Economia

Aumento de imposto e cotas sobre aço importado deve começar a ter efeito no 2º semestre

O Aço Brasil estima que o aumento para 25% da taxa de importação fará com que entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas do material deixarão de ser importados

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O sistema que eleva para 25% o imposto de importação de alguns produtos de aço e fixa cotas de volume de importação para esses produtos deve começar a ter efeitos no setor a partir do segundo semestre, afirmou o presidente do conselho do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, nesta terça-feira.

“Nossa visão é de que a partir do segundo semestre já vai começar a ter efeito”, afirmou de Paula durante coletiva da entidade para apresentar os dados da indústria de janeiro e maio deste ano. “Agora, não vai ser 100% do efeito que a gente espera (já) no segundo semestre, mas já vai ter efeito importante.”

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) decidiu em abril elevar para 25% a tarifa de importação para 11 produtos de aço, além de estabelecer limites ao volume de importação desses produtos, por 12 meses, após pedidos do setor que destacavam atividade “predatória” chinesa nas importações e uma grande ociosidade na indústria.

O Aço Brasil estima que, com a medida do governo, deixarão de ser importadas entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas do material, que em vez de serem importadas serão vendidas no mercado interno em 2024. Além disso, o consumo aparente deve subir entre 1% e 3% no mesmo período.

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“Mas são previsões, a gente vai ter que ter um termômetro aí… Quem quiser importar aço pagando 25%, importa, faz parte da regra do jogo”, afirmou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. “A gente tem que esperar para ver como essa sistemática vai funcionar.”

As importações, antes esperadas para subirem 20% este ano, agora devem cair 7%, segundo dados divulgados pela entidade representativa do setor. As exportações, por sua vez, devem recuar 4,2%, contra previsão de alta de 1,3% no ano passado.

A produção de aço bruto do Brasil de janeiro a maio deste ano subiu 0,6% sobre um ano antes, a 13,56 milhões de toneladas, enquanto as vendas internas no mesmo período subiram 1,9% ano a ano, a 8,32 milhões de toneladas.

A exportação de aço neste período recuou 16% na comparação anual, a 4,24 milhões de toneladas, enquanto as importações do material no acumulado do ano até maio subiram 26,4%, para 2,31 milhões de toneladas, de acordo com o Aço Brasil.

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Após a decisão do Gecex, a entidade prevê um leve aumento de 0,7% na produção de aço bruto em 2024, versus previsão anterior de queda de 3% no período. As vendas internas do material devem subir 2,5%, ante expectativa passada de queda de 6%.

Lopes, presidente-executivo do instituto, acrescentou que a ideia é manter reuniões frequentes com o governo para acompanhar o desenvolvimento do sistema.

“As reuniões serão frequentes, já temos uma na semana que vem para correção de rumos. Evidente que passado um período, por exemplo, de quatro meses, que a gente faça um balanço para verificar se foi de fato eficiente e eficaz a sistemática.”

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