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Com a Selic caindo, é melhor se desfazer de títulos atrelados a ela?
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Pergunta de Jonas Capeletti: “Com a taxa Selic caindo, devo manter meu investimento atrelado a ela? Ou é mais sustentável eu tirar da Selic e investir em outro título, ou CDB ou até mesmo em FIIs?”
Resposta de Diego Hernandez *: “Sim, é um momento interessante com a baixa da Selic. O melhor movimento que o investidor deve fazer é prefixar suas posições. Entretanto, eu pontuo que passamos do momento ótimo para isso.
Quando você estabiliza o aumento de juros e passa um tempo com os juros já elevados, na medida em que o tempo vai passando, as taxas prefixadas vão ficando cada vez menores. Então, antes a gente achava taxas prefixadas a 14 ou 14,5%. Agora, muito provavelmente o investidor vai achar sempre prefixados abaixo do que está o CDI hoje.
Porém, ainda é um momento interessante de prefixar, dado que você encontra opções de 12,5%, perto de 13%, mas a projeção futura de juros é abaixo de dois dígitos. Então, ainda você encontra oportunidades interessantes.
Eu acho que é um momento interessante para prefixar as posições, mas o investidor precisa ter em mente que o portfólio balanceado é a melhor estratégia – com ativos prefixados, pós-fixados e indexados à inflação. Sempre é válido, entretanto a gente coloca mais peso onde vemos mais vantagens e, neste momento, são os prefixados.
Outro ponto: é um momento muito importante de entrada em bolsa. Com parcimônia e no que cabe no perfil de risco do investidor. O investidor com perfil conservador pode colocar 10% do portfólio em bolsa e o restante, em renda fixa. De 20 a 30% é para o perfil moderado e, para o mais arrojado, no máximo 50%, nunca extrapolando esse limite.
Acredito que o investidor tem boas oportunidades na bolsa, dado que o país está caminhando para um movimento com elevação de grau de risco, controle das finanças, mostrando uma trajetória de redução de juros. Você tem o lado real da economia funcionando de uma forma melhor também, e o reflexo disso acontece nas opções de renda variável.”
* Economista e CEO da Ativo Investimentos, Diego Hernandez
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