Economia

Delfim Netto, considerado o ‘ministro do milagre econômico’, morre aos 96 anos

Ex-ministro da Fazenda estava internado em São Paulo, de acordo com a GloboNews

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O economista Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda brasileiro, morreu nesta segunda-feira (12) aos 96 anos, em São Paulo. Foto: Paulo Fridman/Bloomberg

Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda que comandou a economia brasileira no período conhecido como o “milagre econômico” do país, morreu na manhã desta segunda-feira (12) aos 96 anos, em São Paulo.

Voz influente na economia brasileira por meio século, ele estava hospitalizado devido a complicações de saúde, mas nenhuma causa específica de morte havia sido divulgada até a tarde desta segunda, de acordo com a GloboNews.

Como ministro da Fazenda de 1967 a 1974, Delfim serviu como czar econômico do regime militar que governou o país por mais de duas décadas. Sob seu comando, a economia brasileira se expandiu a uma taxa média anual de 10%, a mais rápida já registrada.

Ele também atuou como ministro da Agricultura e do Planejamento nos anos finais da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, ajudando a negociar a reestruturação da dívida externa do Brasil. Delfim Netto atuou mais tarde no Congresso como deputado federal.

Apesar de fortes ligações com o regime militar, a vasta experiência em diferentes governos o transformou em um conselheiro econômico informal de vários presidentes, incluindo o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que governou no período de crescimento mais rápido do Brasil na época pós-ditadura, durante sua primeira presidência, de 2003 a 2010.

O ex-ministro recebia telefonemas rotineiramente do Palácio do Planalto durante tempos difíceis, ou quando novas medidas econômicas estavam sendo preparadas. Ele também comentava frequentemente sobre questões econômicas por meio de colunas de jornal e entrevistas.

Repercussão

Lula, que retornou à presidência no ano passado, reconheceu suas visões mutáveis ​​sobre Delfim Netto em uma declaração emitida após sua morte.

“Durante 30 anos eu fiz críticas ao Delfim Netto”, disse Lula em nota de pesar. “Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos”, continuou ele.

“Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes.”

luiz inácio lula da silva, presidente do brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Delfim Netto merece respeito por ter se dedicado ao progresso econômico brasileiro.

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, destacou que, “como um dos ministros mais destacados do País, [Delfim Netto] lançou o Brasil para outro patamar, uma economia diversificada, com pilares na infraestrutura e modernidade”.

Delfim Netto nasceu em 1928 em São Paulo. Ele deixa uma filha e um neto, de acordo com a GloboNews.

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