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Casais devem dividir as despesas igualmente ou conforme a renda?

Divergências sobre dinheiro após o casamento são comuns.

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Essa é uma pergunta que discuto muito com meus clientes: como dividir as contas do casal? Meio a meio? Ou por proporção? 

Bem, quando falamos de dinheiro parece muito simples porque parece que tudo é matemático, mas na verdade é algo que precisa ser bastante discutido e acordado entre as partes.

É comum encontrar casais que antes quando namorados era tudo em paz, passarem a brigar por divergências sobre dinheiro após decidirem dividir o mesmo teto.

Vamos pelas hipóteses normalmente pensadas:

Primeira opção

Dividir tudo

Essa é uma opção ruim quando existe uma desproporção de receita e despesa entre ambos, pois as pessoas possuem necessidades diferentes e normalmente consideram supérfluo o desejo do outro. Assim, descarto totalmente, mesmo para quem tem uma proporção igual de receita, pois as despesas individuais não são.

Segunda opção

Dividir pela proporção da renda

Dinheiro = Trabalho! Mesmo quando herança foi trabalho de alguém.

Será que está correto para quem trabalha mais pagar por algo que nem consome? Talvez não, mas isso deixo para você escolher, pois o uso do dinheiro tem fatores emocionais intrínsecos.

Sabe como eu gosto de trazer a opção para clientes que me perguntam? Então aí vai a outra opção:

Terceira opção:

Modelo Condomínio

Nessa sugestão que dou aos clientes, deixo dividido em meio a meio tudo que é consumido em conjunto e tudo que é particular em separado. E projetos devem ser levados à “reunião de condomínio”. 

Dessa forma, temos uma despesa com coisas de casa que são consumidas em conjunto de forma igualitária e aqueles consumos que são exclusivos pagos apenas por quem consome. Ou seja, se eu gosto de futebol, cerveja, pescaria e churrasco com meus amigos uma vez por semana, não é correto dividir com minha esposa essa conta que não é dela. Da mesma forma, a despesa dela com salão, encontro com as amigas, passeios e tratamentos estéticos, serão despesas dela. 

Em todas a três opções, a que menos terá discussão e impacto no dia a dia no caso de separação é a terceira, final, tudo já estaria equalizado antes. 

Outra grande vantagem é que a privacidade de ambos continuará preservada nesse modelo e irá evitar que no Natal ou outra data festiva, o casal decida não se presentear para economizar dinheiro porque a máquina de lavar roupa estragou. Esse tipo de economia não deixa ninguém mais rico ou mais pobre. 

Deixo o alerta que se a desproporção econômica entre o casal seja muito grande, aquele que possui melhor condição financeira deverá ceder às condições da outra parte. Pois já sabia dessa desproporção antes de decidirem morar juntos.

Quando atendo uma família, sejam duas pessoas ou mais, dividindo o mesmo teto, mostro que todos possuem seus ciclos de vida financeira individuais e que eles se cruzam ao longo do tempo. Cada um com suas despesas, receitas e principalmente condições de aposentadorias exclusivas, que devem ser ponderadas.

*Planejador da Fiduc

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