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Vale a Leitura: um elogio ao óbvio para quem faz acontecer

Imagine explicar sua ideia para uma criança. Ela entenderia? Se você concluir que não, significa que a ideia não é tão óbvia assim.

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Quando fiz minhas primeiras anotações em 2015 sobre o livro “Óbvio Adams”, de Robert Updegraff, grifei em letras grandes a seguinte citação: “Quando se pensa em empreender, a maioria das pessoas confunde criatividade com algo sofisticado, diferente, inédito, nunca o que é óbvio. O óbvio é simples demais”. Assim, recomendo a leitura desse livro que me fascinou e continua a ocupar o meu espaço mental.

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O livro “Óbvio Adams” faz lembrar um outro óbvio, escrito pelo jornalista Nelson Rodrigues, “O Óbvio Ululante”. Ambos com o mesmo sentido: “gritar o óbvio” ou “a verdade que grita”.  Foi daí que veio a inspiração para essa recomendação. Lembro-me que, quando li o livro, buscava tornar simples a comunicação para a oferta de produtos e que estimulassem os clientes a comprarem.

Agora, ainda mais atual do que nunca, a obra de Robert Updegraff é uma recomendação necessária. O nosso mundo de hoje requer simplicidade, porém fazer não é simples, daí me faz lembrar de Leonardo Da Vinci: a simplicidade é o máximo da sofisticação. Trocando em miúdos, o simples é fazer o óbvio e o óbvio é simples e tem que ser ululante, saltar à vista e levar a expressão, puxa é isso mesmo, tão claro que brilha na nossa mente. Essa é a grande lição que aprendi ao ler o “Óbvio de Adams” publicado há 104 anos.

O que Adams ensina

Quantas pessoas são capazes de perceber e fazer o óbvio? E quantas têm persistência suficiente para levar adiante suas ideias a respeito do que é óbvio? “Quanto mais eu pensava nisso, mais me convencia de que havia lugar na empresa para um rapaz capaz de ver a coisa óbvia a se fazer, lidar com ela diretamente” pergunta Bob Updegraff, em trechos do livro. Sem dúvida, o óbvio é ir direto ao ponto.

No livro, Oliver Adams é um personagem comum, salvo por uma característica especial – o poder de ir direto ao ponto, melhor ferramenta para resolver problemas e chegar ao sucesso. Na imaginação do autor, o personagem de Adams transcorre em lições, por meio de metáforas, para as empresas e pessoas ligadas ao mundo dos negócios. Tais lições ficam tão óbvias que tornam-se ao longo da leitura, possibilidades concretas e ficam reais em nossas mentes.

Com dicas simples e bem-humoradas, baseadas em situações reais e com exemplos de empresas e produtos, o autor expõe os princípios de Adams:

  1. Se você conseguir passar uma mensagem que lhe pareça óbvia, o mais provável é que ela também pareça óbvia para as outras pessoas — inclusive os clientes.
  2. E quando a mensagem é óbvia para os clientes, eles a entendem e compram o que você tem para oferecer
  3. Aquilo que é óbvio, normalmente, é tão simples e comum, que não exerce nenhum efeito sobre a imaginação nem oferece muito assunto para discussão, e todos nós gostamos de falar de ideias criativas, pirotécnicas e planos elaborados em jantares de negócios. Mas quase sempre essas ideias representam um gasto desnecessário e visam atender ao ego, não ao objetivo real, que é vender algo: ideia, produto ou serviço. 
  4. Quando se pensa em empreender, a maioria das pessoas confunde criatividade com algo sofisticado, diferente, inédito, nunca o que é óbvio. O óbvio é simples demais.
  5. Não caia na armadilha do pensamento hiper-criativo. Diz o autor, por meio de seu personagem Adams: “E esse pensamento, com frequência, leva as pessoas a criarem mensagens, propostas, produtos vagos, confusos e, muitas vezes, difíceis de entender, o que resulta em marketing ineficiente e dinheiro jogado fora”.
  6. O timing é tudo. “Muitas ideias podem ser excelentes, mas talvez cheguem antes ou depois de seu tempo. Há inúmeros casos de ideias ótimas que foram lançadas e naufragaram. Depois, são relançadas por outras pessoas e alcançam enorme sucesso. Não se antecipe nem se atrase. Estará antecipado quando as pessoas gostarem da proposta, mas pedem para pensar um pouco”. Simples assim. E atrasado, se não parecer novo, original.
  7. Curto, objetivo, simples — Imagine explicar a ideia para uma criança. Escreva a ideia e pense se, ao mostrar para uma criança, ela entenderia. Se você concluir que não, mesmo que esteja no caminho certo, significa que a ideia não é tão óbvia ou a proposta não está suficientemente amadurecida”.

            De tudo, o que podemos assinalar sobre o “Óbvio Adams” é que ao final fazer simples é tirar os excessos na comunicação e ir direto ao ponto.

*Aloisio Sotero é professor de Finanças para Economia Digital, designer de Negócios Digitais e cofundador da BAEX, Escola Internacional de Educação para Executivos.

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