Economia
5 fatos para saber hoje: cervejaria interditada e menos crédito para PMEs
Saiba sobre o projeto de adiamento das cobranças do Fies votado na Câmara e a posição do novo ministro da saúde.
1 – Grande empresa obtém mais crédito que pequena, segundo dados do BC
Em meio aos esforços do governo federal para destravar o crédito no Brasil durante o período de pandemia, o saldo das operações bancárias com empresas de menor porte cresceu em ritmo muito inferior ao verificado entre as empresas maiores. Dados do Banco Central mostram que, enquanto o saldo de crédito subiu 9% nas operações com companhias de maior porte, houve alta de apenas 2,1% no caso das menores.
Os dados levam em consideração todo o saldo de operações de crédito realizadas com as empresas, com recursos livres ou direcionados (dinheiro da poupança e do BNDES). O BC classifica como micro, pequenas e médias empresas (PMEs) aquelas com receita bruta anual de até R$ 300 milhões ou ativo total de até R$ 240 milhões. Acima destes valores, as companhias são consideradas grandes.
Em valores nominais, o saldo de crédito para PMEs subiu R$ 11,4 bilhões em março, para R$ 552,5 bilhões. O aumento foi bem inferior aos R$ 81 bilhões de alta entre as empresas maiores, que atingiram saldo de R$ 983,7 bilhões – o maior valor da história. Os números chamam a atenção porque as grandes empresas são justamente aquelas com maior possibilidade de acessar financiamentos por outros meios, como a emissão de títulos ou o mercado externo.
2 – Câmara conclui votação de projeto que suspende pagamento do Fies
A Câmara dos Deputados concluiu nesta terça-feira (28) a votação do projeto de lei que suspende por dois meses, prorrogáveis por dois meses, a obrigação por parte dos estudantes de pagarem as parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em razão da pandemia do coronavírus. O texto-base foi aprovado na quinta-feira (23). Agora, a matéria vai ao Senado.
O programa do governo federal é destinado a financiar a graduação de estudantes matriculados em faculdades particulares. Pela proposta, estudantes adimplentes ou com atrasos de no máximo 6 meses são beneficiados.
Se a lei for sancionada, ficarão suspensos os pagamentos de amortização do saldo devedor; eventuais juros incidentes; quitação das parcelas oriundas de renegociações de contratos, por parte dos estudantes beneficiários. O projeto ainda cria um programa de refinanciamento de dívidas. O estudante que tenha débitos em atraso até a data de publicação da lei poderá aderir ao Programa Especial de Regularização do Fies.
3 – Medo de contágio esvazia setores de hospitais e laboratórios privados
Enquanto os números de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus não param de aumentar, hospitais particulares, laboratórios e clínicas de diagnóstico por imagem enfrentam um paradoxo: pacientes com outras doenças estão deixando de buscar atendimento por medo da covid-19. A situação, segundo entidades que representam os estabelecimentos, ameaça o equilíbrio financeiro do setor de saúde suplementar.
Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o número de exames realizados caiu cerca de 80% desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo país, entre o fim de fevereiro e o início de março. As cirurgias caíram pela metade. De acordo com o diretor executivo da entidade, Marco Aurélio Ferreira, a realização de procedimentos cirúrgicos corresponde a quase 50% do faturamento dos hospitais particulares.
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) informou que as clínicas de diagnóstico por imagem registraram queda na procura de 70%, em média. Nos laboratórios clínicos, o atendimento caiu, em média, 60% se comparado ao movimento do mesmo período de 2019.
4 – Ministro da Saúde reconhece agravamento da situação
Em entrevista coletiva em Brasília, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que o aumento de casos constitui uma tendência. Anteriormente, ele havia ponderado que seria preciso ver se os números expressam a atualização de casos anteriores ou se representavam um aumento de fato.
De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 71.886 pessoas infectadas, 5.017 óbitos e 32.544 pacientes recuperados que deixaram de apresentar os sintomas da doença. A letalidade subiu para 7%, o maior índice desde o início da pandemia no país.
As cidades mais afetadas pela pandemia estão vivendo já o colapso de seus sistemas de saúde. Em Manaus, Fortaleza e Rio de Janeiro há filas de espera por leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI). O cenário é preocupante em outros locais, como a região metropolitana do Recife e Belém.
5 – Cervejaria Backer continua interditada e produto é descartado
A cervejaria Backer continua interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de bebidas no local. As informações são do Ministério da Agricultura. Auditores fiscais federais agropecuários do ministério estiveram na tarde desta terça-feira (28) na cervejaria para autorizar o descarte da cerveja apreendida nos tanques da fábrica.
Conforme o ministério, os lacres dos tanques foram retirados e os produtos em que não foram detectados contaminantes tiveram liberação, a pedido da empresa, que vai destilar a cerveja para a obtenção de álcool. Já os produtos contaminados serão eliminados por uma empresa especializada contratada para fazer a coleta e destinação desses resíduos.
O ministério ressalta que a apuração administrativa da contaminação continua em curso, apesar das dificuldades impostas pela pandemia de covid-19.
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil