Economia
Coach ou influencer: as prováveis carreiras do príncipe Harry após deixar a realeza
Especialista diz que o trabalho informal seria o melhor caminho para o ex-membro da família real conquistar sua independência financeira.
O príncipe Harry e sua mulher, Meghan Markle, anunciaram na última quarta-feira (8) que deixaram o posto de “membros seniores” da família real britânica. O objetivo do casal é tornar-se financeiramente independente. Mas como seria se eles precisassem mesmo se virar para conquistar essa independência?
Durante um ano, o príncipe Charles vai “ajudar” o casal com uma mesada, segundo o jornal “Daily Mail”. Harry e Meghan tomaram a decisão após meses de reflexão e querem equilibrar a vida entre o Reino Unido e a América do Norte.
O InvestNews conversou com Edna Bedani, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos em São Paulo (Abrh-SP), para entender quais as chances que o príncipe Harry teria se precisasse mesmo entrar no mercado de trabalho para sobreviver.
“Ele nunca esteve de fato em um emprego. Harry teve algumas mordomias em sua ocupação na família real e pode conseguir um trabalho, mas precisa adequar o seu perfil às necessidades do mercado”, diz.
Currículo de Meghan supera o de Harry
Diferentemente de Harry, Meghan tem uma ocupação profissional. A ex-duquesa de Sussex é atriz e ficou conhecida pelo papel de Rachel Zane na série Suits, exibida nos Estados Unidos. Ela ficou na produção entre 2011 e 2018, quando anunciou a saída da série para se casar com o príncipe.
Assim que anunciou o afastamento da família real, Meghan assinou um contrato para participar de um projeto da Disney no futuro, segundo informações do jornal britânico “The Times”.
Já Harry se formou no colégio Eton College, em Berkshire, um dos mais tradicionais do Reino Unido. No entanto, ele parou os estudos nesse ponto e preferiu entrar para a carreira militar.
O príncipe ingressou na Academia Real Militar de Sandhurst, virou segundo tenente da Guarda Real e serviu no Afeganistão de 2007 a 2008. Entre 2012 e 2013, Harry participou de uma missão de 20 semanas com a Força Aérea e, em 2015, anunciou sua saída das forças armadas.
Com um currículo bem limitado, Harry tem a sorte de ter o nome da família a seu favor. Mas será que o príncipe conseguiria competir com 12,4 milhões de desempregados no Brasil, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)?
Ex-príncipe, futuro coach?
Com o crescimento do trabalho informal, a especialista em carreiras acredita que esse seria o mercado certo para o ex-príncipe no Brasil. Harry, que não tem formação nem experiência para entrar no mercado formal, poderia explorar trabalhos que estão ganhando força com a internet, como opções para ganhar independência financeira.
“O nome ele não perde. Ele pode até ser o ex-príncipe Harry, mas vai ser sempre lembrado por isso. O nome é uma marca própria e isso pode ser usado ao seu favor”, diz Edna.
A especialista aponta as possíveis carreiras que poderiam gerar mais sucesso ao príncipe Harry, com base em seu currículo:
- Digital influencer: Como Harry já tem uma fama construída, ele poderia usar isso ao seu favor no universo digital, como criar um vlog para mostrar o dia a dia da vida pós-reinado.
- Coach: Ele poderia construir uma marca com seu nome e fazer palestras sobre como é ser um membro da realeza britânica. O ex-príncipe tem facilidade de lidar com diferentes culturas e a possibilidade de continuar construindo uma marca pelas suas experiências pessoais.
- Dono de startup: Harry tem um perfil empreendedor. Está sempre envolvido em questões humanitárias e pode pensar em soluções para problemas no mundo por meio de uma marca própria.
As qualidades do ex-príncipe
Segundo a diretora da ABRH-SP, Harry, entre as qualidades de Harry, pode-se citar que ele é jovem, comunicativo, ousado e ligado a causas sociais. Ele enfrentou todas as regras de um reinado e, por muito tempo, foi visto como uma pessoa mais rebelde. “Mas se a gente pensar do ponto de vista de competência, ele conseguiria se virar em um papel empreendedor”, afirma.
Caso queiram começar por uma carreira mais simples, Harry e Meghan já têm um emprego garantido no Burger King da Argentina.
Trabalho informal
No Brasil, segundo dados do IBGE, a proporção de empregados sem carteira assinada no setor privado foi de 26,4%. Os trabalhadores por conta própria chegaram a 26% em 2019.
Segundo Edna Bedani, o mercado está voltando a ficar aquecido graças ao crescimento da informalidade. “Estão surgindo novas oportunidades principalmente em áreas de serviços. Existem novas funções, novas necessidades e poucas pessoas preparadas pra isso. Falta mão de obra mais especifica para lidar com novas tecnologias”.
Para a diretora executiva da Abrh-SP, a área de recursos humanos precisa se adaptar ao mercado informal para conseguir incluir mais pessoas com este tipo de experiência nos processos seletivos. “Temos a ideia errada de que o mercado informal é algo ruim, quando na verdade é a forma que diversas pessoas encontraram de continuar trabalhando”, diz.