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Os 5 fenômenos do futuro do trabalho

Cofundador do laboratório de exploração de cenários futuros Aerolito, Tiago Mattos é o primeiro convidado da série The Innovators.

Tiago Mattos - ©Marcos Mesquita
Tiago Mattos - ©Marcos Mesquita

É uma honra ser convidado pelo InvestNews para escrever, semanalmente, uma coluna sobre inovação. Para trazer uma reflexão relevante sobre todas as transformações que eu tenho observado no mercado, decidi dar voz em cada coluna a um importante personagem da inovação no Brasil. Dando mais foco e dinamismo a essa tarefa, pretendo mergulhar nos em temas que estão impactando como as empresas trabalham e se organizam a partir de séries mensais.

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Começando pela série The Innovators, convidei o futurista Tiago Mattos, cofundador do laboratório de exploração de cenários futuros Aerolito, também membro do corpo docente da Singularity University. Nos últimos anos, Tiago tem se dedicado a levar as aplicações do futurismo para as dinâmicas de transformação digital e processos de inovação em ambientes corporativos. Na minha opinião, Tiago Mattos é o mais brilhante futurista do Brasil.

Nessa conversa, Tiago contou sobre os 5 fenômenos do futuro do trabalho. Vamos a eles:

1) Profissões virando habilidades

Tradicionalmente, o roteiro profissional nas grandes empresas era sempre o mesmo: uma pessoa fazia ensino médio, depois entrava na faculdade, fazia um estágio e, finalmente, começava a profissão para caminhar nessa “esteira” por longos anos. De aprendiz a expert, tendo como mantra a estabilidade.

Com o fenômeno do universo digital, o empreendedorismo passou a ser democratizado e surgiu a necessidade de ter mais habilidades. Uma pessoa tem que conduzir a gestão, a administração, as vendas, as mídias sociais, porque tudo muda muito rápido. No caso das startups, o empreendedor não pode se dar ao luxo de ter pessoas que fazem somente uma atividade.

Criou-se, então, a demanda das profissões com muitas habilidades. No caso de um profissional liberal, desde um personal trainer a um fotógrafo, acontece a mesma coisa: ou se cria mais habilidades ou não se sobrevive.

Como as empresas devem contratar pessoas com as habilidades do futuro?

2) Empresas virando APIs

Se você ainda não sabe o que é uma API, recomendo procurar ASAP e entender sobre o assunto. Há uma clareza sobre a mudança de mindset em empresas que criam seus próprios ecossistemas de parceiros, fornecedores e freelancers, em uma analogia aos sistemas operacionais que plugam as APIs na sua plataforma. A empresa do passado não permitia que um profissional de fora entrasse na sua estratégia e soubesse dos seus planos. Tinha que contratar e colocar no time.

Hoje, a empresa pode planejar contratar o mínimo de pessoas possível e trabalhar com parceiros, para que essa diversidade cultural passe a ser um dos fatores de crescimento mais rápido e mais sustentável. Quando se consegue construir uma organização enxuta, mas que tenha a cultura de ser aberta e plugar muitas pessoas no ecossistema é, praticamente, como um conjunto de APIs aplicadas numa plataforma.

3) Hiperespecialistas virando multidisciplinares

No passado, quanto mais especialista você era, maiores as chances de ter sucesso. Só que agora, quanto mais especializado você for, maior é o risco de ser automatizado pela inteligência artificial. Portanto, busque conhecer mais atividades e mais modelos de trabalho.

4) Carreiras virando ciclos de aprendizagem

Cada vez mais, as atividades são realizadas em ciclos. Você pode escrever um livro sem, necessariamente, ser um escritor. Você pode escrever, publicar e vender seu livro. E depois, parte para outro ciclo, uma outra atividade. Nossa única opção profissional é continuar a aprender sempre, buscando novos desafios, que vão se apresentar em ciclos sucessivos.

5) Organizações, de todos os tipos, virando escolas

O futurista americano Thomas Frey fez uma previsão em 2016 que, em 2030, a maior empresa do mundo venderá aprendizagem online. Pode ser uma indústria ou varejo, ou de qualquer outro segmento. Todas as empresas possuem um estoque grande de conhecimento e quase nenhuma delas no Brasil está monetizando isso. A Coca-Cola, por exemplo, poderia ensinar sobre distribuição, enquanto O Boticário poderia ensinar sobre criação de produtos e portfólio. E quando a empresa começar a monetizar esse conhecimento, consequentemente, vai virar uma escola de aprendizagem.

Para os indivíduos que viraram celebridades nas redes sociais, ensinando algo e prometendo sucesso, vai ser difícil competir com empresas que já possuem marcas fortes e dominam setores. As empresas especializadas em aprendizagem e as empresas que souberem monetizar seu estoque de conhecimento terão mais sucesso nos próximos tempos.

Como fazer para escolher os melhores caminhos de educação?

Com o relógio da inovação andando rápido, você precisa assumir as rédeas do seu futuro e procurar conhecer o máximo de temas possível. Pode até levar um tempo para amadurecer, mas suas chances de ter sucesso serão, com certeza, muito maiores.

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