Newsletter

China acaba com tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA e eleva otimismo com retomada do mercado

As medidas fazem parte de um acordo entre o presidente americano Donald Trump e Xi Jinping

Por
Publicidade

A China anunciou que vai eliminar as tarifas retaliatórias sobre alguns produtos agrícolas dos Estados Unidos e suspender os controles de exportação para uma série de empresas americanas, após Washington reduzir pela metade suas taxas sobre produtos chineses relacionados ao fentanil.

Nesta quarta-feira (5), o Ministério das Finanças chinês confirmou em um aviso que acabaria com as tarifas impostas em 4 de março sobre a soja e outros produtos agrícolas dos EUA, incluindo milho, trigo, sorgo e frango. Essa medida — que entra em vigor em 10 de novembro — já havia sido anunciada em um documento informativo da Casa Branca.

Horas depois, o Ministério do Comércio disse que retiraria 15 empresas americanas da lista de controle de exportações, enquanto removeria outras 10 companhias dos EUA de sua lista de entidades não confiáveis. Pequim também vai acabar com uma proibição às exportações da Illumina, empresa de sequenciamento de DNA, para a China.

As medidas fazem parte de um acordo comercial mais amplo entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping. O acordo, que tem duração prevista de um ano, estabilizou, por ora, uma relação turbulenta. Antes da cúpula na Coreia do Sul na semana passada, os dois líderes estavam envolvidos em um ciclo de ações recíprocas que ameaçavam desestabilizar o comércio global.

Para consolidar ainda mais esse cessar-fogo, na terça-feira, Trump assinou duas ordens executivas que formalizaram a redução das tarifas relacionadas ao fentanil sobre as exportações chinesas e a prorrogação da suspensão das tarifas recíprocas mais elevadas dos EUA sobre o país.

Retomada do comércio agrícola

A reaproximação entre as maiores economias do mundo elevou o otimismo em relação a uma retomada do comércio agrícola entre os dois países, o que contribuiu para aumentar os preços globais dos grãos. Os contratos futuros de soja em Chicago subiram até 1% durante as negociações asiáticas desta quarta-feira.

Os compradores chineses haviam rejeitado soja americana, à medida em que as tensões entre os dois lados cresciam, e os Estados Unidos passaram a importar mais soja da América do Sul. A nação asiática comprou sua primeira carga do grão dos EUA desta temporada, poucos dias antes da cúpula na Coreia do Sul, e então fez compras adicionais após a reunião. A China adquiriu mais de US$ 12 bilhões em grãos de soja americana no ano passado.

O enviado comercial da China, Li Chenggang, atribuiu as recentes interrupções no comércio agrícola deste ano às tarifas dos EUA, em uma reunião com uma delegação comercial americana, realizada em Pequim, na terça-feira. Ambos os lados se complementam bem e “têm um enorme espaço para cooperação”, disse Li.

No entanto, mesmo após a redução das tarifas, a soja dos EUA ainda deverá estar sujeita a uma tarifa de importação chinesa de 13%, de acordo com operadores.

Pequim também retira uma taxa retaliatória adicional de 15% sobre o trigo dos EUA, segundo o aviso do Ministério das Finanças. Um grande comprador chinês atualmente busca um carregamento do grão dos EUA, que seria a primeira compra da nação asiática em mais de um ano.

“A suspensão de certas tarifas entre a China e os EUA se alinha com os interesses fundamentais de ambos os países e de seus povos”, afirmou o ministério no aviso. A medida “atende às expectativas da comunidade internacional e ajudará a elevar as relações econômicas e comerciais bilaterais a um patamar superior”.

Publicidade

O ministério chinês confirmou em um outro aviso, nesta quarta-feira, que a tarifa de 24% sobre todos os produtos americanos será suspensa por um ano, em consonância com a ordem executiva de Trump.

Exit mobile version