Economia
BC da China aumenta estímulo em economia atingida por Covid
O banco central da China reduziu pela segunda vez este ano a quantia que instituições financeiras devem manter em reserva.
O banco central da China reduziu pela segunda vez este ano a quantia que instituições financeiras devem manter em reserva, medida que reforça o apoio a uma economia abalada pelo aumento de casos de Covid e desaceleração contínua do setor imobiliário.
O Banco Popular da China (BPC) reduziu a taxa de depósito compulsório (RRR) para a maioria dos bancos em 0,25 ponto percentual, segundo comunicado nesta sexta-feira. O ajuste entra em vigor em 5 de dezembro e injetará 500 bilhões de yuans (US$ 70 bilhões) de liquidez na economia.
O corte visa “manter a liquidez razoavelmente ampla” e “aumentar o suporte à economia real”, além de ajudar bancos a apoiarem setores prejudicados pela pandemia de Covid, disse o BPC em outro comunicado.
A redução da chamada RRR – a primeira desde abril – foi sinalizada no início desta semana pelo Conselho de Estado, o gabinete da China, que pediu mais esforços para solidificar a recuperação econômica. O banco central também cortou as principais taxas de juros duas vezes este ano, sendo a redução mais recente em agosto.
A medida do BPC vem na esteira de ações significativas do governo recentemente para ajudar a economia, incluindo um pacote de resgate para o mercado imobiliário e flexibilização de algumas restrições para frear a Covid para reduzir os danos à atividade econômica.
No entanto, o cenário para o crescimento continua desafiador. Uma recuperação do mercado imobiliário deve ser lenta, enquanto os casos de Covid atingiram um recorde, levando grandes cidades como Pequim a limitar a mobilidade dos moradores.
Economistas dizem que a China provavelmente vai enfrentar um processo lento e difícil ao tentar reabrir o país. Nesta semana, a Nomura Holdings reduziu sua previsão de crescimento econômico do país em 2023 para 4%.
A redução da taxa de depósito compulsório é uma maneira de liberar liquidez barata de longo prazo para bancos, permitindo-lhes conceder mais empréstimos a empresas e consumidores. A medida resultará em economias de 5,6 bilhões de yuans em custos de financiamento anuais para instituições financeiras que possam se beneficiar com o corte, de acordo com o BPC.
A decisão “reduzirá moderadamente os custos de financiamento para bancos comerciais e incentivará a concessão de crédito, de modo a reduzir juros para empresas e consumidores”, disse Bruce Pang, principal economista e chefe de pesquisa para a Grande China da Jones Lang LaSalle.
O BPC disse nesta sexta que fará melhor uso das funções “quantitativas e estruturais” das ferramentas de política monetária. Em relatório publicado no início deste mês, o banco central chinês omitiu essa promessa, o que contribuiu para que economistas reduzissem suas expectativas de afrouxamento monetário.
Veja também
- Para contonar tarifas de Trump, conselheiros da China pedem crescimento de 5% em 2025
- BNDES e Banco de Desenvolvimento da China assinam primeiro empréstimo em moeda chinesa
- Após G20, Lula e Xi Jinping estreitam laços entre Brasil e China
- BRF compra fábrica e passa a ser a primeira empresa de proteínas a produzir na China
- Chinesa SpaceSail fecha acordo com governo Lula e se prepara para competir com Starlink, de Elon Musk