Economia

5 fatos para hoje: tratamento oral da Pfizer; conta de energia; protesto; 5G

A farmacêutica garantiu que estudos realizados em laboratório sobre o tratamento oral paxlovid contra o novo coronavirus demonstraram eficácia contra a Ômicron.

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 13 min

1 – Pfizer diz que testou com sucesso tratamento oral contra Ômicron

A farmacêutica Pfizer (PFIZ34) garantiu, nessa terça-feira (18), que estudos realizados em laboratório sobre o tratamento oral paxlovid contra o novo coronavirus demonstraram eficácia contra a Ômicron.

Em nota, a empresa informou que as pesquisas sugerem que o tratamento “tem o potencial de manter concentrações de plasma muito superiores à quantidade necessária para evitar que a variante se replique nas células”.

A paxlovid, que obteve autorização de emergência nos Estados Unidos (EUA) e em outros países, reduz risco de hospitalização ou morte em cerca de 90%, comparado com placebo em doentes de alto risco, quando são tratados nos cinco primeiros dias desde o aparecimento dos sintomas. O tratamento combina nirmatrelvir, que bloqueia a replicação do vírus mediante inibição da enzima proteasa, e o ritonavir, cuja função é aumentar a duração do efeito.

“Desenhamos especificamente paxlovid para manter a atividade face ao novo coronavirus, bem como às variantes que atualmente causam preocupação e que têm predominantemente mutações nas proteínas das espículas”, disse o chefe científico da Pfizer, Mikael Dolsten, citado no comunicado.

Estudo in vitro feito pela Pfizer provou a eficácia da nirmatrelvir contra a enzima Mpro, que o novo coronavirus necessita para se replicar e que é partilhada pelas distintas variantes, incluindo Ômicron.

“Os resultados mostraram, em todos os casos, que o nirmatrelvir é potente inibidor”, segundo o texto.

Para Kris White, professor de microbiologia do Centro Icahn do Hospital Monte Sinai, em Nova York, é animador ver como os primeiros dados mostram que o tratamento oral mantém “atividade viral in vitro” contra a Ômicron.

O Centro Icahn realizou, com a Pfizer, outro estudo de laboratório para determinar a efetividade do tratamento com paxlovid contra a Ômicron e outras variantes.

Em dezembro, a Agência Europeia de Medicamentos assegurou que o paxlovid pode ser usado para tratar os adultos com covid-19 que não requeiram oxigênio suplementar e que tenham maior risco de desenvolver forma grave da doença.

2 – Em 7 anos, conta de energia elétrica sobe mais do que o dobro da inflação

Desde 2015, a conta de luz dos brasileiros subiu mais do que o dobro da inflação. Dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), obtidos com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, apontam que a tarifa residencial acumula alta de 114% – ante 48% de inflação no mesmo período, uma diferença de 137%. Além das correções anuais nas tarifas, os últimos anos têm sido marcados pela criação de novos encargos e custos diretamente repassados para os consumidores.

O aumento nos últimos anos resulta do crescimento de encargos e subsídios (desconto a um setor ou um grupo, com custo dividido com os demais), da necessidade de usar termoelétricas, que geram energia mais cara, e do modelo de contratação de energia.

Responsável pelo levantamento, o vice-presidente de energia da Abraceel, Alexandre Lopes, ressalta que, em momentos de falta de chuvas, como em 2021, o custo tende a aumentar, principalmente, para os consumidores residenciais. O impacto para os que atuam no mercado livre – onde a energia é negociada diretamente com as geradoras – é menor. Nos últimos sete anos, os preços neste ambiente oscilaram 25% abaixo da inflação.

“Temos custos de 2021 ainda não repassados para as tarifas. Então, devemos ter um aumento acima da inflação em 2022. Quando o novo empréstimo ao setor elétrico começar a ser pago, impactará ainda mais as tarifas. Então, parte desses custos da crise será neste ano, e outras parcelas nos próximos anos”, afirmou.

O levantamento considera os dados desde 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, logo após o Tesouro Nacional interromper repasses bilionários para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial cujos recursos são rateados entre todos os consumidores para bancar subsídios para algumas categorias. Conforme o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Edvaldo Santana, o corte levou a um “tarifaço” de 25% em fevereiro de 2015, e não parou mais.

Sem reflexo

“Não terá refresco, pelo menos nos próximos três anos. No Orçamento de 2022 há um aumento de quase 25% na conta que banca os subsídios. E vai crescer muito mais até 2025”, disse Santana. Ele cita que os recursos para custear, por exemplo, a expansão da rede solar e eólica até 2025 mais do que dobrarão – de R$ 11 bilhões, em 2022, para R$ 23 bilhões em 2025.

Ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e professor de planejamento energético da UFRJ, Maurício Tolmasquim ressalta que outras medidas aprovadas no Congresso também devem ter impacto negativo sobre o consumidor. Entre elas, a contratação de térmicas a gás onde não há infraestrutura para escoar o insumo, a criação de uma reserva de mercado para pequenas centrais hidrelétricas e a prorrogação de contratos de usinas antigas do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

“Esses ‘jabutis’, fruto da ação de lobbies no Congresso e referendados pelo governo, terão forte impacto sobre o custo futuro da energia”, afirmou Tolmasquim. As informações são do jornal

3 – AIE prevê que demanda global por petróleo excederá níveis pré-pandemia em 2022

A demanda global por petróleo vai exceder níveis anteriores ao da pandemia de covid-19 este ano, graças ao avanço dos esforços de vacinação contra a doença e ao fato de que ondas recentes do vírus não têm sido suficientemente graves para exigir a retomada de medidas mais enérgicas, segundo avaliação da Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório mensal publicado nesta quarta-feira, 19, a AIE elevou sua previsão de alta para o consumo mundial de petróleo em 2022 em 200 mil barris por dia (bpd), a 3,3 milhões e bpd. Para 2021, a entidade com sede em Paris também elevou sua estimativa de avanço na demanda em 200 mil bpd, a 5,5 milhões de bpd.

“O número de casos de covid está explodindo mundialmente, mas as medidas que os governos vêm tomando para conter o vírus são menos severas do que em ondas anteriores, e seu impacto na atividade econômica e demanda por petróleo segue relativamente contido”, diz a agência.

A AIE prevê que a demanda total por petróleo deverá chegar este ano a 99,7 milhões de bpd, cerca de 200 mil bpd acima dos patamares de 2019, ano anterior ao início da pandemia. Há um mês, a agência se mostrava menos otimista e calculava que a demanda em 2022 seria semelhante a níveis pré-pandemia.

Também no documento, a AIE estima que a oferta global de petróleo teve modesta alta de 130 mil bpd em dezembro, a 98,6 milhões de bpd. Já a produção da Opep+ – grupo formado pela Opep e dez parceiros, incluindo a Rússia – teve expansão de 250 mil bpd no último mês.

Neste ano, a AIE projeta que a oferta fora da Opep+ crescerá 1,8 milhão de bpd.

A AIE informou ainda que os estoques de petróleo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sofreram redução de 6,1 milhões de barris em novembro, a 2,76 bilhões de barris, o menor nível em sete anos. Dados preliminares sugerem que houve nova queda em dezembro, de 45 milhões de barris. Fonte: Dow Jones Newswires.

4 – Protesto por reajuste foi recado ao governo e pode haver greve em fevereiro, diz representante de servidores

Após o encerramento dos atos de servidores públicos federais nesta terça-feira (18) em busca de reajuste salarial, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, afirmou que os protestos foram um recado inicial dado ao governo, ressaltando que uma greve por tempo indeterminado está no cardápio de ações caso não haja avanço nas negociações.

Entidades que representam carreiras do funcionalismo promoveram duas manifestações em Brasília nesta terça, em movimento que se somou à entrega de cargos de chefia em parte das categorias e redução na prestação de serviços.

“O balanço é positivo, a nossa intenção era justamente dar o recado ao governo. A bola agora está com eles, conseguimos mostrar aos servidores o tamanho das perdas salariais sofridas e eles estão acompanhando e esperando a resposta do governo”, disse à Reuters o presidente do Fonacate.

Marques reconheceu que a presença de servidores nos protestos não foi alta, mas disse que foi algo esperado por conta do avanço da variante Ômicron do coronavírus.

“A gente não teve uma super presença, até por conta do contexto da pandemia, foram no máximo mil pessoas nos atos do Ministério da Economia e do Banco Central, mas vimos um engajamento muito grande de servidores nas redes”, afirmou.

A entidade enviou ofício ao ministro Paulo Guedes solicitando uma audiência para abrir as negociações, mas ainda não houve resposta da pasta. Procurado, o Ministério da Economia não se manifestou de imediato.

Guedes teve reuniões internas nesta terça com secretários que acompanham os movimentos do funcionalismo, além de um almoço com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também enfrenta protesto de servidores.

De acordo com uma fonte do Ministério da Economia a par das conversas, é muito difícil que o governo encontre espaço no Orçamento para concessão de aumentos. Segundo esse interlocutor, ainda é necessário acompanhar o desdobramento das manifestações e pressões futuras.

De acordo com o Fonacate, as perdas salariais para a inflação entre 2017 e 2021 chegam a 28%. Marques afirmou que a categoria tem consciência de que não é viável repor toda essa perda, mas disse ser possível haver uma recomposição linear de 10% a um custo anual de R$ 24 bilhões.

Pelas contas do Ministério da Economia, para cada ponto percentual de reajuste ao funcionalismo, o impacto é de aproximadamente R$ 3 bilhões ao ano.

Na próxima semana, carreiras de servidores farão reuniões virtuais para discutir a continuidade da mobilização. No dia 2 de fevereiro, está previsto outro ato presencial em Brasília, dessa vez em frente ao Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o dirigente sindical, se não houver resposta do governo ou avanço nas negociações, a categoria discutirá em fevereiro a realização de greve por tempo indeterminado.

O gatilho que deflagrou os movimentos foi a autorização dada pelo governo, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, para reajustar salários de policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. A medida gerou insatisfação em outras carreiras, que estão com remuneração congelada no atual mandato e não foram beneficiadas pela atual decisão.

No Orçamento deste ano aprovado pelo Congresso, foi reservado R$ 1,7 bilhão para conceder aumento apenas às categorias de segurança pública. O governo afirma que ainda não foi batido o martelo sobre o tema. O presidente tem até sexta-feira (21) para decidir sobre a sanção do projeto de Orçamento de 2022.

5 – AT&T e Verizon vão limitar implantação de 5G nos EUA por causa de aviação

A AT&T anunciou nesta terça-feira que vai adiar temporariamente a ativação de algumas torres de telefonia 5G instaladas em locais próximos dos principais aeroportos dos Estados Unidos para evitar uma crise na aviação no país. O anúncio foi seguido pela Verizon, que também limitará a instalação de 5G em torres próximas de terminais aéreos.

As discussões estão centradas em torno dessa proposta, que permitiria que cerca de 90% da implantação das torres avance, disseram fontes à Reuters, embora a medida impacte justamente as operações perto de grandes centros urbanos.

Duas das fontes disseram que será necessário atrasar a implantação do serviços em pouco mais de 500 torres, a grande maioria delas da Verizon.

“Estamos frustrados com a incapacidade da FAA (a agência de aviação dos EUA) de fazer o que quase 40 países fizeram, que é implantar com segurança a tecnologia 5G sem interromper os serviços de aviação”, disse a AT&T.

Já a Verizon afirmou que “voluntariamente decidiu limitar nossa rede 5G ao redor de aeroportos” mas que vai lançar o serviço na quarta-feira.

A Casa Branca tem tentado evitar uma interrupção maciça nos voos cujas aeronaves podem sofrer interferências do serviço 5G. O lançamento dos serviços da quinta geração da telefonia móvel, que já foi adiado anteriormente, está programado para quarta-feira, disse uma fonte graduada.

As companhias aéreas estão se preparando para cancelar um número significativo de voos de passageiros e carga nos EUA nas próximas horas para evitarem que alguns instrumentos das aeronaves sofram interferência das transmissões 5G em banda C quando o serviço for iniciado na quarta-feira.

As empresas do setor aéreo alertaram na segunda-feira sobre impactos “catastróficos” no setor decorrente da interferência dos sinais.

As aéreas estão preocupadas que o problema possa impedí-las de voar com o Boeing 777 e outros aviões de grande porte.

Os presidentes-executivos das principais transportadoras de passageiros e carga dos EUA disseram na véspera que o novo serviço 5G pode inutilizar um número significativo de aeronaves de corredor duplo, “manter dezenas de milhares de norte-americanos no exterior” e causar caos nos voos dos EUA.

A FAA alertou que a potencial interferência pode afetar instrumentos sensíveis de aviões, como altímetros, e prejudicar significativamente as operações em condições de baixa visibilidade.

As companhias aéreas pediram no domingo que o 5G seja implementado em todos os lugares dos EUA, exceto nas torres que estão a aproximadamente 3,2 quilômetros das pistas dos aeroportos. O plano de lançamento da Verizon é muito mais agressivo do que o da AT&T e será impactado pela ordem do governo Biden de atrasar o uso de algumas torres próximas às pistas dos aeroportos.

O presidente-executivo da Verizon, Hans Vestberg, disse aos funcionários em 4 de janeiro que a empresa não viu nenhum problema de segurança da aviação com o 5G, mas concordou relutantemente em adiar a implantação eme duas semanas, período que expira na quarta-feira.

Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil

Veja também

Mais Vistos