Economia

Banco Central do Brasil diz que não hesitará em elevar juros se julgar apropriado, mostra ata

O BC enfatizou que o desenrolar do cenário será importante para definir os próximos passos na condução dos juros

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BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado, mostrou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ressaltando que o momento exige cautela ainda maior.

No documento divulgado nesta terça-feira (6), a autoridade monetária enfatizou que o desenrolar do cenário será particularmente importante para definir os próximos passos na condução dos juros, não sendo possível se comprometer com indicações futuras para a política monetária.

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“O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, disse o BC.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Na ata, o BC também informou que, na avaliação de riscos que podem pressionar os preços, todos os membros do Copom concordaram que há mais riscos para cima na inflação, “inclusive com vários membros enfatizando a assimetria do balanço”.

Na última quarta-feira, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e pediu cautela “ainda maior” na política monetária, avaliando também que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem impactado preços de ativos e expectativas de mercado.

“O Comitê, unanimemente, avalia que o momento corrente é de ainda maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação, sem se comprometer com estratégias futuras”, disse a autarquia na ata.

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O BC afirmou ainda que movimentos recentes de alguns dos condicionantes para a dinâmica da inflação, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, foram amplamente debatidos.

“Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê”, afirmou.

De acordo com o documento, o Copom não se furtará ao seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o “papel fundamental” das expectativas na dinâmica da inflação.

(Por Bernardo Caram)

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