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Parcelar a fatura do cartão de crédito ou pagar o valor mínimo?
Vilã não é a forma de pagamento, mas o comportamento de consumo.
Resposta de Tiago Almeida*:
Dentre as formas de pagamento: dinheiro, débito ou cartão de crédito. Certamente a que consegue trazer mais benefícios é o último. Porém essa modalidade pode acabar sendo vista como vilã nos orçamentos das famílias. Mas ele não é o vilão, e sim o comportamento de consumo. Antigamente, as pessoas ficavam endividadas na conta do crediário das lojas e com o fiado na mercearia do bairro, essas também são modalidades de crédito.
Antes de te dizer em qual momento você escolhe o parcelamento ou o pagamento mínimo, vamos relembrar algumas coisas que ajudam.
O cartão de crédito é o que dá mais vantagens com pontuações e milhas aéreas, permite salas de embarque em aeroportos sem despesa extra por isso, permite acessar um seguro-viagem e fornece um extrato de muito melhor leitura sobre o que foi consumido naquele mês já em categorias como transporte, alimentação, lazer etc.
Mas o melhor benefício as pessoas não utilizam da forma correta, que é usar o prazo de pagamento da fatura para deixar o dinheiro investido enquanto o consumo acontece.
O erro mais comum de quem usa o cartão de crédito é parcelar tudo sem juros: apesar de parecer uma grande vantagem, a pessoa comprometerá uma parte da renda sem que tenha uma reserva de dinheiro para essa finalidade.
O descasamento entre consumo e pagamento faz acontecer a tal “bola de neve” das despesas no cartão. Exemplo: comprar um medicamento de uso contínuo que é consumido em dois meses e escolher parcelar em três vezes. Esse simples parcelamento irá causar um estrago na fatura, pois chegará o mês que a despesa já estará na fatura e a compra do mês ainda não.
Mas o erro mais grave acontece porque não percebemos imprevistos e temos o hábito de poupar apenas no final do mês e ainda assim com medo de investir e perder a promoção imperdível que irá repetir no mês seguinte!
O correto seria receber o salário, poupar e depois consumir. Se algo acontecer no meio do caminho felizmente você guardou dinheiro antes.
Mas se não tiver a quantia para pagar a totalidade da fatura do cartão? Não precisa de desespero. Você pode pagar o mínimo possível da fatura ou parcelar o valor. Confira no extrato do seu cartão qual os juros efetivos cobrados pelo cartão caso escolha essa opção. Muitas vezes o seu banco terá uma condição de crédito pessoal mais barato ou até mesmo o cheque especial será mais baixo. Mas precisa conferir, pois isso varia de banco para banco.
O pagamento mínimo deve ser escolhido quando você terá certeza de que no mês seguinte terá dinheiro suficiente para pagar a diferença do cartão desse mês, mais os juros cobrados, mais a totalidade da fatura seguinte.
Atenção, pois, no mês seguinte você ainda terá as despesas comuns que não são pagas no cartão de crédito e isso pode te atrapalhar um pouco mais nos pagamentos.
Juros do parcelado x rotativo
Caso perceba que essa situação difícil irá se prolongar por mais de 3 meses, talvez o parcelamento da fatura seja a melhor opção, normalmente os juros da opção de parcelamento são menores que o rotativo. Inclusive, permite pedir o parcelamento antes que a fatura do cartão vença. Isso vai facilitar o processo e evitar os juros por atraso de pagamento.
Lembre-se que essas opções reduzem o limite disponível do seu cartão e não aceite qualquer aumento até que o hábito de poupar não esteja bem disciplinado.
Faça uma previsão trimestral das suas despesas correntes e coloque todos os pagamentos e recebimentos por ordem de data, isso lhe ajudará a tomar a melhor decisão de qual parcela será mais adequada e o momento do mês que irá começar a poupar sem prejudicar seu saldo.
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*Planejador da Fiduc
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