Economia

Brasil está a um passo de receber grau de investimento da Moody’s

Agência citou crescimento econômico robusto e histórico de reformas entre as razões para o upgrade

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A agência de classificação de risco Moody’s elevou nesta terça-feira (1º) a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1. Isso quer dizer que o país está apenas um degrau abaixo de receber o grau de investimento.

A agência citou o crescimento econômico robusto e um histórico de reformas como razões para a elevação de patamar. A perspectiva é positiva.

“A elevação reflete melhorias materiais no crédito que esperamos que continuem.”

analistas da moody’s, em comunicado

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Fachada do prédio da agência Moody’s. Foto: Mike Segar/Reuters

Em busca do grau de investimento

O upgrade ocorre enquanto o Brasil tenta recuperar o status de grau de investimento conquistado em 2008.

Desde que rebaixou o país para o grau especulativo em 2016, a Moody’s oscilou na perspectiva do país — movendo-a de negativa para estável em 2017, depois de volta para negativa meses depois e, novamente, para estável no ano seguinte.

A empresa manteve a nota e a perspectiva estável duas vezes — em 2020 e 2022 — antes de elevar a perspectiva em maio.

A Fitch Ratings e a S&P Global Ratings elevaram o Brasil para BB no ano passado — dois níveis abaixo do grau de investimento.

Perspectiva de crescimento

Um quadro fiscal apresentado pela administração de Luiz Inacio Lula da Silva e a tão esperada reforma do código tributário do país foram bem recebidos pelos investidores. Ainda assim, essas medidas não foram suficientes para dissipar completamente os temores sobre a trajetória da dívida brasileira e as perspectivas de longo prazo para o crescimento.

O Banco Central do Brasil elevou sua previsão de crescimento para 2024 e agora vê a economia se expandindo em linha com as estimativas mais otimistas — o PIB deve crescer 3,2% este ano, acima da estimativa de junho de 2,3%, de acordo com o relatório trimestral de inflação que o BC publicou na semana passada.

Ainda assim, os investidores mantêm a cautela diante de preocupações sobre os gastos do governo e seu impacto nas contas fiscais do país. Essas preocupações ajudaram a fazer do real uma das piores moedas entre as principais neste ano, com uma queda de cerca de 11% em relação ao dólar.

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Segundo a Moody’s, embora a credibilidade do quadro fiscal do Brasil “ainda seja moderada”, o crescimento e a adesão à sua política fiscal “permitirão que o ônus da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos”.

Em nota após a decisão, o Ministério da Fazenda reafirmou seu compromisso com uma melhoria contínua nos resultados fiscais, citando esforços para aumentar a arrecadação de impostos e manter os gastos sob controle.

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