Economia

Argentina deve aumentar sua “Selic” para além dos atuais 40%, diz FMI

Mesmo nessa faixa, os juros estão abaixo da inflação, projetada em 69% para os próximos 12 meses

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta segunda-feira (17) que a Argentina deverá mover as taxas de juros reais para território positivo e aliviará os controles cambiais à medida que a nação, propensa a crises, busca manter a desaceleração do aumento dos preços e proteger suas reservas de câmbio. A concordância com as diretrizes do FMI é fundamental para que a Argentina siga obtendo empréstimos do fundo.

O país também pretende eliminar, até o final deste mês, um mecanismo que permite aos exportadores vender 20% de seus dólares no mercado paralelo a taxas de câmbio mais altas, disse o FMI em um relatório de equipe após a última revisão do empréstimo de US$ 44 bilhões do país.

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Para alcançar uma taxa real positiva — que é a taxa de juros de referência ajustada pela inflação — o banco central precisaria aumentar sua taxa básica além dos atuais 40% ou a inflação precisaria esfriar drasticamente. A última pesquisa de expectativas de inflação do mercado feita pelo banco central do país projeta uma taxa de 69% para os próximos 12 meses. Ou seja, a Argentina precisaria elevar sua “Selic” acima dos 70%.

O fundo também disse que prevê que a economia da Argentina se contraia 3,5% este ano — mais do que sua previsão anterior de uma queda de 2,8% — com a inflação terminando o ano em quase 140% e o país registrando um superávit fiscal primário de 1,7%. Os cortes de gastos do presidente argentino Javier Milei reduziram a inflação mensal por cinco meses consecutivos, embora outra recessão esteja punindo o país.

Milei está buscando um novo empréstimo do FMI que, segundo ele, ajudará a levantar os controles cambiais e eliminar as restrições de capital. Essas medidas políticas são necessárias para que o país eventualmente retorne aos mercados internacionais de dívida pela primeira vez desde uma reestruturação da dívida soberana em 2020. Milei se encontrou com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, à margem da cúpula do Grupo dos Sete na Itália na semana passada.

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