Economia
5 fatos hoje: Petrobras reajusta gasolina e inadimplência bate recorde em maio
Total de famílias que se declararam muito endividadas atingiu o maior porcentual desde setembro de 2011.
1 – Inadimplência de famílias bate recorde
A inadimplência das famílias brasileiras em maio atingiu o maior porcentual da série histórica para o mês na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde janeiro de 2010. O índice atingiu 10,6%, ante 9,9% em abril, indicando o aumento de famílias que declaram não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, em meio às restrições de renda decorrentes da pandemia do coronavírus.
O total de famílias que se declararam muito endividadas também aumentou em maio, chegando a 16% e atingindo o maior porcentual desde setembro de 2011, quando o indicador alcançou 16,3%.
De acordo com a pesquisa, porém, o número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro recuou ligeiramente em maio, passando de 66,6% (abril), o maior patamar da série histórica, para 66,5% este mês. Já com relação a maio de 2019 (63,4%), o porcentual de endividamento foi maior.
Este indicador, segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, mostra que as medidas para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus estão sendo insuficientes, como a injeção de liquidez na economia e a queda das taxas de juros. A maior aversão ao risco no sistema financeiro, observou, tem impedido que o crédito de fato chegue aos consumidores.
2 – PIB pode ter variação zero na década
Levando em conta as projeções mais atualizadas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o crescimento médio anual desta segunda década do século 21 poderá ficar em zero, estima um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Essa conta considera uma queda de 5,4% no PIB de 2020, projeção atualizada pelo Ibre/FGV na semana passada. Se confirmada, será a maior retração anual da história do País. Atualmente, a maior queda de que se tem registro, de 4,35%, é a de 1990 – a mais antiga série estatística para o PIB disponível no País, compilada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), começa em 1901, ainda que os dados do início do século 20 sejam frágeis.
Se a nova recessão que agora se inicia por causa da pandemia poderá levar 2020 a ser o pior ano da história para a economia, o desempenho da segunda década já seria um recorde negativo, mostra o estudo do Ibre/FGV. Considerando a projeção anterior para 2020, de crescimento de 2% no PIB, os anos 2010 teriam um avanço médio anual de tímido 0,8%.
Para Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV e coautora do estudo com Paulo Peruchetti, o fato de a década se encerrar com mais uma recessão poderá levar a próxima década, que se inicia em 2021, a registrar desempenho econômico pífio também.
“Essa pandemia vem, num certo sentido, não só para tornar a década ainda pior, mas para dificultar a visão de futuro”, afirmou Silvia.
3 – Petrobras anuncia reajuste de 12% para a gasolina
A Petrobras informou nesta quarta-feira, 20, às distribuidoras que vai aumentar a gasolina em 12% a partir da quinta-feira, 21. É o terceiro aumento em maio, seguindo a recuperação do preço do petróleo no mercado internacional.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o aumento será de R$ 0,1350 por litro.
A medida agrada importadores e também o setor de etanol, que reivindica aumento no valor da gasolina para reduzir as perdas com as vendas observadas desde o início da pandemia, quando o combustível fóssil caiu cerca de 5% nos postos de abastecimento.
Recentemente, a Petrobras elevou também o preço do diesel, em 8%, o primeiro aumento após o início da pandemia. Este reajuste passou a valer a partir da terça-feira, 19.
4 – Gol amplia malha aérea em 47% em junho
A Gol (GOLL4) informou nesta terça-feira, 19, mudanças na sua malha para o mês de junho. Serão 100 voos diários, ante os 68 previstos na malha essencial de maio, um acréscimo de 47%. A empresa informou ainda que não tem planos de reaver seus voos internacionais em junho.
“Trata-se de um aumento sutil do número de voos e horários, mas de grande efeito para a comodidade de quem precisa se deslocar pelo País ou utilizar os serviços de transporte da empresa”, afirma a aérea em nota.
A empresa destaca que comparando-se com as operações vigentes no período que antecedeu a chegada do coronavírus ao Brasil, essa centena representa uma redução ainda marcante da capacidade da companhia, de 87%. Desse total, 20 voos terão início em 10 de junho, destacando a relevância dos aeroportos de Congonhas (CGH), em São Paulo, Brasília (BSB) e Galeão (GIG), no Rio de Janeiro.
A companhia destaca que aos poucos, bases em diferentes regiões do País estão sendo reabertas. Em junho, a partir do dia 10, será a vez de Chapecó (XAP), em Santa Catarina, Ilhéus (IOS) e Porto Seguro (BPS), na Bahia, Juazeiro do Norte (JDO), no Ceará, e Petrolina (PNZ), em Pernambuco, sempre em ligação com o aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (GRU). Com exceção de Juazeiro, com quatro saídas semanais, os demais destinos têm três frequências.
O aeroporto de Congonhas, segundo a Gol, passa a complementar as ofertas do aeroporto de Guarulhos, que deixa de concentrar todas as atividades da companhia. “A empresa estabelece o retorno das decolagens do aeroporto paulista para Florianópolis (FLN), Navegantes (NVT) e Salvador (SSA), com quatro saídas na semana, e Recife (REC), com seis”, informa. Além disso, a companhia retoma, também em Congonhas, horários corporativos para Belo Horizonte (CNF), Curitiba (CWB) e Porto Alegre (POA). Todos esses trechos entram em vigor no dia 10 de junho.
O aeroporto internacional de Brasília, que desde maio atende primordialmente ao Norte do País, ganha reforço com novos voos para essa região, assim como para o Sul, o Sudeste e o Nordeste. Na capital federal, a Gol resgata ainda operações para Recife (REC), com três frequências semanais de ida e volta – além do Galeão, no Rio de Janeiro, de segunda a sábado, também no dia 10 de junho.
No Galeão, por sua vez, as novidades são a rota para Aracaju – às terças, quintas e domingos – e as partidas para Curitiba e Porto Alegre (ambas de segunda a sexta e domingo), e Vitória (segunda, terça, quarta, sexta e domingo), todas com início em 10 de junho.
Segundo a Gol, as bases reabertas em maio – Navegantes, em Santa Catarina, e Foz do Iguaçu, no Paraná – mantêm-se em atividade em junho. A empresa ressalta, no entanto, que ajustes pontuais na malha aérea poderão ocorrer face a mudanças de cenários da pandemia ou exigências regulatórias.
5 – Alitalia retoma voos e vai operar 36% a mais em junho
A Alitalia afirmou nesta quarta-feira (20) que retomará alguns voos, antes suspensos por conta da pandemia do novo coronavírus, em junho, mês em que deve operar 36% mais do que em maio. No total, a Alitalia voará em 30 rotas em junho, incluindo voos para Nova York, Espanha e Milão, informou a companhia italiana.
A Alitalia também espera operar 40% de seus voos planejados no terceiro trimestre de 2020, em comparação com o cronograma pré-crise. “A oferta de voos aumentará de acordo com a tendência da demanda, que já está se recuperando em algumas rotas domésticas e se beneficiando da abolição progressiva por países estrangeiros das restrições de voos e passageiros da Itália”, afirmou o documento.
A Alitalia não suspendeu as operações durante o bloqueio causado pela crise do coronavírus, mas reduziu drasticamente seus serviços, especialmente em abril, quando operou em aproximadamente 10% da programação do ano anterior.
*Com Estadão Conteúdo