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O presente ideal? Uma resposta que vale para todos os Natais
Problema inicial para o presenteador é que só a pessoa que receberá o presente sabe o que realmente trará satisfação, o que leva a uma média alta de erros.
Você pretende presentear alguém neste Natal. Pode ser a esposa ou namorada, o marido ou namorado, além de pais, filhos ou outra pessoa próxima, mas surge aquela velha pergunta natalina: o que dar de presente?
É aí que entra o trabalho de Joel Waldfogel, autor de vários estudos e de um livro, Scroogenomics: Why You Shouldn’t Buy Presents for the Holiday ( Scroogenomia: Por que você não deve comprar presentes de Natal).
O economista americano e professor da Universidade de Minnesota é especialista nos dilemas econômicos que o ato de presentear nos impõe.
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Máximo de retorno para cada centavo
Enquanto ciência, a economia busca a maior eficiência para os gastos, sejam despesas cotidianas ou a maneira como o governo usa os recursos públicos. A ideia é que cada centavo obtenha o máximo de retorno.
Já “Scroogenomia” junta economia com a história de Ebenezer Scrooge, o avarento personagem do escritor Charles Dickens que não gosta do Natal. Seria algo como “a economia do pão-duro”, voltada para questionar se os gastos na data estão valendo a pena.
O problema inicial para o presenteador é que só a pessoa que receberá o presente sabe o que realmente trará satisfação, o que leva a uma média alta de erros.
Na Europa, uma em cada quatro pessoas recebe no Natal um presente que não agrada, segundo pesquisa do ING Group. Já nos Estados, todos os anos, US$ 70 bilhões, algo como 10% dos gastos com presentes, são desperdiçados em presentes indesejados.
Parte deles volta à loja para ser trocado por outra coisa, mas a pessoa precisa achar algum presente que agrade, com uma chance razoável de acabar com algo que não queria muito, mas que foi o melhor que encontrou. Talvez seja melhor, então, deixá-la escolher o que quiser. É a intenção de uma quantidade razoável de presenteadores, que opta por um vale ou cartão-presente.
Mercado de cartões-presente
No Brasil, o mercado de cartões-presente gira em torno de R$ 10 bilhões. Nos Estados Unidos, chega a quase US$ 300 bilhões. Mas 7% (US$ 21 bilhões) ficam parados nas contas dos consumidores e acabam vencendo. Pode ser que a pessoa não tenha gostado de nada e desistido de gastar, ou, um motivo aparentemente comum, simplesmente tenha esquecido do presente. Tenha o motivo que tiver, dinheiro perdido.
E é por isso que, segundo o economista Waldfogel, o presente ideal é dar dinheiro. Com uma dada quantia na mão, o presente pode ser qualquer coisa que a pessoa quiser até aquele valor. Também pode, por exemplo, completar uma passagem para uma viagem. Ou mesmo virar um investimento, se ela não quiser gastar. A satisfação é garantida, pois terá o retorno máximo que o dinheiro pagar.
Muitas pessoas acham que dar dinheiro é um gesto frio, por isso não é muito bem visto. Outras vão preferir seguir trocando presentes porque há outros fatores envolvidos, como querer mostrar afeto ou achar que pode encontrar o presente certo. Mas se a ideia é obter eficiência com o gasto, o presente pode ou não acertar. O dinheiro acerta sempre.
*Samy Dana é Ph.D em Business, apresentador do Cafeína/InvestNews no YouTube e comentarista econômico. |
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.
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