Os EUA estão construindo as duas máquinas para garantir que o país tenha supercomputadores suficientes para executar experimentos cada vez mais complexos que exigem o aproveitamento de enormes quantidades de capacidade de processamento de dados. As máquinas podem acelerar descobertas científicas em áreas nas quais os EUA estão focados.
Wright disse que os sistemas vão impulsionar os avanços em energia nuclear e energia de fusão, tecnologias para defesa e segurança nacional e o desenvolvimento de medicamentos.
Cientistas e empresas estão tentando criar na Terra a fusão, a reação nuclear que criou o Sol, ao colidirem átomos leves em um gás de plasma sob calor e pressão intensos para liberar quantidades enormes de energia.
“Fizemos grandes progressos, mas os plasmas são instáveis e precisamos recriar o centro do Sol na Terra”, disse Wright à Reuters.
“Teremos um progresso muito mais rápido usando a computação desses sistemas de inteligência artificial que, acredito, terão caminhos práticos para aproveitar a energia de fusão nos próximos dois ou três anos.”
Armas nucleares dos EUA
O secretário norte-americano afirmou que os supercomputadores também ajudarão na administração do arsenal de armas nucleares dos EUA e acelerarão a descoberta de medicamentos por meio de simulações de formas de tratar o câncer até o nível molecular.
“Minha esperança é que nos próximos cinco ou oito anos, transformaremos a maioria dos cânceres, muitos dos quais hoje são sentenças de morte definitivas, em condições controláveis”, disse Wright.
Os planos prevêem que o primeiro computador, chamado Lux, seja construído e entre em operação nos próximos seis meses. A máquina será baseada nos chips de inteligência artificial MI355X da AMD, e o projeto também incluirá CPUs e chips de rede fabricados pela AMD. O sistema é co-desenvolvido pela AMD, Hewlett Packard Enterprise, Oracle Cloud Infrastructure e Oak Ridge National Laboratory (ORNL).
A presidente da AMD disse que a implantação do Lux foi a mais rápida que ela já viu de um computador desse porte. “Essa é a velocidade e a agilidade que queríamos (fazer) para os esforços de IA dos EUA”, disse Su.
O diretor do ORNL, Stephen Streiffer, disse que o supercomputador Lux fornecerá cerca de três vezes a capacidade de IA dos supercomputadores atuais.
O segundo computador, mais avançado, chamado Discovery, será baseado na série MI430 de chips de IA da AMD, que são ajustados para computação de alto desempenho. Esse sistema será projetado pelo ORNL, pela HPE e pela AMD. A previsão é que o Discovery seja entregue em 2028 e esteja pronto para operar em 2029.
Streiffer disse que esperava enormes ganhos, mas não pode prever a capacidade computacional que ele terá.
O MI430 é uma variante especial da série MI400, que combina recursos importantes dos chips de supercomputação tradicionais com recursos para executar aplicativos de IA, disse Su.
O Departamento de Energia dos EUA hospedará os computadores, as empresas fornecerão as máquinas e os investimentos e ambas as partes compartilharão o poder de computação, disse um funcionário do departamento.
Os dois supercomputadores baseados em chips da AMD devem ser os primeiros de muitos desses tipos de parcerias com o setor privado e os laboratórios do Departamento de Energia em todo os EUA, disse o funcionário.
