Economia

3 fatos para hoje: 727 são presos após ataque; Boeing e nova variante

Com nova variante, OMS pede que viajantes usem máscara.

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Esta quarta-feira (11) é marcada por uma agenda de indicadores mais fraca onde o mercado aguarda pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos que será feita amanhã. No Brasil, serão conhecidos os números do varejo. Será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), às 9h, os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de novembro. O período foi marcado pelas ofertas da BlackFriday, sendo esperado que o evento reflita no desempenho nas vendas.

Na véspera foi divulgada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro e o acumulado de 2022.  O resultado, que veio acima do esperado para 2022, foi justificado em carta do Banco Central pela inércia inflacionária, gargalos globais e elevação de preços das commodities, choques em preços de alimentos e retomada na demanda de serviços e no emprego.

Sem as quedas de preços na gasolina e na energia elétrica, o IPCA teria sido de 9,56% em 2022, segundo cálculo de André Almeida, analista do Sistema de Índices de Preços do IBGE.

Campos Neto reconheceu que a inflação em 2023 deve se manter superior à meta estabelecida, de 4,75%, e que a alta vista da inflação em 2021 e 2022 foi um fenômeno global.

Para 2023, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo BC, o mercado espera que a inflação ao consumidor medida pelo IPCA fique em 5,36%, distante do centro da meta, de 3,25%, e acima do teto de 4,75%.

Já sobre os ataques contra os 3 Poderes, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a segurança em Brasília será reforçada nesta quarta-feira, diante da ameaça de novos atos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na capital.

Costa afirmou que o reforço da segurança na capital acontece devido a convocações nas redes sociais para novos atos de bolsonaristas, após vândalos apoiadores radicais do ex-presidente invadirem e depredarem o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do STF no domingo.

Veja abaixo os destaques do dia:

1 – PF manda 727 para prisão após ataques

A Polícia Federal encaminhou 727 pessoas para a prisão das mais de 1.500 detidas por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília no domingo, em cumprimento a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para punir manifestantes radicais chamados de “terroristas” pelo ministro da corte Alexandre de Moraes.

Segundo nota da PF, outros 599 detidos por envolvimento nos atos antidemocráticos foram liberadas por questões humanitárias, em geral idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.

Parte dos bolsonaristas radicais foram detidos já no domingo e os demais na segunda-feira, quando soldados da tropa de choque da polícia do Distrito Federal desmantelaram um acampamento em frente ao quartel-general do Exército na capital federal, de onde os manifestantes partiram antes de invadir o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Os manifestantes pediam um golpe militar para anular o resultado da eleição de outubro, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois de o candidato à reeleição difundir teorias infundadas sobre uma suposta fraude e se recusar a aceitar cabalmente a vitória do adversário.

O ministro Alexandre de Moraes, que está conduzindo as investigações dos protestos antidemocráticos, prometeu em um discurso na terça-feira combater os “terroristas” em ação em Brasília.

“Dentro da legalidade, as instituições irão punir todos os responsáveis, todos. Aqueles que praticaram os atos, aqueles que planejaram os atos, aqueles que financiaram os atos e aqueles que incentivaram, por ação ou omissão. Porque a democracia irá prevalecer”, disse Moraes na posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

As mais de 1.500 pessoas detidas para interrogatório foram levadas inicialmente para um ginásio da PF onde dormiram no chão, algumas cobertas por bandeiras do Brasil, e reclamaram a um jornalista da Reuters que estavam detidas indefinidamente e mal alimentados. Eles cantavam e tiravam selfies com seus telefones, mostrou um vídeo postado nas redes sociais.

“Terroristas, que até domingo faziam baderna e crimes, e agora reclamam que estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias.”

alexandre de moraes

De acordo com a PF, os detidos foram submetidos aos procedimentos de polícia judiciária.

“Após os trâmites realizados pela Polícia Federal, os presos estão sendo apresentados à Polícia Civil do DF, responsável pelo encaminhamento dos detidos ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional”, afirmou.

Todos estão recebendo café da manhã, almoço, lanche e jantar, assim como hidratação e atendimento médico quando necessário, acrescentou a corporação.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF) informou que as pessoas presas estão sendo transferidas para o Centro de Detenção Provisória II e a Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

O Ministério da Justiça também afirma ter recebido mais de 50.000 denúncias em um portal criado para que membros da sociedade civil possam denunciar participantes dos protestos violentos em Brasília. O canal de denúncias recebeu e-mails com links de páginas de redes sociais, vídeos, anexos e informações sobre invasores e apoiadores.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu a Moraes que determinasse às operadoras de telefonia móvel o armazenamento, pelo prazo de 90 dias, dos registros de conexão para determinar geolocalização de usuários nas imediações da Praça dos Três Poderes e no QG do Exército durante os ataques.

O presidente do TSE e ministro do Supremo, Alexandre de Moraes 12/12/2022 Uslei Marcelino/Reuters

Moraes ordena prisão de ex-ministro de Bolsonaro 

O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, também teve a prisão preventiva decretada por Moraes por “omissão e conivência” após as falhas de segurança que permitiram os ataques de bolsonaristas radicais às sedes dos Três Poderes no domingo.

A ordem de prisão foi emitida em atendimento a pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que apontou “as diversas omissões, em tese dolosas, praticadas pelos responsáveis pela segurança pública no Distrito Federal e que contribuíram para a prática dos atos terroristas desse 8 de janeiro de 2023”, segundo a decisão do ministro.

Enquanto isso, Bolsonaro foi internado na segunda-feira em um hospital na Flórida, para onde voou 48 horas antes do fim de seu mandato. Ele disse à CNN Brasil que iria interromper sua estadia lá devido a problemas médicos e retornar ao Brasil antes do final do mês.

2- Entregas e encomendas de aviões da Boeing saltam em 2022

A Boeing (BOEI34) entregou 480 aviões e obteve 774 encomendas líquidas em 2022, impulsionada por uma forte performance em dezembro, afirmou a companhia norte-americana nesta terça-feira.

No mês passado, a Boeing despachou a clientes 69 aviões, incluindo 53 unidades da família 737 MAX, 15 aeronaves de corredor duplo. As encomendas líquidas de cancelamentos em dezembro somaram 203 unidades.

A rival Airbus entregou 663 aeronaves em 2022, afirmou a empresa nesta terça-feira, tornando o grupo europeu a maior fabricante de aviões do mundo pelo quarto ano consecutivo.

Em 2021, a Boeing entregou 340 aviões e obteve 479 encomendas líquidas.

A carteira oficial de pedidos da Boeing terminou o mês passado em 4.578 aviões, dos quais 3.628 unidades do 737 MAX. Cerca de 80% das entregas da empresa no ano passado foram de modelos da linha 737.

A agência federal de aviação dos Estados Unidos (FAA) aprovou em agosto a primeira entrega de aeronave modelo 787 desde 2021. A Boeing interrompeu os envios do modelo a clientes em maio de 2021 depois que a agência levantou preocupações sobre a proposta de método de inspeção feita pela Boeing.

No mês passado, a United Airlines anunciou a encomenda de 100 unidades do 787 e 100 do 737 MAX.

3- Com nova variante, OMS pede que viajantes usem máscara

Os países devem avaliar recomendar que os passageiros usem máscaras em voos de longa distância, dada a rápida disseminação da mais recente subvariante ômicron da covid-19 nos Estados Unidos, disseram autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.

Na Europa, a subvariante XBB.1.5 foi detectada em números pequenos, mas crescentes, disseram autoridades da OMS e europeias em uma coletiva de imprensa.

Os passageiros devem ser aconselhados a usar máscaras em ambientes de alto risco, como voos de longa duração, disse a oficial sênior de emergência da OMS para a Europa, Catherine Smallwood, acrescentando: “esta deve ser uma recomendação emitida para passageiros que chegam de qualquer lugar onde haja transmissão da Covid-19 de forma generalizada”.

A XBB.1.5 –a subvariante Omicron mais transmissível detectada até agora– foi responsável por 27,6% dos casos de covid-19 nos Estados Unidos na semana encerrada em 7 de janeiro, disseram autoridades de saúde.

Não estava claro se a subvariante XBB.1.5 causaria sua própria onda de infecções globais. As vacinas atuais continuam protegendo contra sintomas graves, hospitalização e morte, dizem os especialistas.

“Os países precisam examinar a base de evidências para testes antes da partida” e, se algum tipo de ação for avaliada, “as medidas de viagem devem ser implementadas de maneira não discriminatória”, disse Smallwood.

Isso não significa que a agência recomendou testes para passageiros dos Estados Unidos nesta fase, acrescentou ela.

Medidas que podem ser tomadas incluem vigilância genômica e monitorar passageiros de outros países, desde que isso não implique no desvio de recursos de sistemas de vigilância domésticos.

*Com Reuters

02/08/2021 REUTERS/Peter Nicholls

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