Economia

3 fatos para hoje: greve dos aeronautas continua; inflação recorde no Japão e mais

Crescimento da população norte-americana acelerou em 2022, a partir da taxa mais lenta já registrada, impulsionado pela migração internacional líquida.

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1 – Sindicato Nacional dos Aeronautas rejeita nova proposta do TST, e greve é mantida

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) recusou a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e anunciou, na madrugada desta sexta-feira (23) que parte dos pilotos e comissários seguirão de braços cruzados. Da categoria, 59,25% votaram contra a proposta e 40,02% foram favoráveis.

A proposta apresentada pelo TST contemplava, entre outras coisas, a renovação da convenção coletiva na sua íntegra, reajuste de 100% do índice inflacionário dos últimos doze meses – ou seja, 5,97% nos salários fixos e variáveis, mais o acréscimo de 1% de aumento real.

A greve dos aeronautas (pilotos e comissários) seguirá para o seu quinta dia, portanto. O serviço será paralisado, das 6h às 8h, nos aeroportos de Congonhas (São Paulo, capital), Santos Dumont e Galeão (Rio de Janeiro, capital), Guarulhos (São Paulo), Viracopos (Campinas, SP), Porto Alegre (RS), Confins (Belo Horizonte, MG), Brasília (DF) e Fortaleza (CE).

Em nota à imprensa, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) “considera que o movimento foi positivo nesses quatro dias de greve, dentro dos limites determinados pela Justiça, e que é preciso deixar claro que os aeronautas estão desde o final de setembro negociando e que todas as propostas enviadas pelo sindicato patronal não eram condizentes com a pauta de reivindicações da categoria, por isso foram rejeitadas”.

O presidente do SNA, Henrique Hacklaender, destacou que além do ganho real sobre os salários, a categoria quer melhores condições de descanso. “Óbvio que se falava em recomposição salarial e ganho real, mas era mais do que isso. As empresas se negaram nesses mais de dois meses e meio a atender qualquer tipo de solicitação que visasse ao descanso, a folga e o repouso dos tripulantes. O respeito que, sim, é muito necessário para qualquer trabalhador do País. É óbvio que um tripulante cansado e mal remunerado pode representar um risco à aviação. Por isso, vamos, sim, fazer uma paralisação”, disse.

A categoria reivindica que as empresas “respeitem os horários de início e de término das folgas e que não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo”. O sindicato ressaltou que nenhum voo será cancelado, mas que haverá atrasos. Os voos terão de ser reagendados pelas companhias aéreas.

2 – Inflação ao consumidor no Japão atinge novo recorde de 40 anos

Distrito comercial em Tóquio 20/05/2022. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

O núcleo da inflação ao consumidor do Japão atingiu novo recorde em quatro décadas uma vez que as empresas continuavam a repassar os custos crescentes para as famílias, um sinal de que o aumento dos preços está se disseminando e pode manter o banco central sob pressão para diminuir o estímulo.

Meses antes da inesperada mudança divulgada ma terça-feira, as autoridades Banco do Japão haviam discutido o impacto potencial nos mercados de uma futura saída de taxas de juros ultrabaixas, de acordo com a ata da reunião de outubro divulgada nesta sexta-feira (23).

Embora muitos varejistas planejem novos aumentos para produtos alimentícios no próximo ano, as perspectivas de inflação e o momento de quaisquer novos ajustes de política monetária pelo banco central são afetados pelo risco de recessão global e incerteza sobre o ritmo de aumentos salariais, dizem analistas.

“O obstáculo para a normalização da política monetária não é baixo. A economia global pode piorar no primeiro semestre do próximo ano, tornando difícil para o Banco do Japão tomar medidas que possam ser interpretadas como aperto monetário”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.

O núcleo do índice de preços ao consumidor do Japão, que exclui alimentos frescos voláteis mas inclui os custos de energia, subiu 3,7% em novembro em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, em linha com as previsões do mercado e após avanço de 3,6% em outubro.

Foi o maior aumento desde um salto de 4,0% observado em dezembro de 1981, quando a inflação ainda era alta devido ao impacto do choque de petróleo de 1979 e de uma economia em expansão.

Além das contas de serviços públicos, os preços subiram para uma ampla gama de produtos, desde frango frito a smartphones a aparelhos de ar condicionado, em sinal de crescente pressão inflacionária.

Muitos analistas projetam que o núcleo da inflação consumidor irá desacelerar para perto da meta de 2% do Banco do Japão no próximo ano, uma vez que o efeito de base dos picos de preços de combustível do passado irão se dissipar e com o impacto dos subsídios governamentais para conter os preços da eletricidade tendo efeito a partir de fevereiro.

3 – Crescimento populacional dos EUA avança em 2022 impulsionado pela imigração

O crescimento da população norte-americana acelerou em 2022, a partir da taxa mais lenta já registrada, impulsionado pela migração internacional líquida, em recuperação após uma desaceleração desencadeada pela pandemia de Covid-19, informou o Escritório do Censo dos Estados Unidos nesta quinta-feira (22).

A população do país cresceu 0,4% este ano, para 333,3 milhões, depois de quase estagnar com alta de 0,1% em 2021, quando o coronavírus exacerbou uma tendência de crescimento mais moderado nos anos anteriores.

O ano de 2021 foi a primeira vez desde 1937 em que a população dos EUA cresceu em menos de 1 milhão de pessoas, refletindo o menor crescimento numérico desde pelo menos 1900, quando o Censo iniciou as estimativas populacionais anuais.

A migração internacional líquida –o número de pessoas que entram e saem do país– adicionou cerca de 1,01 milhão de pessoas entre 2021 e 2022, e foi o principal fator de crescimento, informou o Censo em comunicado na quinta-feira. Isso em comparação com a migração líquida de mais de 376.000 no ano anterior, sinalizando um possível retorno aos níveis pré-pandêmicos.

A Flórida foi o Estado que mais cresceu em 2022, com um aumento populacional de 1,9%, para cerca de 22,2 milhões, mostraram os números do Censo.

“Embora a Flórida esteja frequentemente entre os estados de maior ganho, esta foi a primeira vez desde 1957 que a Flórida foi o estado com o maior aumento percentual da população”, disse Kristie Wilder, demógrafa da Divisão de População do Censo.

Dezoito Estados experimentaram um declínio populacional em 2022, em comparação com 15 e o Distrito de Columbia (DC) no ano anterior.

Califórnia e Illinois tiveram reduções de seis dígitos na população residente. O declínio populacional em ambos os Estados refletiu a migração líquida para outros estados.

(*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters)

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