Estadão Conteúdo – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Sun, 11 Aug 2024 12:18:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Estadão Conteúdo – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Sob olhar da Caoa, Omoda & Jaecoo desembarca no Brasil https://investnews.com.br/negocios/sob-olhar-da-caoa-omoda-jaecoo-desembarca-no-brasil/ Sun, 11 Aug 2024 12:18:10 +0000 https://investnews.com.br/?p=607558 A Omoda & Jaecoo (O&J), marca do grupo Chery, entrou na reta final do plano de desembarque no Brasil, com o lançamento de seus dois primeiros utilitários esportivos (SUVs, na sigla em inglês), que foram marcados para o primeiro trimestre do ano que vem. 

Também para 2025 está previsto o início da produção no país, porém ainda sem confirmação se será terceirizada ou se os carros serão montados numa das duas fábricas de sua sociedade com o grupo Caoa.

O lançamento da marca no mercado brasileiro já recebeu investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões. Os recursos foram aportados pela matriz chinesa para as primeiras contratações, tanto de pessoal quanto de fornecedores, abertura de escritório central e outras atividades essenciais.

Nos três primeiros meses de 2025, chegarão os dois primeiros modelos: o Omoda 5, que é um SUV compacto; e o Jaecoo 7, um SUV médio. Os carros serão vendidos por uma rede que começa com 50 concessionárias e deve chegar a 150 revendas nos primeiros três anos da operação, período no qual o portfólio subirá de dois para seis modelos.

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O Omoda 5 terá versões tanto híbrida leve – na qual o motor convencional movido a gasolina conta com o auxílio de um propulsor elétrico de menor porte – quanto 100% elétrica. Já o Jaecoo 7 virá na versão híbrida plug-in, na qual a bateria do motor elétrico é recarregada na tomada.

A montadora, porém, promete diversidade na motorização, de modo que, se o mercado demandar, vai oferecer também veículos de propulsão convencional, isto é, que têm apenas gasolina como combustível. Enquanto o Omoda é a linha urbana da montadora, o Jaecoo é projetado para rodar também em pistas não asfaltadas, o chamado fora-de-estrada, ou off-road.

Carro Omoda 5 deverá chegar ao Brasil em breve (Divulgação)

A produção local, conforme a empresa, ainda depende da conclusão de negociações. A montadora diz que não fechou o local e não abre informações sobre a data exata de inauguração, assim como qual será a capacidade de produção.

A parceria da Chery com a Caoa conta com uma fábrica em Anápolis (GO), onde são produzidos utilitários esportivos e estão sendo investidos R$ 3 bilhões, além de uma unidade em Jacareí, no interior de São Paulo, que está fechada já há dois anos, mas com promessa de reabertura.

Chefe de vendas e de desenvolvimento de revendas da Omoda & Jaecoo, Felipe Amaral conta, no entanto, que a montagem dos carros na fábrica de outra montadora também é uma possibilidade.

“Terceirizar a fabricação é muito comum na China, e você nota que há uma ociosidade quando olha para a capacidade de produção de muitas montadoras. Obviamente que para produzir a partir do ano que vem, não vamos construir uma fábrica nova. Tem algumas possibilidades que não são só as fábricas da Chery”, afirma o executivo.

Segundo Amaral, a importação de carros da China é apenas o ponto de partida da marca no Brasil. Para ter uma participação relevante no mercado, será necessário produzir os carros no País, mesmo que inicialmente numa linha que faça apenas a montagem de componentes vindos do exterior. “É importante para garantir não só a perenidade do negócio, mas também a segurança para o cliente”, comenta.

“Posso cravar que já temos a produção local desenhada e com plano em execução, para a partir do próximo ano ter algumas unidades fabricadas aqui no Brasil”, acrescenta o chefe de vendas, contando também que a linha será uma base de exportação a outros mercados vizinhos do continente.

O objetivo é chegar a 30 mil carros vendidos por ano na primeira fase de introdução da marca no Brasil. Os detalhes do plano da Omoda & Jaecoo foram divulgados nesta sexta-feira durante o Festival de Interlagos, evento que começou neste dia 9 de agosto e vai até domingo com uma série de atrações, como shows de música, exposições de carros e test drive, no autódromo de Interlagos.

O Brasil está na rota do projeto de internacionalização que prevê a entrada da Omoda & Jaecoo em até 60 novos mercados entre 2024 e 2026. A marca foi a primeira do grupo Chery a entrar na Europa e terá seus carros produzidos em uma fábrica comprada da Nissan na Espanha. A meta é chegar, até 2030, a 1,5 milhões de carros em mercados internacionais, o que representa 9,2% do total de SUVs vendidos fora da China, considerando na conta apenas as linhas produzidas pela Omoda & Jaecoo.

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Dono da Coteminas, presidente da Fiesp diz que empresa sairá da recuperação judicial pagando todos os credores https://investnews.com.br/negocios/dono-da-coteminas-presidente-da-fiesp-diz-que-empresa-saira-da-recuperacao-judicial-pagando-todos-os-credores/ Tue, 30 Jul 2024 22:26:15 +0000 https://investnews.com.br/?p=604317 O dono da Coteminas e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, disse nesta terça-feira (30) que sua empresa sairá do processo de recuperação judicial no qual se encontra quitando as dívidas com todos os credores.

Josué fez a afirmação durante café da manhã que a Fiesp ofereceu a jornalistas nesta terça-feira, ao ser perguntado se não via conflito em um empresário que lida com um processo de recuperação judicial de sua empresa comandar a entidade que representa o industrial paulista.

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“Eu não trato de assuntos da minha empresa na Fiesp e não trato de assuntos da Fiesp na minha empresa. Mas, em respeito à pergunta, vou dar algumas palavras aqui. Nós fomos obrigados a pedir isso [recuperação judicial], inclusive em defesa dos credores da empresa por causa de um credor. Tomamos a decisão, que é uma proteção legal que existe. Temos certeza de que vamos sair disso com quitação com todos os credores”, disse o empresário.

Efeito dos juros

Em defesa da Coteminas, Josué disse não ter dúvidas de que a situação da companhia é um reflexo das taxas de juros altas. “Não tenho dúvida”, reforçou. O executivo citou um estudo feito pelo economista Carlos Antonio Rocca, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), sobre as empresas de capital aberto.

“Se você pegar os dados das empresas de capital aberto compilados pelo Rocca, através da Fipe, verá que só entre elas há cerca de R$ 700 bilhões em créditos estressados”, disse. Ele afirmou também que, com juros a 13,75% ao ano, nível o qual a Selic chegou em 2022 e permaneceu até meados do ano passado, e spreads na ordem de 6% a 7%, não tem nenhuma atividade econômica que se pague. “Então era natural que se levasse a essa situação, que não é única”, afirmou Josué.

Com relação a eventuais conflitos de interesse, o presidente da Fiesp disse que eles não existem porque separa sua atividade empresarial daquela de representante de classe. “Nunca misturei as duas coisas. Nunca fiz uma viagem pela Fiesp pagando as despesas com dinheiro da Fiesp. Nunca! Então separo as coisas de maneira muito clara”, disse.

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Google anuncia inclusão do PIX em sua carteira digital https://investnews.com.br/negocios/google-anuncia-inclusao-do-pix-em-sua-carteira-digital/ Tue, 30 Jul 2024 15:11:21 +0000 https://investnews.com.br/?p=604043 O Google vai permitir em breve que os usuários brasileiros façam transferências usando o Pix através do Google Pay, a carteira digital da empresa que está embarcada em dispositivos Android e no navegador Google Chrome. A conexão é feita através do Open Finance.

“No início deste ano, nós iniciamos os testes com os nossos parceiros, que são o C6 e o PicPay”, disse a jornalistas a head de Operações de Pagamentos do Google Pay para América Latina, Elisa Joia. O processamento das transações é feito pelos bancos digitais.

O cliente poderá cadastrar contas de diferentes instituições financeiras na carteira do Google, e também geri-las, como é possível fazer com os cartões. É possível pagar usando chave Pix, QR Code e Pix copia e cola, além de fazer pagamentos em maquininhas de cartão que processem Pix.

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No final de 2022, o Google Pay obteve uma licença de iniciador de pagamento junto ao Banco Central. Um ano depois, entrou para a lista de participantes do Pix.

O lançamento do Pix no Google Pay será por fases, e de acordo com a empresa, haverá uma verificação de identidade dos usuários, que terão de ter o aplicativo da instituição financeira instalado no mesmo aparelho.

O Pix nas carteiras digitais permite o pagamento usando Pix por aproximação, o que na visão do mercado, deve ampliar o uso deste meio de pagamento no mundo físico. Nesta segunda, 28, o Estadão/Broadcast mostrou que o Itaú Unibanco deve oferecer o Pix por aproximação aos clientes a partir de outubro.

A modalidade passou a ser permitida de forma efetiva no começo deste mês, após o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional publicarem regras que facilitam transações através do iniciador de pagamentos. Essa figura regulatória é o motor por trás do Pix por aproximação.

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Falha da CrowdStrike expõe fragilidades no balanço financeiro da companhia https://investnews.com.br/tecnologia/falha-da-crowdstrike-expoe-fragilidades-no-balanco-financeiro-da-companhia/ Sun, 28 Jul 2024 13:56:12 +0000 https://investnews.com.br/?p=603636 A desastrosa atualização de software da Crowdstrike colocou seus números financeiros também em um indesejado foco, ao lado de problemas em seus produtos. Uma medida autodefinida que a gigante da cibersegurança chama de “receita anual recorrente” (ARR, na sigla em inglês), por exemplo, não coincide com o termo padrão usado em regras de contabilidade, mas está entre os maiores destaques dados pela empresa em seus resultados, o que também passou a ser visto com suspeita, após o apagão global causado pela empresa.

O ARR é um termo de contabilidade não padrão usado por muitas companhias de software como serviço sem a definição comum para seu significado. Um exemplo simples seria um cliente com US$ 3 milhões, em um contrato de 3 anos. O ARR no ano um para este cliente seria de US$ 1 milhão.

Algumas companhias de segurança cibernética dizem que usam o ARR para ajudar a determinar o pagamento dos executivos, mas não mostram um número para isso em seus balanços financeiros regulares. Algumas empresas dizem que o “A” da sigla significa “anualizado” em vez de “anual”. Outros, como a Crowdstrike, dizem que ele significa “anual”, mas então os definem como “anualizado”, enquanto alguns contam apenas contratos em vigor nesse ARR, enquanto outras em certas circunstâncias podem incluir alguns contratos já vencidos.

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A CrowdStrike diz que seu ARR é “o valor anualizado dos contratos de inscrição dos clientes, bem como a data medida, contando que qualquer contrato que vença durante os 12 meses seguintes seja renovado em seus termos existentes”. Isso pode ser um exagero, contando que a atualização fracassada tenha causado uma pane global em computadores, potencialmente levando muitos a repensar seus contratos existentes.

Como seus concorrentes na segurança cibernética, a CrowdStrike não mostra os números para calcular o ARR, nem dá nenhum ajuste em qualquer número preparado em geral com o uso de princípios de contabilidade aceitos. No fim do ano fiscal encerrado em 31 de janeiro, o ARR estava em US$ 3,44 bilhões, enquanto a receita anual de fato era de US$ 3,06 bilhões.

Outro aspecto curioso é que, caso o contrato de um cliente vença e os dois lados negociem uma renovação, a empresa diz que ainda conta com a receita em seu ARR, se a companhia estiver em discussão ativa com essa empresa para um novo contrato ou uma renovação, ou até que a organização notifique que não está renovando seu vínculo.

Seja qual for sua utilidade para medir desempenho, o ARR tem sido bom para os principais executivos da Crowdstrike. É a principal métrica usada para seus bônus, segundo a empresa. A métrica parece agora, porém, questionável, sobretudo após o apagão global. O atual risco para os negócios futuros da empresa deve ser um lembrete aos acionistas de problemas de usar métricas alternativas, como o ARR.

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Reforma tributária pode dobrar taxação de alugueis https://investnews.com.br/economia/reforma-tributaria-pode-dobrar-taxacao-de-alugueis/ Sun, 28 Jul 2024 13:39:19 +0000 https://investnews.com.br/?p=603629 Estimativas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que a reforma tributária, em regulamentação no Senado, pode mais do que dobrar a carga de impostos sobre os aluguéis. Atualmente há incidência de PIS/Cofins em transações desse tipo e, com a reforma, serão cobrados novos encargos do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Segundo a entidade, esse cenário de aumento de carga já considera as reduções de alíquota propostas no atual texto de regulamentação da reforma, que ainda pode ser alterado pelos senadores. Os cálculos se referem a transações envolvendo uma pessoa jurídica, como no caso das imobiliárias.

A alíquota não é fixa, porque varia conforme o valor do aluguel. Considerando a cobrança de R$ 2 mil, a tributação atual (3,65% de PIS/Cofins) fica em torno de R$ 73. Com a reforma, seria de R$ 169,6, um aumento de 132%. No caso de aluguéis mais baratos, o aumento de carga seria menor. Um aluguel de R$ 1 mil teria um aumento de imposto de 74,2%, estima o CBIC.

Os cálculos levam em conta a proposta atual, de que exista uma alíquota do IVA com 60% de redução para o setor (10,6%), além de um redutor social, que diminui R$ 400 do valor do aluguel para a base de cálculo dos impostos. As medidas, porém, são consideradas insuficientes pelo CBIC, que defende uma redução de 80% da alíquota e um aumento do redutor social para R$ 750.

“Temos otimismo de que iremos conseguir fazer essas alterações no texto. Vamos trabalhar muito para esclarecer isso”, afirma o presidente da CBIC, Renato Correia. Segundo ele, o aumento pode contribuir para elevação do déficit habitacional e para a informalidade no setor. Isso porque, além do aumento de tributação sobre o valor do aluguel, a entidade aponta para o crescimento de 56,8% na carga tributária para o serviço de administração de imóveis.

No caso de transações envolvendo pessoas físicas, não deve haver cobranças, exceto se o serviço de locação for a atividade preponderante dessa pessoa.

Ilustra Patrimonio Imoveis

Guerra de números

“Associações e entidades do mercado imobiliário entendem que os dois redutores de alíquota previstos no texto pela Câmara dos Deputados não serão suficientes para amenizar a diferença entre a alíquota atual paga pelo setor e a nova que será definida ao fim da reforma”, diz Angel Ardanaz, advogado na Ardanaz Sociedade de Advogados e professor nas disciplinas de Direito Empresarial e Direito Tributário.

Segundo a CBIC, os impostos em uma compra ou venda de imóveis poderiam chegar a 20,9% do custo do bem.

O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, diz que o aumento da carga tributária pode desencadear efeitos adversos, incluindo aumento dos custos das obras e, consequentemente, dos preços dos imóveis.

“O mercado imobiliário funciona como um termômetro da economia. Qualquer aumento na carga tributária pode resultar em desestímulo a novos investimentos, impactando diretamente os consumidores finais, que enfrentarão preços mais altos para comprar ou alugar imóveis”, afirma.

Luiz França, presidente da abrainc

Ao Estadão, o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que o texto aprovado pelos deputados permite uma redução de 40% da alíquota-padrão para o setor, ante 20% da proposta original enviada ao Congresso. Segundo ele, as alterações deixaram a carga tributária em equilíbrio com o regime atual – o IVA não vai incidir sobre compra, venda e aluguel por pessoas físicas. Appy disse também que há redutores automáticos da base de cálculo do imposto e créditos que serão acumulados ao longo da cadeia e poderão ser abatidos.

Para associação, redutor de ajuste tem de ir a 60%

Para manter a carga tributária atual sobre operações de bens imóveis, seria necessário elevar o redutor de ajuste para 60%, o que “garantiria a competitividade do mercado imobiliário”, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). A entidade diz que o redutor de ajuste aprovado na reforma tributária desestimula a produção habitacional e impacta “adversamente” os consumidores, refletindo-se “em possíveis aumentos nos preços de imóveis e aluguéis”.

O presidente da Abrainc, Luiz França, afirma que o aumento da carga tributária pode desencadear uma série de efeitos adversos, incluindo aumento dos custos das obras e, consequentemente, dos preços dos imóveis. “O mercado imobiliário funciona como um termômetro da economia. Qualquer aumento na carga tributária pode resultar em desestímulo a novos investimentos, impactando diretamente os consumidores finais, que enfrentarão preços mais altos para comprar ou alugar imóveis”, afirma.

Emprego e PIB

A Abrainc afirma que “as alterações sugeridas no redutor de ajuste podem trazer impactos negativos significativos para o setor imobiliário, um dos maiores geradores de empregos do país”. Lembra que a indústria da construção civil e incorporação imobiliária representa 7% do PIB nacional e emprega mais de 2,9 milhões de trabalhadores formais. Só em maio, criou 18.149 vagas formais com carteira assinada, sendo o terceiro maior gerador de empregos no mês, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e no acumulado do ano mais de 159 mil, “representando 15% do total de vagas criadas”.

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Taxação de ‘blusinhas’ começa neste sábado. Como vai funcionar na prática? https://investnews.com.br/economia/taxacao-de-blusinhas-comeca-neste-sabado-como-vai-funcionar-na-pratica/ Sat, 27 Jul 2024 12:38:29 +0000 https://investnews.com.br/?p=603600 O imposto sobre importação de compras internacionais, mais conhecido como “taxa das blusinhas”, começa a valer oficialmente no dia 1º de agosto. Porém, clientes que fizerem compras a partir deste sábado (27), em plataformas de e-commerce como AliExpress, Shein e Shopee já podem arcar com o custo adicional de 20% em compras de até US$ 50.

O motivo alegado pelas empresas é o intervalo entre a compra feita pelo cliente e a necessidade de registro de Declaração de Importação à Aduana, também conhecida pela sigla DI. Trata-se de um documento em que a empresa que importa o produto deve informar o que foi comprado e quais as características, além de provar que pagou todos os impostos à Receita Federal. O prazo de informe ao Fisco é de até 72 horas. Esse intervalo de tempo entre a compra e a DI é a justificativa dessas empresas para antecipar a cobrança do dia 1º de agosto para o dia 27 deste mês.

Criada em maio pela Câmara dos Deputados e depois aprovada pelo Senado, a “taxa das blusinhas” foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 27 de junho. A tributação é fruto de “jabuti” (jargão usado no meio político para definir algo que não tem relação com o texto principal) do projeto de lei 914/24, que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).

Ilustração sobre e-commerce com pacotes de entrega da AliExpress, Shein e Shopee
Ilustração: João Brito

A partir da sanção, ficou definido o imposto de 20% para compras de até US$ 50 e de 60% para compras de US$ 50,01 a US$ 3.000. Neste último caso, haverá uma dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto. O Estadão fez simulações de como poderão ficar os preços dos produtos mais vendidos pelas empresas de e-commerce, das “blusinhas” e das calças jeans com a nova taxação de 20%.

Embora a Receita Federal tenha feito até uma apresentação para explicar como se dará a tributação, alguns tributaristas calculam que o preço final pago pelo consumidor pode chegar a até 40% do total que é pago hoje. O valor final vai depender de uma série de fatores, sobretudo se as empresas irão ou não absolver essa diferença.

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O que dizem as empresas

Em relação à cobrança já no sábado (27), a AliExpress justifica que precisará ajustar as declarações de importação para respeitar a nova regulamentação.

Em nota, a Shopee afirma que a maior parte de suas operações no Brasil são feitas por vendedores brasileiros, com muitos dos produtos sendo fabricados no país, e que o novo custo vai incidir sobre as aquisições feitas de vendedores internacionais da plataforma.

Já a Shein diz que se compromete a disponibilizar, de forma clara, todas as informações referentes ao preço do produto, frete e tributos, já no momento do pagamento.

A Amazon informa que começará a aplicar a taxação a partir do dia 31 de julho, próxima quarta-feira.

A Temu, que começou a operar no Brasil no início de junho, também foi procurada pela reportagem, mas não respondeu ao pedido de informações até a publicação deste texto.

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Após Sabesp, Tarcísio diz que há espaço para privatização da Petrobras e Banco do Brasil https://investnews.com.br/economia/apos-sabep-tarcisio-diz-que-ha-espaco-para-privatizacao-da-petrobras-e-banco-do-brasil/ Thu, 25 Jul 2024 12:05:13 +0000 https://investnews.com.br/?p=602902 Após a conclusão do processo de privatização da Sabesp, na terça-feira (23), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse na manhã desta quarta (24), que há espaço para avançar nas privatizações de companhias estatais não só em São Paulo, como no Brasil. De acordo com o governador – tido como possível candidato à Presidência nas próximas eleições – “não dá para ficar só dependendo do nosso espaço fiscal para mobilizar investimento”, disse, ao comentar sobre a possibilidade de privatização da Petrobras e do Banco do Brasil. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contrário às privatizações.

Tarcísio defendeu que, atualmente, o Poder Executivo aprendeu a “modelar e estruturar melhor os projetos”, e que novas privatizações têm um potencial maior de investimentos e com gatilhos para evitar problemas como o da energia. “Os contratos de energia são muito antigos, a regulação também é muito antiga”, afirmou.

“(É) Isso que o capital privado traz e tem muito espaço ainda para a gente aproveitar essa energia, essa mobilização de dinheiro que o privado, obviamente, consegue alocar. E se você estruturar direitinho os riscos, eu acho que tem muito espaço para o Brasil crescer ainda nesse segmento”, disse o governador em entrevista à GloboNews.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, durante entrevista.
Tarcísio Gomes de Freitas, durante entrevista – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Sabesp

Sobre a privatização da Sabesp, o governador voltou a dizer que o objetivo é garantir a universalização do saneamento – oferta de água tratada para 99% da população e de coleta e tratamento de esgotamento sanitário para 90% até 2033.

O governador também afirmou que a companhia continuará atuando como operadora do saneamento, com alavancas para “forçar a realização de investimentos”. “É a primeira vez que o Estado devolve ao cidadão a rentabilidade da empresa pública”, disse, em defesa do processo.

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Próximos passos

Além da Sabesp, o governo de São Paulo planeja privatizar outras 14 entidades e serviços, abrangendo uma ampla gama de áreas. Entre os projetos, estão a adequação e manutenção de escolas estaduais, a criação de um polo administrativo no centro de São Paulo e a reconfiguração de espaços esportivos e culturais. O Estado também pretende avançar com concessões para linhas de mobilidade urbana, rodovias e serviços de transporte intermunicipal. Outros projetos incluem a concessão de serviços lotéricos e a gestão de serviços hídricos.

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Aliexpress, Shein e Shopee: compras internacionais já podem ter nova taxação https://investnews.com.br/economia/aliexpress-shein-e-shopee-compras-internacionais-ja-podem-ter-nova-taxacao/ Tue, 23 Jul 2024 19:15:05 +0000 https://investnews.com.br/?p=602408 As compras internacionais feitas a partir do próximo sábado (27), já poderão vir a ser taxadas com o novo imposto de importação, segundo as plataformas de comércio eletrônico Aliexpress, Shein e Shopee. No final de maio, a Câmara dos Deputados determinou uma taxação de 20% de imposto de importação sobre as compras internacionais de até US$ 50 a partir do dia 1º de agosto.

Como há normalmente um intervalo entre a compra e o registro da Declaração de Importação à Aduana, compras efetuadas alguns dias antes já podem entrar nas novas regras. Segundo a Shein, compras feitas até dois ou três dias antes do dia 1º de agosto poderão ser tributadas. A plataforma afirma que todas as informações referentes ao preço do produto, frete e tributos serão disponibilizados de forma clara e objetiva no momento do pagamento.

Ilustração sobre e-commerce com pacotes de entrega da AliExpress, Shein e Shopee
Ilustração: João Brito

Em nota ao Estadão, o Aliexpress afirmou que todos os pedidos de compra efetuados na empresa a partir do dia 27 de julho já seguirão as novas regras tributárias, devido à necessidade de “ajuste das declarações de importação, de acordo com a nova regulamentação”.

“Os clientes e parceiros serão comunicados nos canais oficiais do AliExpress sobre as próximas etapas”, completou a empresa. O consumidor poderá conferir a taxação da sua compra quando estiver pagando e finalizando a transação, assim como já ocorre atualmente.

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Já a Shopee informou que a nova taxa de importação também será aplicada no aplicativo a partir do dia 27 porque os pedidos terão a Declaração de Importação de Remessas emitidos a partir do dia 1º de agosto, data em que as novas regras entram em vigor. Os valores serão calculados e detalhados na finalização da compra, aponta a empresa.

A Shopee afirma que a taxação só é aplicável nos vendedores internacionais, minoria na plataforma, e que “para os usuários que comprarem dos mais de três milhões de vendedores brasileiros, não haverá impacto”.

Como ficou a taxação?

A partir do dia 1º de agosto, produtos internacionais terão imposto de 20% para compras de até US$ 50. Para produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3.000, a taxação será de 60%, com uma dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto.

O preço das compras internacionais deverá ir além dos 20% da taxação, já que ela é apenas sobre a importação, e não leva em conta o cálculo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e outros que incidem em forma de cascata, entre eles o frete. Alguns tributaristas indicam que compras de até US$ 50 podem ficar ainda mais caras do que os 20% do imposto por não levar em conta a incidência de outras cobranças.

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Dólar recua de olho em eleição nos EUA e China antes de relatório fiscal https://investnews.com.br/economia/dolar-recua-de-olho-em-eleicao-nos-eua-e-china-antes-de-relatorio-fiscal/ Mon, 22 Jul 2024 13:28:17 +0000 https://investnews.com.br/?p=601946 O dólar opera em baixa na manhã desta segunda-feira (22), em meio ao bom humor externo após a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de concorrer à reeleição, e do corte de juros na China. O Ibovespa futuro subia 0,46%, aos 128.490 pontos, após abertura positiva. A moeda americana fechou em alta, cotada a R$ 5,60 na sexta-feira, (19).

Lá fora, as bolsas europeias e os índices futuros em Nova York sobem, enquanto os juros longos dos Treasuries recuam e a moeda americana cai frente pares principais. A expectativa nos EUA é de que a vice-presidente, Kamala Harris, ganhe a indicação do partido Democrata para disputar a eleição de novembro com o ex-presidente Donald Trump. O dólar exibe ainda quedas ante moedas emergentes e ligadas a commodities pares do real.

Cenário doméstico

Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar na última quinta-feira (18), o bloqueio de R$ 15 bilhões para cumprimento do arcabouço fiscal neste ano, o mercado aguarda detalhamento do contingenciamento, que pode ser parcial hoje no relatório de receitas e despesas. O detalhe do congelamento para cada um dos ministérios e órgãos federais só deve sair no dia 31, apurou o Estadão/Broadcast. Até lá, o governo pode negociar a distribuição dos R$ 15 bi de corte entre os ministérios. Hoje, é esperada a divulgação da evolução de gastos com BPC e seguro-desemprego, que vem aumentando; frustrações de receita; mudança de expectativa de receita (deve haver revisão para baixo), e como a desoneração entrará na conta este ano.

Técnicos do Legislativo avaliam que ao mirar o resultado primário no limite inferior do arcabouço fiscal, ou seja, em um déficit de até R$ 28,8 bilhões, a equipe econômica “queima” o primeiro seguro autorizado pelo Congresso para a obtenção do centro da meta, estabelecida em déficit zero este ano. Como mostrou o Estadão, os R$ 3,8 bilhões do orçamento que serão contingenciados pelo governo serão suficientes apenas para colocar a projeção de resultado primário no limite inferior da meta fiscal.

O mercado local olha ainda o Boletim Focus. Houve piora das expectativas de inflação: a mediana das estimativas para IPCA de 2024 subiu de 4% para 4,05%, mas para 2025, segue em 3,90%. A projeção suavizada do IPCA 12 meses à frente sobe de 3,68% para 3,74%.

Economistas do mercado financeiro não mudaram as suas expectativas para a política fiscal após o governo ter anunciado o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas este ano. A mediana do relatório Focus para o déficit primário de 2024 continuou em 0,70% do PIB, como já estava havia um mês.

Mesmo considerando apenas as 27 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção também se manteve em 0,70% do PIB. A mediana para dólar no fim de 2024 subiu a R$ 5,30 e vai a R$ 5,23 em 2025. O mercado manteve as projeções de Selic em 10,5% no fim de 2024 e 9,5% no fim de 2025.

A agenda da semana traz ainda IPCA-15 de junho e nota do setor externo, na quinta-feira, além de nota de crédito de junho, primário do Governo Central, relatório mensal da dívida, na sexta-feira. No exterior, os destaques são o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do 2º trimestre (quinta) e principalmente o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), na sexta-feira, mesmo dia em que será revelado o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan com expectativas de inflação.

Às 9h35 desta segunda-feira, o dólar à vista caía 0,48%, a R$ 5,5769. O dólar para agosto recuava 0,61%, a R$ 5,5840.

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Pix automático será lançado em 16 de junho de 2025 https://investnews.com.br/economia/pix-automatico-sera-lancado-em-16-de-junho-de-2025/ Mon, 22 Jul 2024 13:22:15 +0000 https://investnews.com.br/?p=601939 O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira (22), que o Pix Automático será disponibilizado para a população em 16 de junho do ano que vem. Antes, a previsão era de que essa modalidade seria lançada em outubro de 2024.

“Para o usuário pagador, o Pix Automático trará ainda mais comodidade, oferecendo uma alternativa de pagamento recorrente sem fricções”, disse a autoridade monetária, em nota.

A ideia, conforme o BC, é que uma autorização prévia concedida no dispositivo de acesso (celular ou computador) permita débitos periódicos automáticos, sem a necessidade de autenticação em cada transação.

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Isso permitiria, por exemplo, programar pagamentos a escolas, faculdades, academias, condomínios, clubes sociais, planos de saúde, serviços de streaming e portais de notícias.

“Para o usuário recebedor, o Pix Automático tem o potencial de aumentar a eficiência, diminuir os custos dos procedimentos de cobrança e reduzir a inadimplência”, afirma o BC. “A redução de custos é esperada pois a operação independe de convênios bilaterais, como ocorre atualmente no débito em conta, e utiliza a infraestrutura já criada para o funcionamento do Pix. Além disso, os procedimentos operacionais serão padronizados pela autoridade monetária, o que facilita a implantação e aumenta a competição.”

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