Economia
Banco Mundial diz que economia global pode facilmente cair em recessão em 2023
Crescimento global do PIB deve ser de 1,7% no ano – o ritmo mais lento à parte das recessões de 2009 e 2020 em quase três décadas.
O Banco Mundial reduziu suas previsões de crescimento para 2023 nesta terça-feira (10) para níveis à beira da recessão para muitos países, uma vez que o impacto do aumento das taxas de juros por bancos centrais se intensifica, a guerra da Rússia na Ucrânia continua e os principais motores econômicos do mundo tropeçam.
O banco de desenvolvimento disse esperar agora um crescimento global do PIB de 1,7% em 2023 – o ritmo mais lento à parte das recessões de 2009 e 2020 em quase três décadas. Em seu relatório anterior Perspectivas Econômicas Globais, em junho de 2022, o banco havia previsto um crescimento global de 3% em 2023.
O banco disse que grandes desacelerações nas economias avançadas, incluindo cortes acentuados em sua previsão para 0,5% tanto para os Estados Unidos quanto para a zona do euro, podem prenunciar uma nova recessão global menos de três anos após a última.
“Dada a fragilidade das condições econômicas, qualquer novo desenvolvimento adverso – como inflação mais alta do que o esperado, aumentos abruptos nas taxas de juros para contê-la, um ressurgimento da pandemia de covid-19 ou uma escalada das tensões geopolíticas – poderia empurrar a economia global para a recessão”, disse o banco em um comunicado que acompanha o relatório.
As perspectivas sombrias serão especialmente difíceis para as economias emergentes e em desenvolvimento, disse o Banco Mundial, já que elas lutam com pesados encargos de dívida, moedas e crescimento da renda fracos e desaceleração do investimento empresarial, que agora está previsto a uma taxa de crescimento anual de 3,5% nos próximos dois anos – menos da metade do ritmo das duas últimas décadas.
“A fraqueza no crescimento e no investimento empresarial irá agravar as já devastadoras reversões na educação, saúde, pobreza e infraestrutura e as crescentes demandas das mudanças climáticas”, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em uma declaração.
O crescimento da China em 2022 caiu para 2,7%, seu segundo ritmo mais lento desde meados dos anos 1970 depois de 2020, já que as restrições sob a política de covid zero, a turbulência do mercado imobiliário e a seca atingiram o consumo, a produção e o investimento, disse o relatório do Banco Mundial.
O banco prevê uma recuperação para 4,3% em 2023, mas isso está 0,9 ponto percentual abaixo da previsão de junho devido à gravidade dos problemas causados pela covid e ao enfraquecimento da demanda externa.
O Banco Mundial observou que algumas pressões inflacionárias começaram a diminuir à medida que 2022 chegava ao fim, com preços mais baixos de energia e commodities, mas advertiu que os riscos de novas interrupções de fornecimento são altos, e que a inflação elevada pode persistir. Isto pode fazer com que os bancos centrais respondam aumentando as taxas de juros mais do que o esperado atualmente, agravando a desaceleração global, acrescentou.
Veja também
- Americanos querem que Trump resolva imigração primeiro e desigualdade de renda na sequência
- PIB dos EUA cresce 2,8% no 3º trimestre impulsionado por gastos de defesa e consumo
- Dólar a R$ 6,00 e pressão sobre os juros: o contágio do ‘Trump trade’ para o Brasil
- O pacote de estímulos da China ainda não convenceu os economistas. A solução? Mais estímulos
- Após ataques de Israel ao Líbano, mísseis do Irã atingem território israelense