Economia
Combustível no mercado irregular já desvia 13 bi de litros, estima Vibra Energia
Cálculo divulgado nesta quinta-feira foi feito pela Vibra em conjunto com a consultoria McKinsey
Um estudo da Vibra Energia em conjunto com a consultoria McKinsey estimar que o combate ao crime no setor de combustíveis, caso levasse ao fim das irregularidades, permitiria um retorno de 13 bilhões de litros por ano ao mercado formal do Brasil.
Segundo afirmaram executivos da empresa nesta quinta-feira (29), a estimativa do volume de combustíveis apropriado pelo crime foi calculado pela Vibra em conjunto com a consultoria McKinsey.
A Vibra, antes conhecida como BR Distribuidora, é atualmente a maior distribuidora do Brasil.
Impacto da redução de fraudes
Considerando apenas a participação de mercado da Vibra, a companhia acredita que poderia recuperar cerca de 1,5 bilhão de litros por ano com uma redução estimada de aproximadamente 40% de fraudes.
“Existem 13 bilhões de litros de combustíveis que, se regularizar o setor, ele volta para o mercado formal”, afirmou o vice-presidente de Jurídico, Compliance e Relações Institucionais da Vibra, Henry Hadid, durante encontro com investidores para discutir as estratégias da companhia.
“Existe uma piscina de litros pela qual a gente pode lutar e a gente vai cada vez mais focar nessa briga contra o mercado irregular.”
Henry Hadid, vice-presidente de jurídico da vibra
O presidente da Vibra, Ernesto Pousada, destacou que a empresa está trabalhando em conjunto com o Instituto Combustível Legal (ICL), mas que também criou uma estrutura própria para combater as irregularidades, em meio a um crescimento importante do crime no setor, que tem atingido as companhias.
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Atuação da ANP
Recentemente, a reguladora ANP suspendeu cautelarmente a licença de empresas suspeitas de atuar na ilegalidade e tem aumentado o cerco contra irregularidades, juntamente com diversas autoridades.
“O problema mudou de nível… é um problema de país, você tem governadores, ministros falando sobre esse assunto. Acho que definitivamente nós temos uma chance, talvez única na mão, de reduzir definitivamente o problema de ilegalidade nesse país.”
ernesto pousada, presidente da vibra
O presidente ressaltou que a empresa criou áreas específicas em Brasília e no Rio de Janeiro com esse objetivo, que estão sob os cuidados de Henry Hadid.
Mudança no imposto do etanol
Dentre os temas, Pousada afirmou que as áreas cuidam inclusive de questões relacionadas ao legislativo federal. Uma das prioridades, segundo ele, é a monofasia do etanol, que poderá contribuir com a redução de ilegalidades.
Na tributação monofásica, o imposto é maior na produção, por exemplo, diminuindo a incidência de alíquotas nas etapas posteriores de comercialização.
A companhia acredita no crescimento do consumo de etanol nos próximos anos, com o avanço de carros híbridos.
“Eu, pessoalmente, tenho me envolvido com o ICL muito mais do que talvez nos últimos 12, 18 meses, então nós estamos com uma agenda definitiva para que isso avance”, afirmou.
Dados do ICL, a partir de estudos contratados junto à Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam que as perdas tributárias do setor de combustíveis com irregularidades chegam a 14 bilhões de reais e as perdas operacionais somam 10 bilhões de reais, segundo números apresentados pela Vibra.
Também presente do evento, o presidente do ICL, Emerson Kapaz, destacou que o governo está se dando conta de como o mercado irregular de combustíveis tem afetado as contas federais.
“Esse déficit que ele (o governo) tem hoje, ele vai buscar muito mais rapidamente aqui dentro do que brigar com a Shein”, afirmou Kapaz. “Quer resolver o problema do déficit, venha com a gente”, disse, citando a polêmica do chamado imposto das blusinhas, que taxa compras internacionais de até 50 dólares.
(Por Marta Nogueira)
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