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Ford saindo do Brasil: vender carro da marca e achar peças fica mais difícil?

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Pergunta do leitor: Tenho um carro da Ford que vai deixar de ser produzido no Brasil. Vou ter dor de cabeça vender ou encontrar peças?

Resposta de André Paixão:
A Ford anunciou que vai encerrar as operações do Brasil. Com a notícia, quase todo proprietário de Ka, Ka Sedan e EcoSport deve estar fazendo essa mesma pergunta. Sempre que um carro sai de linha, seus donos ficam com medo de que aquele modelo perca muito valor de revenda ou deixe de ter a assistência da fabricante.

Em alguns casos, esse receio acaba se concretizando, com grandes desvalorizações. Isso normalmente pode acontecer por dois motivos: se a fama da fabricante não é das melhores ou se, para “queimar” os estoques, as lojas vendem os carros por um preço muito baixo.

Aos fatos: a Ford não se enquadra nessa primeira hipótese. A marca é tradicionalíssima no Brasil – são mais de 100 anos de atuação.

Sobre a segunda, ainda é cedo para prever se as concessionárias da Ford vão querer se livrar logo dos estoques de Ka, Ka Sedan e EcoSport. Mas isso parece improvável, já que essa situação é comum quando um modelo troca de geração ou ganha um sucessor mais moderno. Não é o caso desse trio, que apenas está se despedindo do mercado.

De qualquer forma, Ka, Ka Sedan e EcoSport sempre tiveram boa aceitação – desvalorizam pouco, comparados aos seus concorrentes.

Esse quadro deve persistir, mesmo após esse trio sair de linha. Conversando com um especialista de mercado, ouvi que esse cenário só muda se a Ford resolver “dar as costas” para seus clientes. Eu duvido bastante que isso aconteça, já que a Ford é uma fabricante que têm a fama de tratar bem seus clientes.

A própria empresa já disse que vai continuar produzindo peças de reposição para esses modelos e prestando assistência aos consumidores.

Outro fator que precisa ser levado em consideração é que, além da Ford, outras empresas independentes do setor de autopeças também fabricam componentes para os mais diversos modelos. Assim, é bem improvável que você fique sem assistência.

* André Paixão é jornalista automotivo e editor do Primeira Marcha

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