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Stellantis prepara híbridos flex e aposta no etanol antes do elétrico

Empresa apresentou estudo que aponta combustível da cana-de-açúcar como alternativa mais viável e acessível para o Brasil.

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Apesar de não ser a maior fabricante de veículos do mundo, a Stellantis é um dos maiores grupos da indústria automotiva global. Na América do Sul não é diferente: a empresa domina quase um quarto do setor nos países do continente.

“Ampliamos a participação de mercado de 13% para 24% na América do Sul nos últimos anos, então temos escala para investir em uma solução de propulsão de baixo carbono para o Brasil”, argumentou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América Latina, ao justificar a viabilidade de apostar na bioeletrificação, ou seja, o uso de biocombustíveis para desenvolver a eletrificação.

Antonio Filosa. Imagem de divulgação.

Investimento vai financiar novas tecnologias

Para tanto, a Stellantis deve aprovar um novo ciclo de investimentos que promete ser maior do que a soma dos aportes anunciados por todas as montadoras instaladas no Brasil.

O montante será aplicado em alguns pontos importantes: financiar o desenvolvimento da tecnologia flex para aprimorar a eficiência dos motores quando abastecidos com etanol, desenvolver veículos híbridos flex e produzir, em um futuro mais distante, carros 100% elétricos e movidos a célula combustível com etanol.

Filosa garantiu que a meta é nacionalizar as tecnologias, por mais que esse processo leve um pouco mais de tempo para ser concluído. E aproveitou para alfinetar a concorrência.

“A Stellantis não vai importar kits de motor elétrico para montar no Brasil como alguns concorrentes estão fazendo. Nosso objetivo é sempre localizar a produção, desenvolver fornecedores e gerar PIB localmente”, disse, em referência velada à chinesa GWM, que produzirá carros no Brasil com tecnologias vindas da China.

Etanol é a solução para o Brasil?

O executivo italiano também criticou as montadoras que defendem a eletrificação como única opção para atingir as metas de descarbonização. 

“Podemos justificar o porquê apostamos na eletrificação do etanol como caminho para a descarbonização. Essa rota tecnológica vai nos garantir eficiência industrial, localização da produção de componentes, fortalecer a engenharia local e gerar PIB para o Brasil. Precisamos ver se quem defende apenas o carro elétrico sabe explicar o motivo”.

O discurso de Filosa se embasa por um estudo realizado em parceria com a Bosch, que  testou o nível de emissão de poluentes em uma série de tecnologias de propulsão.

Os estudos apontaram emissão de 60,6 gramas de CO2 por quilômetro rodado em um veículo abastecido com gasolina. Entretanto, se o combustível escolhido for o etanol, esse índice cai para 25,8 gramas de CO2 por quilômetro rodado quando o veículo. Já no caso de um modelo puramente elétrico abastecido com energia limpa, as emissões ficam em 21,4 gramas de dióxido de carbono a cada quilômetro.

“O resultado (do carro elétrico) é apenas um pouco a mais do que o resultado com etanol. Temos uma frota de 10 milhões de carros em circulação no Brasil cujos proprietários usam etanol como primeira escolha. Nenhum outro país conta com um recurso tão imediato para reduzir emissões”, concluiu o executivo.

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