Economia
PIB dos EUA cresce acima do esperado e inflação desacelera; como ficam os juros?
Crescimento é de 2,8% e expectativa era de 2%; reunião do Fed está marcada para semana que vem
A economia dos Estados Unidos cresceu mais rápido do que o esperado no segundo trimestre mas a inflação diminuiu, deixando intactas as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em setembro.
O Produto Interno Bruto aumentou a uma taxa anualizada de 2,8% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira (25). Economistas consultados pela Reuters previam que expansão do PIB seria de 2%. As estimativas variavam de 1,1% a 3,4%. No primeiro trimestre do ano, a economia cresceu a uma taxa de 1,4%.
As autoridades do Banco Central dos EUA (Federal Reserve, Fed) consideram um ritmo de 1,8% como a taxa de crescimento não inflacionária.
A economia americana, que continua a ter um desempenho superior ao de seus pares globais apesar dos fortes aumentos dos juros pelo Fed em 2022 e 2023, segue sendo impulsionada por um mercado de trabalho resiliente, mesmo com a taxa de desemprego tendo subido para 4,1%, a maior em dois anos e meio.
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O índice de preços PCE, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, avançou 2,9%, depois de ter subido a um ritmo de 3,7% no primeiro trimestre, o que é uma boa notícia para as autoridades do Fed antes da reunião de política monetária na próxima semana.
O chamado núcleo do PCE é uma das medidas de inflação monitoradas pelo Banco Central americano no processo para atingir a meta anual de inflação de 2%.
O Fed manteve sua taxa de juros de referência na faixa atual de 5,25% a 5,50% ao longo do último ano, depois de aumentá-la em um total de 525 pontos-base (5,25 pontos percentuais) desde 2022. Os mercados financeiros esperam três cortes este ano, começando em setembro.
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Apesar do sólido ritmo de crescimento econômico, as perspectivas para o segundo semestre do ano são nebulosas. O mercado de trabalho está desacelerando, o que afetará os ganhos salariais.
A taxa de poupança está bem abaixo de sua média pré-pandemia e os economistas estimam que a maior parte dos aumentos dos juros ainda não foi sentida. As receitas dos governos estaduais e municipais também estão desacelerando, o que pode reduzir os gastos.
Há também preocupações com novas tarifas, que podem fazer com que as empresas antecipem as importações se o ex-presidente Donald Trump voltar à Casa Branca na eleição presidencial de novembro.
No entanto, não se espera uma recessão, com o afrouxamento da política monetária previsto para este ano.
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