Economia
3 fatos para hoje: Eneva avalia compra da IBV; chips da China e mais
BC da Inglaterra anuncia medidas para garantir funcionamento dos mercados.
1 – Eneva avalia compra de participação na IBV Petróleo
A Eneva informou na madrugada deste sábado (8) que está em fase de avaliação preliminar para a aquisição de participação na IBV Brasil Petróleo ou de fatia minoritária na concessão BM-SEAL-11 operada pela Petrobras.
A Eneva afirmou que apresentou proposta não vinculante condicionada à “conclusão satisfatória de auditoria jurídica, financeira e técnica dos ativos, à negociação satisfatória de um contrato de compra e venda e o cumprimento de todas as condições precedentes…bem como à obtenção de aprovação da operação pelo conselho de administração da companhia”.
A companhia afirmou que a avaliação está alinhada com o planejamento estratégico de ampliar o acesso a reservas de gás para monetizar potenciais expansões de seus ativos em Sergipe.
2 – EUA criam novas regras de exportação para atrapalhar indústria de chips da China
O governo dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (7) um amplo conjunto de controles de exportação, incluindo uma medida para cortar o acesso da China a certos semicondutores fabricados em qualquer lugar do mundo que usem equipamentos norte-americanos. A medida representa uma tentativa de retardar os avanços tecnológicos de Pequim.
As regras, algumas entrando em vigor imediatamente, ampliam restrições definidas em cartas enviadas neste ano aos principais fabricantes de ferramentas para produção de chips – KLA, Lam Research e Applied Materials – e efetivamente os obriga a interromper as vendas de equipamentos para fábricas chinesas que produzem chips avançados.
As medidas podem representar a maior mudança na política dos EUA em relação ao envio de tecnologia para a China desde a década de 1990. Se eficazes, elas podem atrapalhar a indústria de chips da China, forçando empresas norte-americanas e estrangeiras que usam tecnologia dos EUA a cortar o suporte para algumas das principais fábricas e designers de chips da China.
“Isso fará os chineses retrocederem anos”, disse Jim Lewis, especialista em tecnologia e segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), em Washington. Ele afirmou que as políticas remontam aos rígidos regulamentos do auge da Guerra Fria.
“A China não vai desistir da fabricação de chips… mas isso realmente vai atrasá-los.”
Em comunicado na quinta-feira antecipando as regras, oficiais do governo de Joe Biden disseram que muitas das medidas visam impedir que empresas estrangeiras vendam chips avançados para a China ou forneçam às empresas chinesas ferramentas para fazer seus próprios chips avançados. Mas eles admitiram que o governo norte-americano não conseguiu garantir nenhuma promessa de que nações aliadas implementarão medidas semelhantes e que as discussões com essas nações estão em andamento.
“Reconhecemos que os controles unilaterais que estamos implementando perderão eficácia com o tempo se outros países não se juntarem a nós”, disse uma autoridade. “E corremos o risco de prejudicar a liderança tecnológica dos EUA se concorrentes estrangeiros não estiverem sujeitos a controles semelhantes.”
A ofensiva baseia-se na ampliação da chamada regra do produto direto estrangeiro. Antes, a regra foi ampliada para dar aos EUA poder de controlar as exportações de chips fabricados no exterior para a gigante chinesa Huawei e, mais tarde, para interromper o fluxo de semicondutores para a Rússia após o início da guerra na Ucrânia.
Nesta sexta-feira, o governo Biden aplicou as restrições expandidas às chinesas IFLYTEK, Dahua Technology e Megvii Technology, adicionadas à lista de entidades em 2019 por alegações de que ajudaram Pequim na supressão da minoria uigur.
As regras também bloqueiam exportações de uma ampla gama de chips para uso em sistemas de supercomputação chineses. As regras definem um supercomputador como qualquer sistema com mais de 100 petaflops de poder de computação que ocupe um espaço de 600 metros quadrados, uma definição que duas fontes do setor disseram que também pode atingir algumas centrais de processamento de dados de gigantes de tecnologia da China.
“O escopo da regra e os impactos potenciais são bastante impressionantes, mas o diabo estará, é claro, nos detalhes da implementação”, disse Eric Sayers, um especialista em políticas de defesa do American Enterprise Institute.
Os novos regulamentos também restringem severamente a exportação de equipamentos dos EUA para fabricantes de chips de memória chineses e formalizam cartas enviadas à Nvidia e AMD que ordenam restrição ao envio para a China de chips usados em sistemas de supercomputação.
3 – BoE ampliará volume de leilões de Gilts para garantir funcionamento dos mercados
O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou nesta segunda-feira (10) um conjunto de medidas adicionais para garantir o funcionamento adequado dos mercados britânicos, que enfrentaram episódios de estresse agudo nas últimas semanas, após o governo do Reino Unido propor um pacote fiscal que prevê cortes de impostos e aumento de gastos.
As novas ações estendem a resposta iniciada em 28 de setembro, quando a autoridade monetária decidiu iniciar um programa temporário de compras de bônus para tentar conter a disparada dos juros dos Gilts, como são conhecidos os títulos públicos do país. A previsão é de que a iniciativa termine na próxima sexta-feira, 14.
Segundo a nota emitida nesta segunda-feira, até o momento, o BoE realizou oito leilões diários, com oferta de compra de até 40 bilhões de libras, tendo adquirido 5 bilhões de libras em papéis. A instituição informou que está preparada para ampliar o volume total das próximas cinco operações. A quantidade total de cada leilão será divulga diariamente às 5h (de Brasília) e a de hoje somará 10 bilhões de libras
O BoE anunciou ainda a criação do chamado Programa de Recompra de garantia expandida Temporária (TECRF, na sigla em inglês). O instrumento visa ajudar bancos a mitigarem pressões de liquidez enfrentadas por clientes no setor de fundos de Liability Driven Investment (LDI), apontados por um dos responsáveis pela crise dos fundos de pensão.
“Nestas operações, o Banco aceitará garantias elegíveis ao Sterling Monetary Framework (SMF), incluindo gilts indexados, e também uma gama mais ampla de garantias do que normalmente elegíveis SMF, tais como garantias de obrigações corporativas”, diz a nota.
O BC britânico também afirma que pode atenuar as pressões às LDI pelas Operações de Repo indexadas de longo prazo.
“Após o final das operações desta semana, o Banco continuará a trabalhar com as autoridades e reguladores do Reino Unido para garantir que o setor de LDI opere de forma mais resiliente no futuro”, ressalta.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo
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