Economia
Banco Central britânico eleva juros a 4% e indica que taxa está perto do pico
Patamar da taxa de juros é o mais alto de 2008; banco da Inglaterra tenta conter a inflação de 10% no Reino Unido sem aprofundar a recessão esperada.
O banco central britânico aumentou a taxa de juros pela 10ª vez consecutiva nesta quinta-feira, mas retirou a promessa de continuar aumentando-a “vigorosamente” se necessário e disse que a inflação provavelmente havia atingido o pico.
Suavizando suas previsões de recessão este ano, as nove autoridades do Banco da Inglaterra votaram por 7 a 2 para aumentar a taxa bancária para 4,0% – patamar mais alto desde 2008 – de 3,5%. A mudança era esperada pela maioria dos investidores e economistas.
O anúncio veio um dia depois de o Federal Reserve ter desacelerado o ritmo de sua alta de juros com um movimento menor de 0,25 ponto percentual, mas disse que esperava que mais aumentos serão necessários.
O Banco da Inglaterra, que está tentando conter os riscos da taxa de inflação de 10% no Reino Unido sem aprofundar a recessão esperada, disse que sua série de aumentos de juros que remontam a dezembro de 2021 provavelmente terá um impacto crescente sobre a economia.
Isso deve ajudar a reduzir a inflação para cerca de 4% até o final deste ano, disse ele. Anteriormente, o banco havia previsto uma inflação de cerca de 5% em 2023.
“Se houver evidência de pressões mais persistentes, então será necessário um maior aperto na política monetária”.
Comitê de Polícia Monetária do bC britânico
Isso representou um sinal para os investidores de que as fortes altas da taxa podem estar chegando ao fim.
Anteriormente, o Banco da Inglaterra havia dito que “responderá com força, conforme necessário” a sinais de maior pressão inflacionária, e “e novos aumentos na taxa de juros podem ser necessários”.
O banco central britânico projeta queda da inflação abaixo de sua meta de 2% no segundo trimestre de 2024, mas advertiu que há riscos ascendentes para esta previsão devido às persistentes pressões do mercado de trabalho e uma inflação mais alta do que o esperado e gerada domesticamente.
Imediatamente antes do anúncio desta quinta-feira, os investidores estavam em grande parte precificando um pico de 4,5% para a taxa de juros no meio do ano, embora com uma chance significativa de parar antes em 4,25%, pois a economia britânica provavelmente ficará atrás de outras nações ricas este ano.
O banco central disse que o Reino Unido ainda estava a caminho de uma recessão, mas provavelmente “muito mais rasa” do que se temia nas previsões de novembro, graças em grande parte a uma queda nos preços da energia, bem como a expectativas de taxas de mercado mais baixas.
A estimativa agora é de contração do Produto Interno Bruto de 0,5% em 2023 em comparação com a previsão de queda de 1,5% em novembro.
Veja também
- Com a explosão dos juros, títulos IPCA+ tombam até 31% no ano
- O que Trump e Lula têm em comum: a queda de braço com o Banco Central
- Bancos brasileiros batem gringos e solidificam liderança no mercado de crédito privado local
- Banco Central confirma expectativa e sobe Selic para 11,25% ao ano
- Promessas de Trump devem levar Fed a fazer cortes de juros mais brandos