Economia
Fed deve elevar juros em 05 ponto percentual após alívio da inflação
Ficará mais claro nas próximas semanas se essas expectativas são justificadas.
A desaceleração da inflação nos Estados Unidos pode permitir que as autoridades do Federal Reserve amenizem a mais agressiva campanha de aperto monetário em décadas quando se reunirem no próximo mês, embora os dados disponíveis nas próximas semanas ainda possam mudar o quadro.
Depois que um relatório do Departamento do Trabalho dos EUA nesta quarta-feira mostrou que os preços ao consumidor ficaram estáveis em julho em comparação com junho, operadores de futuros atrelados aos juros básicos do Fed nesta reduziram as apostas de que o banco central norte-americano adotará um terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual em sua reunião de política monetária de 20 e 21 de setembro e, em vez disso, optará por um aumento de 0,5 ponto.
Os operadores agora esperam que os aumentos na taxa de juros do Fed atinjam o pico em dezembro com 3,25%-3,5%. Os mercados de ações seguiram uma inclinação semelhante na expectativa de um banco central menos agressivo, com o S&P 500 subindo quase 2% nas negociações do final da manhã.
Sinais mais claros nas próximas semanas
Ficará mais claro nas próximas semanas se essas expectativas são justificadas. Para que o Fed recue, dados de inflação subsequentes precisarão confirmar a ideia de que os aumentos de preços estão desacelerando.
O índice de preços ao consumidor subiu 8,5% em julho em relação ao ano anterior, mostrou o relatório desta quarta-feira (10). Embora isso tenha marcado uma queda em relação à taxa de 9,1% de junho, os preços ainda estão subindo em níveis que não são vistos desde a era de inflação elevada dos anos 1970 e início de 1980.
Os preços dos alimentos em julho saltaram 11% em relação ao ano anterior, devastando principalmente as famílias de baixa renda.
Mas por enquanto analistas se concentraram no fato de que, após meses em que a aceleração das pressões de preços levou as autoridades do Fed a apertarem as condições de crédito mais rapidamente do que em qualquer outro momento desde a década de 1980, os dados de inflação finalmente surpreenderam na direção oposta.
Veja também
- BC da China faz corte de juros recorde
- Empresas dos EUA observaram desaceleração da atividade nas últimas semanas, diz Fed
- Copom terá de elevar a Selic para 12,25% até março, diz ex-diretora do BC
- Relação da dívida pública pelo PIB avança para 77,8% em junho
- Desinflação ainda requer política monetária contracionista, diz Campos Neto