Economia

Trump e risco fiscal levam o dólar aos R$ 5,87. É o maior valor em quatro anos e meio

Proximidade das eleições americanas e questão fiscal do Brasil impulsionou a divisa

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A expectativa de uma vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos e desconfiança dos investidores com a política fiscal do governo Lula empurraram o dólar para cima nesta sexta-feira (1º). A moeda americana avançou 1,53% e fechou nos R$ 5,8699, o maior valor de fechamento em quase quatro anos e meio.

A última vez em que a divisa dos Estados Unidos terminou um pregão em valor tão elevado ante o real foi em 13 de maio de 2020, quando a escalada da pandemia de covid-19 levou o dólar aos R$ 5,90.

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Na quinta-feira (31), a moeda americana já havia chegado aos patamares pandêmicos, fechando nos R$ 5,78 após subir 0,30%.

A procura por dólar está fortalecida internacionalmente com os investidores apostando em uma vitória do republicano sobre a vice-presidente Kamala Harris. Especialistas projetam que um novo governo Trump pode aprofundar o déficit fiscal dos Estados Unidos por conta de um pacote de medidas econômicas com potencial inflacionário, o que deve levar o Federal Reserve a retomar a alta de juros na maior economia do mundo.

A perspectiva de um Fed mais agressivo está impulsionando globalmente a procura por dólar.

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O pacote de medidas de Trump inclui corte de impostos, desregulamentação da economia, imposição de tarifas sobre bens importados e restrições migratórias. Economistas calculam que as propostas de Trump adicionariam US$ 7,5 trilhões de déficit às contas dos EUA.

Internamente, prevalece entre os agentes do mercado a cautela ante as medidas fiscais que o governo Lula está preparando. O governo tem reforçado a mensagem de que está comprometido com as metas do arcabouço fiscal e que fará uma revisão nos gastos. O mercado, no entanto, desconfia da efetividade das medidas e acompanha as disputas internas no governo.

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