Economia

Eleições 2024: Como funciona a urna eletrônica?

Em uso desde 1996, equipamento tem sistemas que garantem sigilo do voto e impedem fraudes

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 4 min

TSE tem mais de 500 mil urnas eletrônicas. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Mais de 500 mil urnas eletrônicas estão à disposição da Justiça Eleitoral para as eleições municipais de 2024. O primeiro turno ocorrerá em 6 de outubro e o segundo turno, nas cidades onde houver, será em 27 de outubro. Desde 1996, as urnas eletrônicas são usadas nas eleições pelo Brasil. Mas você sabe como elas funcionam?

A urna eletrônica não é um computador comum — ela opera de maneira isolada. Desde 2008, todas as versões do equipamento funcionam com o sistema operacional Uenux, versão adaptada do Linux e configurada especialmente para este fim. A urna não está ligada a uma rede, não tem conexão com internet, net wi-fi ou bluetooth. É ligada por um cabo com a tomada e por outro com o terminal do mesário, que conta com um leitor de biometria.

A segurança da urna eletrônica garante que sejam executados apenas os softwares desenvolvidos e assinados digitalmente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O sistema feito em camadas forma diversas barreiras contra tentativas de invasão e trava o equipamento no caso de um ataque hacker.

LEIA MAIS: Veja recursos da urna que auxiliam eleitor com deficiência

Como é a preparação da urna eletrônica?

Antes da eleição, os dados dos eleitores são cadastrados no sistema eleitoral. Isso inclui informações sobre quem pode votar e em qual local. A segurança é testada por especialistas que tentam quebrar as barreiras nos Testes Públicos de Segurança (TPS).

Seis meses antes das eleições, o software desenvolvido pelo TSE para as eleições passa pela Cerimônia de Lacração dos Sistemas Eleitorais, onde os sistemas eleitorais e os programas de verificação desenvolvidos pelas entidades fiscalizadoras são lacrados e assinados digitalmente. Os dados que alimentam a urna eletrônica são protegidos por assinatura digital.

As urnas são programadas para funcionar apenas no dia e no horário de votação. No dia da eleição, o mesário imprime na urna a “zerésima”, provando que naquele equipamento não tem nenhum voto previamente registrado.

A urna eletrônica pode ficar ligada somente na bateria por mais de dez horas, por exemplo, no caso de faltar energia. Cada aparelho tem, em média, dez anos de vida útil.

LEIA MAIS: Tudo sobre as eleições 2024

Ao chegar à seção eleitoral, o eleitor passa primeiro pelo mesário, que em seu terminal vai colocar os dados daquele eleitor e acionar o sistema que deixa a urna de votação pronta para receber o voto. Em seguida, o eleitor vai para a cabine e digita o número dos seus candidatos a vereador e a prefeito. A urna mostra na tela a foto, o nome e número do candidato escolhido, e o eleitor aperta a tecla verde “Confirma”.

A urna conta ainda com recursos de acessibilidade, como teclado em braile, voz sintetizada para auxiliar eleitores com deficiência visual e linguagem de sinais na tela.

Concluída a votação daquele eleitor, o voto é armazenado digitalmente em uma memória interna criptografada. Os dados de cada eleitor são embaralhados e não é possível saber quem votou em quem.

Após o término da votação, às 17h (de Brasília), as urnas são fechadas e, na sequência, cinco vias do Boletim de Urna (BU) são impressas — cada uma delas contém um QR Code. Em seguida, o presidente da seção eleitoral rompe o lacre da urna eletrônica e retira a mídia de resultado, uma espécie de pen drive com todos os dados da urna que só funciona com os programas desenvolvidos e lacrados exclusivamente para aquela eleição.

Os dados da mídia de resultado são transmitidos em um cartório eleitoral por um computador que tem os programas da eleição para serem lidos, conferidos e transmitidos para o TSE, em Brasília, onde são totalizados, e o resultado da eleição é divulgado.

Mais Vistos