Economia

3 fatos para hoje: economia chinesa desacelera; zona do euro tem deficit

E mais: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há margem para ampliar crédito de programa automotivo.

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1 – Não há margem para ampliar crédito automotivo, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há margem para ampliar os créditos para montadoras de veículos leves, que já pedem mais recursos, além dos R$ 500 milhões reservados para automóveis.

“Não há margem (para aumentar créditos do programa automotivo)”, disse ao comentar a mudança na perspectiva de rating da S&P Global.

Na véspera, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou o primeiro balanço do programa, apontando que nove montadoras de carros e dez montadoras de ônibus e caminhões aderiram ao programa automotivo do governo. Do total de R$ 1,5 bilhão disponibilizado em créditos tributários que devem ser revertidos em descontos para a aquisição dos veículos, o setor já solicitou R$ 340 milhões.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad 02/05/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

O ministro participa nesta quinta-feira, às 9h, de reunião com líderes do Senado, na Presidência da Casa. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também participa do encontro. Os ministros devem debater sobre a proposta do arcabouço fiscal, que ainda tem que ser votada pelos senadores.

Em seguida, às 10h, Haddad participa de reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

2 – Zona do euro volta a mostrar deficit comercial

A zona do euro apresentou déficit em sua balança comercial de 7,1 bilhões de euros em abril, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira, 15, pela Eurostat, como é conhecida a agência de estatísticas da União Europeia. O resultado contrasta com o superávit de 14 bilhões de euros em março, o primeiro resultado positivo desde setembro de 2021.

Na comparação mensal, as exportações do bloco caíram 3,2% em abril, enquanto as importações avançaram 5,9%, também considerando-se ajustes sazonais. No resultado sem ajustes, a zona do euro teve déficit comercial de 11,7 bilhões de euros em abril, bem menor do que o saldo negativo de igual mês de 2022, de 34,5 bilhões de euros, informou a Eurostat.

3 – Economia da China desacelera em maio, e mais estímulos são esperados

A economia da China tropeçou em maio com o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo abaixo do esperado, aumentando as expectativas de que Pequim precisará fazer mais para sustentar uma recuperação pós-pandemia instável.

A recuperação econômica vista mais cedo neste ano perdeu força no segundo trimestre, levando o banco central da China a cortar algumas das principais taxas de juros nesta semana pela primeira vez em quase um ano, com expectativas de mais por vir.

“A recuperação pós-Covid parece ter terminado, um duplo mergulho econômico está quase confirmado e agora vemos riscos negativos significativos para nossas previsões de crescimento do PIB abaixo do consenso de 5,5% e 4,2% para 2023 e 2024, respectivamente”, disseram analistas do Nomura após os últimos dados.

Distrito de comércio em Pequim 13/07/2022. REUTERS/Thomas Peter/File Photo

A produção industrial cresceu 3,5% em maio em relação ao ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira, desacelerando em relação à expansão de 5,6% em abril e ligeiramente abaixo do aumento de 3,6% esperado pelos analistas em pesquisa da Reuters, uma vez que os fabricantes lutam com demanda fraca no país e no exterior.

As vendas no varejo – um indicador importante da confiança do consumidor – subiram 12,7%, contra previsão de crescimento de 13,6% e desacelerando em relação aos 18,4% de abril.

“Todos os dados até agora enviaram sinais consistentes de que o ímpeto econômico está enfraquecendo”, disse Zhiwei Zhang, presidente da Pinpoint Asset Management.

Dados que vão desde pesquisas industriais e comércio até crescimento de empréstimos e vendas de casas mostraram sinais de fraqueza na segunda maior economia do mundo.

Os dados fracos desafiaram as expectativas dos analistas de uma recuperação mais acentuada, dadas as comparações com o desempenho muito fraco do ano passado, quando muitas cidades estavam sob rígidos bloqueios contra a Covid.

Analistas dizem que os números também reforçam a necessidade de mais estímulos, já que a China enfrenta riscos deflacionários, dívidas crescentes de governos locais, desemprego recorde entre jovens e enfraquecimento da demanda global.

A adoção de estímulos com flexibilização da política monetária em larga escala seria o primeiro passo, disse Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang LaSalle. “Mas pode levar de dois a três anos para sustentar a lenta recuperação econômica.”

Após os dados, o JP Morgan cortou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023 de 5,9% para 5,5%. O governo estabeleceu uma meta modesta de expansão do PIB de cerca de 5% para este ano, depois de falhar em cumprir o objetivo de 2022.

O banco central da China cortou nesta quinta-feira a taxa de juros de sua linha de crédito de médio prazo de um ano, a primeira vez em 10 meses, abrindo caminho para cortes nas taxas básicas de empréstimo de referência (LPR) na próxima semana. O movimento era esperado depois de o banco central cortar algumas taxas de curto prazo nesta semana.

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