1,00%, a 72,95 dólares por barril; Em TÓQUIO, o índice Nikkei permaneceu fechado; Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,83%, a 27.723 pontos; Em XANGAI, o índice ganhou 0,34%, a 3.574 pontos. .

Brasil: aqui, sem indicadores econômicos relevantes, o investidor e principalmente a mídia, ficam ligados no cenário político, de olho nas mudanças ministeriais em um momento delicado do governo, em movimento que vai trazer de vez o centrão para dentro do Palácio do Planalto, com o convite, já aceito, para o senador Ciro Nogueira (PP-PI) assumir a Casa Civil, e com isso, acalmar os ânimos em relação ao veto do fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado pela Câmara na LDO de 2022. Na verdade o que impacta o mercado neste sentido é a perda de confiança causada pelos ruídos políticos, pois são muitos desafios pela frente que vão desde a situação fiscal, reformas a serem aprovadas, CPI da Covid e eleição no ano que vem já causa transtorno na briga pelo retorno voto impresso. O resultado disso é que em julho o investidor estrangeiro já retirou R$ 5,46 bilhões da B3 e o fluxo cambial total no mês, até dia 16, está negativo em 1.086 bilhão de dólares. 

Dólar: ontem, voltou a registrar uma sessão de volatilidade, mas ao término do dia caiu e fechou abaixo de 5,20 reais, com investidores precificando na moeda a volta do apetite por risco no exterior, mas sem tirar do radar o noticiário de Brasília e dados econômicos locais.

Ibovespa: fechou em alta na quarta-feira, favorecido pela trajetória positiva em Wall Street e avanço dos preços do petróleo, com as ações do IRB Brasil se destacando com ganhos após a resseguradora reportar lucro líquido em maio. O IBOV  subiu 0,42%, a 125.929,25 pontos, com volume financeiro de R$ 24,5 bi. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos). Mais um dia de fluxo estrangeiro negativo na B3; na terça-feira, 20, saíram R$ 755,59 milhões. No acumulado de julho, o saldo é negativo em R$ 5,46 bilhões; no ano, positivo em R$ 42,55 bilhões.