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Análise

Morning Call: mercado de olho na queda-de-braço da PEC do auxílio emergencial

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje, os destaques de ontem e uma breve análise do índice Bovespa.

Destaques (José Falcão Castro):

No Brasil, o cenário político segue dominando, após uma guerra nos bastidores entre a equipe econômica e os políticos para derrubar a proposta de excluir o Bolsa Família do teto de gastos. A votação em segundo turno da PEC do auxílio emergencial fica para hoje, às 11h. Como o segundo turno da PEC acontece hoje, não se pode descartar alguma surpresa, uma nova queda-de-braço deve ser travada entre a equipe econômica e a classe política. Mas ao que tudo indica, os líderes entenderam a mensagem: a agenda de reformas e a austeridade fiscal continuam sendo o pilar para o mercado.  

A escalada da pandemia no país, que registrou o segundo dia seguido de recorde de óbitos, turva o cenário econômico para 2021 e o aperto nas restrições da atividade em vários estados pode pesar na retomada, com ritmo de vacinação ainda lento. Esses desdobramentos no lado fiscal e na economia real tendem a calibrar as expectativas em relação a Selic, com o Banco Central sendo a âncora para o comportamento dos ativos brasileiros. 

Os índices futuros das bolsas em Nova York operam em baixa deste o início da madrugada, acusando o receio de uma nova escalada dos juros dos Treasuries que tende a mudar uma parte do fluxo financeiro do mercado de ações para os títulos do tesouro americano por conta do aumento das taxas nos títulos de 10 anos;
Neste momento os futuros em NY ainda estão no vermelho; Dow Jones recua 0,35%, S&P 500 (-0,49%) e a Nasdaq (-0,54%); o yield do T-note de 10 anos recua a 1,4688%, de 1,4834% do fechamento ontem e pode dar fôlego para as bolsas reagirem de forma positiva;

No continente europeu, as principais bolsas recuam, com preocupações sobre os yields dos bônus soberanos e seguindo o tom negativo da Ásia e do pré-mercado americano;O destaque ontem foi do título alemão, com sinais mistos do Banco Central Europeu sobre sua necessidade ou não de intervir no mercado;

Zona do euro: vendas no varejo recuam 5,9% em janeiro ante dezembro e -6,4% na base anual (consenso era -1,7% no mês); taxa de desemprego se mantém em 8,1% em janeiro (previsão era de 8,3%);

Lufthansa puxa a bolsa de Frankfurt para baixo, após prejuízo recorde (1,14 bilhão de euros), outro sinal dos efeitos da pandemia. Há pouco, a bolsa alemã caía 0,74%, Londres (-1,30%) e Paris (-0,52%);

Ásia: bolsa de Tóquio (Nikkei) fecha em queda de 2,13%, Hong Kong (Hang Sang) recua 2,15% e Coreia do Sul (Kospi) perde 1,28%;

Petróleo tipo Brent para maio cai 0,67%, para US$ 63,64 o barril; Ouro para abril recua 0,41%, cotado a US$ 1.708,80 a onça-troy.

Cenário global e bolsa brasileira ontem (Eduardo Perez):

Um dia de alta volatilidade no mercado que fez o índice da bolsa brasileira abrir aos 111.529, cair aos 107.500 , subir aos 112.398 e fechar com 111.183,95 pontos. Os fatores que influenciaram essa emoção do pregão foram, em sua maior parte, o resultado do PIB de 2020 com queda de 4,1%, o maior da série histórica mesmo com a recuperação do último trimestre de 3,2% na comparação com o trimestre anterior, a notícia de que 4 conselheiros da Petrobrás irão deixar seus cargos na empresa, entre os motivos está a insatisfação com o rumo tomado pelo maior acionista da Petro, o Governo Federal representado pelo presidente Bolsonaro, que abre caminho para novas indicações do presidente no conselho, fazendo com o que as ações ON fechassem em queda de 4,29% e as PN em queda de 3,64%.

No cenário fiscal, houve a discussão da PEC Emergencial no Senado que permitiria em tese que o pagamento do Bolsa Família ficasse de fora dos controles do teto de gasto, aumentando ainda mais a incerteza e o risco-Brasil, porém o Presidente da Câmara, Arthur Lira. perto de 16:40 informou via Twitter que essa informação se tratava de especulações infundadas e que o teto continua sendo respeitado.

Como resultado, o Índice Bovespa passou a subir, reduzindo parte das perdas do dia mas encerrando o dia abaixa das médias de 9 e 21 períodos dando continuidade no cenário de queda aos 111.183,95 pontos.

Internacionalmente, tivemos a divulgação dos PMIs Composto e de Serviços de fevereiro dos EUA que ficaram ambos acima das projeções e a linha dos 50 pontos que divide a visão otimista da pessimista. O Composto ficou em 59,5 pts e o de Serviços, 58,9 pts.

Houve também a liberação do relatório de empregos do setor privados dos EUA, o ADP, que mostrou uma variação positiva de 117 mil novas vagas, ainda sim 60 mil abaixo das 177 mil esperadas pelo mercado. Além de acompanhar os reflexos da pandemia, o mercado americano aguarda a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden que está no Senado americano, que naturalmente faz com que as taxas dos títulos do governo de 10 anos sigam pressionadas.

Indicadores
Brasil:
CNI: indicadores industriais (10h)
Balanços de Azul, antes da abertura; B2W, B3, CCR, Iguatemi, Lojas Americanas e MRV, após o fechamento 
EUA:
Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego (10h30)
Deptº do Comércio: encomendas à indústria (12h)
Europa:
Áustria: reunião da cúpula ministerial da Opep+
Zona do euro/Eurostat: taxa de desemprego / Vendas no Varejo (janeiro) 

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico. 

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