Economia

Dólar encerra em queda, mas acima dos R$ 5,50; Ibovespa retoma os 124 mil pontos

Moeda é afetada pelas preocupações fiscais

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Após ter atingido na véspera o maior valor em dois anos e meio, o dólar à vista fechou a quinta-feira (27) em baixa de 0,20% ante o real, mas acima dos R$ 5,5079. A moeda refletiu a percepção de aumento do risco fiscal, em um dia em que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que a instituição não vai intervir no câmbio em função do nível das cotações.

O dólar atingiu a mínima de R$ 5,4862 e a máxima de R$ 5,5401. Na véspera, a moeda atingiu o maior valor de fechamento desde janeiro de 2022. No mês, a divisa acumula alta de 4,90%.

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Uma na margem, outra na despesa: como os juros e o dólar castigam o varejo

O pico do dólar ocorreu enquanto Campos Neto ainda concedia coletiva em São Paulo e pouco antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciar um discurso em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”, em Brasília

Em sua fala, Lula negou que sua entrevista na quarta-feira ao portal UOL tenha estressado os ativos, em especial o dólar.

“Quem apostar no fortalecimento do dólar ante o real vai quebrar a cara”, disse o presidente. “Quem apostar em derivativo vai perder dinheiro nesse país.”

Já Campos Neto pontuou que a alta da Selic, atualmente em 10,50% ao ano, não está no cenário base do BC.

O presidente do BC também afirmou que a desvalorização recente do real está em linha com os prêmios de risco do Brasil. Ele também descartou a possibilidade de o BC atuar no mercado em função do nível do dólar.

“Como a gente trata o câmbio como flutuante, entendemos que a atuação tem que ser causada por alguma disfuncionalidade pontual, não fazemos intervenção mirando nenhum tipo de nível”, disse. “A gente acredita no princípio da separação entre política monetária e câmbio”, acrescentou Campos Neto.

Ibovespa

O principal indicador da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em alta de 1,29%, a 124.226,46 pontos, maior patamar de fechamento desde 27 de maio. O desempenho foi capitaneado pela disparada da Suzano após a companhia desistir de comprar a International Paper. Já a Sabesp ficou na ponta negativa com apenas a Equatorial Energia fazendo proposta para ser acionista de referência no processo de privatização.

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