Economia
3 fatos para hoje: IPCA no radar; Lula lança PAC 3; Eneva tem Ebitda recorde
Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será lançado nesta sexta-feira (11); Eneva tem Ebitda recorde no 2º tri.
1 – IPCA de julho é divulgado hoje
Será divulgado às 9h desta sexta-feira (11), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. A expectativa é que o indicador fique praticamente estável.
O economista Andre Perfeito estima que o indicador fique em estabilidade variando 0,01%, sendo a mediana das projeções 0,07%.
Se confirmado este resultado, a variação em 12 meses ficará em 3,87%.
Ainda segundo o economista, as variações anuais do IPCA e demais indicadores de preços ao consumidor devem começar apresentar altas nas comparações anuais.
“O IPCA acumulado em 12 meses de junho foi de 3,16% e daqui até o final do ano devemos ver esta métrica subir até atingir 4,9% em dezembro segundo nossas estimativas”.
Perfeito lembra ainda que no ano passado, o governo Bolsonaro conduziu uma série de medidas que jogaram o IPCA para baixo “na força”, com a inflação recuando 0,68%, -0,36% e -0,29%, entre julho, agosto e setembro de 2022, consecutivamente.
“Esta “ilusão estatística” pode contrapor em parte o bom humor de parte do mercado com a trajetória da Selic que acredita que possa cair para 9% o ano que vem, valor esse que vejo como exagerado”.
O economista projeta a taxa básica de juros em 10,75% para o começo de 2024.
2 – Lula lança PAC 3 no Rio
O presidente Luiz Inácio da Silva lança nesta sexta-feira, 11, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para uma plateia que reunirá a ex-presidente Dilma Rousseff, quase duas dezenas de governadores e políticos. Dilma, que era chamada por Lula de “mãe do PAC” na primeira passagem dele no Palácio do Planalto, veio da China na semana passada e desembarcou no Rio nesta quinta-feira (10). Atualmente, ela preside o NDB, o chamado Banco dos Brics, com sede em Xangai.
O ato de lançamento está marcado para as 10h.
Lula deverá anunciar investimentos da ordem de R$ 1 trilhão no atual mandato (até 2026) em uma lista de obras que a Casa Civil manteve em sigilo nos últimos dias. A pedido de Lula, será anunciada pelo menos uma obra em cada Estado do País, a fim de atender a pedidos feitos por governadores.
De recursos próprios federais, a promessa é aplicar R$ 240 bilhões nos próximos quatro anos ou R$ 60 bilhões por ano. O valor é superior ao aplicado por Jair Bolsonaro durante a sua gestão – em 2022, foram cerca de R$ 40 bilhões em investimentos.
Esta é uma das principais propagandas políticas que o governo petista pretende entoar na nova edição do programa: a de que Lula pretende investir mais do que Bolsonaro e o seu então ministro da Infraestrutura, Tarcísio. Ainda assim, os recursos prometidos não alcançam 1% do PIB, valor insuficiente para as necessidades do país.
A maior parte dos recursos do PAC 3 virá da iniciativa privada e da Petrobras. O governo também incluiu na conta investimentos previstos em concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP), bancados pelo setor privado.
Na última semana, o Palácio do Planalto fez uma investida para atrair também deputados e senadores, oferecendo em troca da aplicação de recursos de emendas parlamentares no PAC 3 com a garantia de execução mais acelerada desses recursos.
Neste ano, esses valores giram em torno de R$ 50 bilhões, incluindo as chamadas emendas do orçamento secreto. No ano que vem, por determinação do Supremo, essas emendas estão vedadas e, agora, os parlamentares negociam com o governo engordar outros tipos de emendas, as de bancada e as de comissão. Como contrapartida, esses recursos seriam aplicados no PAC.
A expectativa de governistas é que cerca de R$ 35 bilhões em emendas, em 2024, possam irrigar obras do PAC 3.
3 – Eneva tem Ebitda recorde no 2º trimestre
A Eneva (ENEV3) obteve um lucro líquido de R$ 372 milhões no segundo trimestre, cifra 153% maior que a registrada em igual período de 2022, com as ações de diversificação dos negócios compensando um cenário de baixo despacho térmico.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) da companhia de energia alcançou recorde de R$ 1,2 bilhão, aumento de 144% na comparação anual, enquanto a receita operacional líquida atingiu 2,5 bilhões de reais, alta de 87,1%.
O avanço dos resultados foi impulsionado, segundo a Eneva, principalmente pelas maiores exportações de energia elétrica para Argentina e Uruguai, que geraram Ebitda de R$ 198 milhões entre abril e junho, contra 114 milhões de reais um ano antes.
Dos cerca de 1,5 mil gigawatts-hora (GWh) de geração líquida das usinas da Eneva no trimestre, quase 840 GWh foram destinados à exportação aos países vizinhos, disse a Eneva.
Também contribuíram para elevar os resultados trimestrais os desempenhos das termelétricas recém-adquiridas pela empresa, a Celse (SE) e a Termofortaleza (CE).
Com relação a investimentos, a Eneva realizou aportes de R$ 683 milhões entre abril e junho, dos quais 61% foram destinados a projetos em construção, como o Complexo Azulão 950, a UTE Parnaíba VI e as plantas de liquefação de gás no Maranhão.
A companhia também ressaltou sua trajetória de desalavancagem, com a relação dívida líquida sobre Ebitda alcançando 4,26 vezes ao final do segundo trimestre, uma queda de aproximadamente 0,5 vez nos seis primeiros meses do ano.
Com Reuters e Estadão
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