Os investidores não apostam mais que a Argentina está a caminho de um inevitável default, a medida em que o presidente Javier Milei conquista os mercados de títulos soberanos com seus planos de reestruturar a segunda maior economia da América do Sul.
O rendimento adicional que os investidores exigem manter os papéis argentinos em relação aos rendimentos do tesouro dos EUA com vencimentos semelhantes caiu abaixo de 10 pontos percentuais, um nível que tradicionalmente sinaliza um patamar “distressed”, de acordo com dados do JPMorgan. O spread está nos níveis mais baixos desde agosto de 2019, quando o ex-presidente Mauricio Macri estava no cargo.
Investidores de renda fixa têm apoiado entusiasticamente a ambiciosa agenda de reformas de Milei nos últimos meses. Os preços de algumas das notas soberanas da Argentina dispararam para seus níveis mais altos desde que foram emitidas em uma reestruturação em setembro de 2020, e os mercados estão precificando probabilidades ainda maiores de que o país cumpra seus pagamentos de títulos em janeiro.
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Os gestores de recursos também estão otimistas que Milei continuará a fazer progressos para acabar com a inflação de três dígitos e reverta anos de déficits fiscais, ao mesmo tempo em que mantém sua popularidade.
O spread sobre os títulos do tesouro americano diminuiu cerca de 941 pontos-base desde que Milei assumiu em dezembro, levando a uma onda de vendas de dívidas pelas maiores empresas da Argentina. Ainda assim, alguns em Wall Street alertam que o país tem um longo caminho a percorrer antes que o governo possa considerar a ideia de um retorno aos mercados.
Os títulos do país ofereceram aos investidores um retorno de 73,5% este ano, o melhor no mundo entre nações em desenvolvimento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
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