Economia

Fed está “fortemente comprometido” em reduzir a inflação com rapidez, diz Powell

Powell reiterou que aumentos contínuos na taxa básica de juros do Fed serão apropriados, mas ritmo vai depender da evolução da economia.

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 4 min

O Federal Reserve está “fortemente comprometido” em reduzir a inflação que está na máxima de 40 anos, e as autoridades estão agindo “rapidamente para fazê-lo”, disse o chair do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, nesta quarta-feira (22).

“É essencial que reduzamos a inflação se quisermos ter um período sustentado de fortes condições do mercado de trabalho que beneficiem a todos”, disse Powell em declarações preparadas ao Comitê Bancário do Senado.

A inflação continua bem acima da meta de 2% do Fed, embora haja algumas indicações de que uma medida do aumento de preços que exclui os custos voláteis de alimentos e energia pode ter se estabilizado ou diminuído um pouco no mês passado, disse Powell.

Powell compareceu perante o comitê do Senado uma semana depois de o Fed ter elevado sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual –o maior aumento desde 1994. Em entrevista coletiva após a decisão, Powell também falou sobre o caminho cada vez mais difícil à frente para o banco central reduzir a inflação sem causar grandes danos à economia no processo, especialmente um aumento significativo do desemprego.

“Nosso objetivo realmente é reduzir a inflação para 2% enquanto o mercado de trabalho continua forte… O que está ficando mais claro é que muitos fatores que não controlamos vão desempenhar um papel muito significativo para decidir se isso é possível ou não”, disse Powell na semana passada, citando a guerra na Ucrânia e as preocupações com o abastecimento global.

“Há um caminho para chegarmos lá… Não está ficando mais fácil. Está ficando mais desafiador.”

Juros subindo

Em sua declaração nesta quarta-feira, Powell reiterou que aumentos contínuos na taxa básica de juros do Fed serão apropriados, mas que “o ritmo dessas mudanças continuará a depender dos dados recebidos e da evolução das perspectivas para a economia”.

“A inflação obviamente surpreendeu para cima no último ano, e mais surpresas podem estar reservadas”, disse ele, acrescentando que as autoridades de política monetária devem ser “ágeis” em resposta aos dados recebidos e às perspectivas em evolução.

As observações de Powell ao comitê também mostraram o quanto o ambiente de inflação mudou nos meses desde que ele entregou o primeiro de seus relatórios semestrais aos parlamentares.

Na época, ele descreveu a inflação –que estava em 6% ao ano pela medida preferida do Fed– como “provável de cair ao longo do ano”. Poucos sinais disso surgiram desde essas observações, apesar de três aumentos de juros que elevaram a taxa básica do Fed de quase zero para uma faixa de 1,50% a 1,75% no espaço de 13 semanas –com mais aumentos nos custos de empréstimos por vir.

Projeções divulgadas pelos membros do Fed na semana passada mostraram que eles esperam que o crescimento econômico desacelere para abaixo da tendência este ano, enquanto a taxa de desemprego dos EUA –atualmente de 3,6%– começa a subir. Enquanto isso, eles moderaram materialmente sua expectativa de quão rapidamente a inflação diminuirá, com uma previsão mediana de uma taxa anual no final de 2022 diminuindo para 5,2% por sua medida preferida, de 6,3% previstos em abril. Em março, eles calcularam essa leitura em 4,3%.

Contratos futuros de juros precificam totalmente uma alta de 0,75 ponto na reunião de julho do banco central e em torno de 50% de chances de uma taxa de juros na faixa de 3,50% a 3,75% no final deste ano.

As observações de Powell deram início ao primeiro de dois dias de aparições no Congresso para atualizar os parlamentares norte-americanos sobre o estado da economia e da política monetária. Ele irá falar perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quinta-feira (23).

Mais Vistos