Economia

EUA dizem que Maduro perdeu, enquanto líder tenta prender rivais

Os líderes da oposição dizem que têm provas contundentes de que González é o vencedor legítimo da eleição, citando evidências de mais de 80% das seções eleitorais do país

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Os EUA disseram que o mundo deveria reconhecer que a oposição venceu as eleições na Venezuela, enquanto o presidente Nicolás Maduro reforçou sua proclamação de vitória e disse que seus oponentes deveriam ficar presos por décadas.

“Todos podem ver — é claro que Edmundo González Urrutia derrotou Nicolás Maduro por milhões de votos”, disse Brian Nichols, principal diplomata dos EUA para assuntos do Hemisfério Ocidental, em uma reunião da Organização dos Estados Americanos, em Washington. Os governos do mundo devem reconhecer a vitória “esmagadora” de González, disse ele.

Maduro tem intensificado sua retórica contra González e María Corina Machado, a ex-parlamentar que o governo proibiu de concorrer na eleição. Em uma entrevista coletiva, o líder socialista disse que eles “deveriam estar atrás das grades” por supostamente promoverem violência pós-eleitoral e tentarem desestabilizar seu governo.

“Sra. Machado, onde está? Por que não mostra a cara, depois de tanta indignação e violência?”, disse Maduro, reforçando o pedido de seu aliado e presidente do Congresso, Jorge Rodríguez, de que ela seja presa.

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Os líderes da oposição dizem que têm provas contundentes de que González é o vencedor legítimo da eleição, citando evidências de mais de 80% das seções eleitorais do país. O órgão eleitoral da Venezuela, controlado por indicados de Maduro, disse que ele obteve cerca de 51% dos votos.

Maduro solicitou que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela assumisse a auditoria dos dados de votação, ignorando apelos dos EUA, dos países do G-7, assim como de governos aliados na Colômbia e no Brasil, para permitir uma verificação transparente dos resultados.

A suprema corte da Venezuela é controlada há anos por partidários do regime, que emitiram decisões favoráveis em questões que vão desde expropriações pelo Estado até a proibição de candidatos políticos da oposição.

O resultado contestado da eleição e as últimas declarações dos EUA tornam cada vez mais improvável que o governo Biden considere aliviar suas sanções. Isso deixaria a Venezuela isolada dos mercados de capitais internacionais e atrasaria os esforços para renegociar cerca de US$ 150 bilhões em títulos inadimplentes, empréstimos e pagamentos judiciais devidos a credores desde Wall Street até a China.

A postura de Maduro “aponta para uma maior radicalização e pouco espaço para negociar qualquer saída ou transição, então o único caminho a seguir parece ser uma escalada do conflito”, disse Ramiro Blazquez, chefe de pesquisa do BancTrust.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, disse que “a nossa paciência, e a da comunidade internacional, está se esgotando”, acrescentando que a autoridade eleitoral do país precisa liberar os dados da votação.

Em seu discurso, Maduro disse que respeitava Biden e sua decisão de se retirar da eleição nos EUA, mas acrescentou: “Como vocês dizem que perderam a paciência com a Venezuela? Então eu perdi a minha com vocês. É Davi contra Golias.”

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