Economia
3 fatos para hoje: Copel adquire complexos da EDP; aporte do Mubadala na Cerc
Copel informou que o valor total da transação somou R$ 1,803 bilhão, com um equity value de R$ 965 milhões, sujeito a ajustes até a data de fechamento da transação, segundo fato relevante ao mercado.
1 – Copel adquire complexos eólicos da EDP Renováveis em negócio de R$ 1,8 bi
A companhia elétrica paranaense Copel (CPLE11) anunciou nesta quinta-feira (6) a aquisição de 100% dos Complexos Eólicos Santa Rosa & Mundo Novo (SRMN) e Aventura da EDP Renováveis, com 260,4 MW de capacidade instalada.
A companhia informou que o valor total da transação somou R$ 1,803 bilhão, com um equity value de R$ 965 milhões, sujeito a ajustes até a data de fechamento da transação, segundo fato relevante ao mercado.
“A aquisição faz parte da estratégia da companhia de crescimento em energia renovável, amplia a diversificação da matriz de geração e está totalmente aderente à sua Política de Investimentos”, informou a Copel.
O empreendimento tem financiamentos de longo prazo, com vencimentos até 2043, contratados junto ao Banco do Nordeste (BNB), pontuou a empresa.
Os Complexos Eólicos compreendem nove parques eólicos em operação, nos municípios de Touros e São Tomé no Rio Grande do Norte.
Cerca de 76,5% da energia do empreendimento foi comercializada no ambiente regulado (ACR) — atendido por distribuidoras–, enquanto aproximadamente 13,7% no ambiente livre (ACL), restando cerca de 9,8% para novos contratos. Enquanto o suprimento no ambiente regulado não começa, em 2023, em torno de 95% da energia já está sendo comercializada no ambiente livre, a preços de mercado.
Com a aquisição, a energia eólica passará a representar 17% da geração do grupo Copel, além de incrementar a capacidade instalada consolidada dessa fonte na companhia em 28%.
2 – Fed/Mester: não deve haver corte de juros no próximo ano; inflação é persistente
A presidente do Federal Reserve (Fed), Loretta Mester, afirmou nesta quinta-feira (6) que, em sua visão, o conselho da autoridade não vai cortar juros no próximo ano, e as taxas deverão ser elevadas em 2023. Em evento do Conselho para Educação Econômica, a dirigente disse que irá demorar algum tempo para a inflação atingir 2%, a meta do Fed, uma vez que ela é persistente, e que o foco da autoridade no momento deve ser a alta de preços.
“Não iremos parar até que a inflação caia para 2%”, afirmou Mester. Segundo ela, será preciso ter juros reais positivos e ficar lá por algum tempo para combater as pressões nos preços. “Temos muito trabalho a fazer para conter a inflação, não vejo evidências para reduzir ritmo de aperto”, apontou. “Meu panorama de alta de juros é um pouco mais alto do que a média dos dirigentes, assim como a inflação é mais persistente”, disse Mester.
Para a dirigente, a “inflação foi muito mais forte e persistente do que pensávamos”. Em sua visão, o Fed teve uma mudança apropriada para postura mais restritiva na acomodação. “Há muitos fatores afetando inflação, como a guerra da Ucrânia, mas vamos usar nossas ferramentas”, reforçou, indicando a disposição no combate à alta de preços. “Teremos pressões para cima e para baixo na inflação”, adiantou.
Sobre uma eventual nova alta nos preços de energia, em especial pelos cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decididos nesta semana, Mester indicou que o tema deve ser foco de atenção do Fed, uma vez que pode impactar nos combustíveis.
Desemprego
A presidente do Federal Reserve (Fed) afirmou que acredita que taxa de desemprego nos Estados Unidos aumente um pouco, visando a intenção da autoridade de voltar à meta de inflação. Em evento do Conselho para Educação Econômica, ela disse que, por sua vez, se “não colocarmos inflação de forma sustentável na meta, não teremos mercado de trabalho estável”.
Em sua visão, o mercado de trabalho segue ainda muito forte. Para Mester, há dificuldade na expansão da mão de obra. A dirigente cita o caso da imigração ao país segue em baixa, já estava antes da pandemia, e piorou com os bloqueios.
3 – Mubadala deve liderar aporte de US$ 100 mi na registradora de ativos Cerc
O fundo Mubadala Capital deve liderar um investimento de R$ 550 milhões na registradora de ativos Cerc, informou a companhia brasileira nesta quinta-feira (6).
“A Cerc confirma o interesse do Mubadala Capital em liderar uma rodada de R$ 550 milhões na companhia, no entanto reforça que a operação ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores”, afirmou a companhia em resposta a questionamento da Reuters.
A informação confirma notícia publicada pela Reuters em março passado, de que a Cerc negociava obter um aporte de cerca de US$ 100 milhões de fundos de capital de risco, em meio à expectativa de que forte aumento nos registros de ativos como recebíveis de duplicatas e do agronegócio, enquanto a companhia se preparava para uma listagem em bolsa.
Fundada em 2015, a Cerc tinha como principal foco original ser um ambiente eletrônico para registros de duplicatas, numa alternativa aos cartórios, permitindo que donos de recebíveis os usassem como garantia para obter crédito mais barato no mercado.
Em 2018, a Cerc se tornou a primeira registradora autorizada pelo Banco Central. A partir do ano passado, o volume de recebíveis registrados na plataforma explodiu, após o BC tornar obrigatório o registro de recebíveis de cartões de crédito. Só a Cerc já transacionou R$ 328 bilhões desses títulos desde outubro, fazendo as receitas da companhia crescerem 10 vezes.
* Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo
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