Economia – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Tue, 19 Nov 2024 20:46:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Economia – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Milei, da Argentina, atua como substituto de Trump na cúpula do G20 no Rio https://investnews.com.br/economia/milei-da-argentina-atua-como-substituto-de-trump-na-cupula-do-g20-no-rio/ Tue, 19 Nov 2024 20:46:43 +0000 https://investnews.com.br/?p=631571
O presidente da Argentina, Javier Milei, na cúpula do G20 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro 19/11/2024 REUTERS/Pilar Olivares

Enquanto líderes mundiais na cúpula do G20 no Brasil se preparam para o retorno do presidente dos EUA, Donald Trump, ao centro dos temas globais, um chefe de Estado presente na sala já deu uma prévia de um estilo familiar e iconoclasta de direita.

O presidente argentino Javier Milei negou a ciência climática, discordou sobre igualdade de gênero, criticou impostos mais altos para bilionários e, recém-chegado de um encontro com Donald Trump em seu resort Mar-a-Lago, mostrou que está disposto a desafiar o consenso global.

Enquanto Milei celebrava com o presidente eleito dos EUA na Flórida, os principais diplomatas de seu país passaram a semana passada no Rio negociando um consenso delicado com colegas do G20 em torno de uma declaração conjunta de 9 mil palavras para aprovação final pelos chefes de Estado nesta semana.

Os diplomatas tiveram problemas quando os negociadores argentinos disseram ter recebido uma ligação do presidente com ordens para que endurecessem a resistência a trechos previamente acordados sobre cooperação tributária, relataram pessoas envolvidas nas discussões.

“Parece, agora, que a posição oficial da Argentina é criar problemas”, reclamou um diplomata europeu.

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Os diplomatas argentinos cederam após dias de negociações intensas. Os chefes de Estado, no entanto, ouviram diretamente de Milei durante a cúpula suas objeções às menções no comunicado conjunto sobre tributação progressiva, igualdade de gênero e aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, de acordo com fontes presentes no debate plenário.

Um porta-voz de Milei não respondeu a um pedido de comentário.

Ele adotou um tom desafiador nas redes sociais, repetindo uma mensagem anterior na plataforma X, na segunda-feira: “Não sou político, nem aspiro a ser. Assim como o presidente Trump, tive que entrar neste pântano podre como um ato de autodefesa”.

Em breve, ele pode não apenas ecoar a retórica, mas também as principais decisões políticas.

Após um longo debate privado com Milei antes da cúpula, o presidente francês Emmanuel Macron saiu convencido de que o argentino vai abandonar o Acordo de Paris se Trump cumprir sua ameaça de fazer o mesmo, segundo uma autoridade francesa.

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Nas negociações climáticas da ONU na semana passada, a delegação argentina abandonou as discussões por ordens de Milei, um negacionista do aquecimento global. Durante a cúpula do G20, ele evitou uma sessão de trabalho sobre desenvolvimento sustentável nesta terça-feira, de acordo com uma fonte presente.Desde o início da cúpula, Milei deixou claro que não estava ali para fazer amigos.

Ao chegar na segunda-feira ao Museu de Arte Moderna do Rio, Milei cumprimentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião do evento, com um aperto de mão frio. Ele segurava uma pasta junto ao peito, descartando o abraço habitual entre líderes latino-americanos amigáveis.

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Polônia e França discutirão lista de preocupações sobre o acordo com Mercosul https://investnews.com.br/economia/polonia-e-franca-discutirao-lista-de-preocupacoes-sobre-o-acordo-com-mercosul/ Tue, 19 Nov 2024 17:35:57 +0000 https://investnews.com.br/?p=631354
Protesto de agricultores perto de Paris contra acordo UE-Mercosul 17/11/2024 REUTERS/Stephanie Lecocq

A Polônia pretende unir forças com a França e a Itália para bloquear um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que vem sendo elaborado há um quarto de século.

A ministra francesa da Agricultura, Annie Genevard, se reunirá com sua colega polonesa em Varsóvia nos próximos dias para “comparar suas listas de objeções” ao acordo, disse o ministro das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, nesta terça-feira (19). O pacto comercial foi um elemento importante das recentes conversas bilaterais com Paris, acrescentou.

“Talvez, então, cheguemos a uma posição conjunta com a França e a Itália, o que seria uma minoria de bloqueio suficiente” para o acordo, disse Sikorski a repórteres em Varsóvia.

O pacto comercial do Mercosul, há muito adiado, composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foi acordado em princípio em 2019, mas desde então tem sido postergado principalmente por objeções francesas.

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Na segunda-feira, Genevard disse à rádio France Bleu Besancon que o país está entrando em contato com outros estados da UE, incluindo Holanda, Itália e Polônia, para tentar formar uma “minoria de veto” para bloquear o acordo “que não é um bom acordo e que cristaliza o profundo descontentamento dos agricultores”.

A Polônia tem um histórico de proteger seu setor agrícola da concorrência estrangeira. No ano passado, o governo anterior impôs uma proibição unilateral às importações de grãos da Ucrânia, provocando um conflito diplomático com Kiev. Os agricultores poloneses organizaram uma conferência em frente ao parlamento polonês hoje para expressar sua discordância com o acordo do Mercosul e disseram que, se o governo se manifestasse a favor do pacto, eles organizariam protestos em todo o país.

Na França, os agricultores e produtores de carne e aves estão exigindo garantias de que seus rivais latino-americanos cumpram as normas ambientais e de saúde da UE — incluindo para uso de antibióticos e pesticidas — que são mais rigorosas.

Os principais sindicatos agrícolas do país, que enfrentam colheitas fracas devido ao mau tempo, deram ao novo governo até meados de novembro para atender às suas exigências – que incluem a proteção do comércio dentro da Europa contra a concorrência mais barata.

Os produtores do Mercosul são atualmente os maiores fornecedores de carne bovina e de aves da UE, e um possível acordo aumentaria significativamente esses volumes, prejudicando os produtores locais, disseram os sindicatos em um comunicado na semana passada.

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No último dia do G20 no Rio, líderes focam medidas para mudança climática https://investnews.com.br/economia/no-ultimo-dia-do-g20-no-rio-lideres-focam-medidas-para-mudanca-climatica/ Tue, 19 Nov 2024 13:38:57 +0000 https://investnews.com.br/?p=631314
Líderes mundiais posam para uma foto de família durante a Cúpula de Líderes do Grupo dos 20 (G20) no Rio de Janeiro, Brasil, na segunda-feira, 18 de novembro de 2024. Os líderes do G-20 que se reúnem no Brasil esta semana devem mostrar unidade em relação à ação climática e às regras do comércio global, duas áreas ameaçadas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, enquanto continuam as conversas sobre como caracterizar a guerra da Rússia na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio. Fotógrafo: Dado Galdieri/Bloomberg

Os líderes do Grupo das 20 maiores economias se reúnem nesta terça-feira para discutir o desenvolvimento sustentável e a transição para uma energia mais limpa, com o objetivo de aumentar as chances de um acordo bem-sucedido para lidar com o aquecimento global nas negociações climáticas da ONU no Azerbaijão.

O anfitrião da cúpula climática COP29 realizou, um dia antes, um apelo para que os países do G20 enviem um sinal positivo sobre a necessidade de enfrentar a mudança climática e forneçam mandatos claros para ajudar a salvar as negociações que estão travadas em Baku, no Azerbaijão.

Com o mundo no caminho para o ano mais quente já registrado, os líderes estão tentando reforçar os esforços para lidar com as mudanças climáticas antes que Donald Trump retome a Presidência dos Estados Unidos em janeiro. Ele estaria se preparando para sair do Acordo de Paris sobre mudança climática e reverter a política dos EUA sobre o aquecimento global.

Em uma declaração conjunta emitida na segunda-feira, os líderes do G20 pediram um “aumento rápido e substancial do financiamento climático de bilhões para trilhões de todas as fontes” para pagar pela resposta às mudanças climáticas.

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Os líderes do G20 concordaram que os negociadores da COP29 precisam chegar a um acordo sobre uma nova meta financeira para a quantidade de dinheiro que as nações ricas devem fornecer aos países em desenvolvimento mais pobres no financiamento climático.

Mas, embora a declaração do G20 tenha dito que as nações precisam resolver a questão, não houve indicação de qual deveria ser a solução na cúpula da ONU, prevista para terminar na sexta-feira.

Economistas sugerem que a meta deveria ser de pelo menos 1 trilhão de dólares por ano.

Os países desenvolvidos, inclusive na Europa, argumentam que a base de contribuintes precisa ser ampliada para incluir os países em desenvolvimento mais ricos, como a China e os países mais ricos do Oriente Médio, a fim de chegar a um acordo sobre uma meta ambiciosa.

Os países em desenvolvimento, como o Brasil, anfitrião do G20, têm se mostrado contrários à expansão para além dos países desenvolvidos, os principais responsáveis pelas mudanças climáticas.

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No domingo, fontes próximas às negociações do G20 disseram que foi apresentado um texto que sugeria que os países em desenvolvimento poderiam contribuir de forma voluntária, mas esse texto não foi incluído no acordo final.

Na abertura da cúpula anual no Rio de Janeiro, na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o impacto da mudança climática é evidente em todo o mundo e precisa ser tratado com urgência.

As nações do G20 são consideradas vitais para moldar a resposta ao aquecimento global, uma vez que controlam 85% da economia mundial e também são responsáveis por mais de três quartos das emissões de gases que causam o aquecimento climático.

O G20 também se comprometeu a chegar a um acordo sobre um tratado juridicamente vinculativo para limitar a poluição plástica até o final de 2024, com a retomada das negociações sobre o assunto na próxima semana, com o objetivo de encerrar mais de dois anos de negociações para chegar a um acordo.

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Apesar de rusgas, Brasil avança em plano para importar gás natural da Argentina https://investnews.com.br/economia/apesar-de-rusgas-brasil-avanca-em-plano-para-importar-gas-natural-da-argentina/ Mon, 18 Nov 2024 21:16:57 +0000 https://investnews.com.br/?p=631201 Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente da Argentina Javier Milei, durante cumprimentos aos líderes do G20
Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente da Argentina Javier Milei, durante cumprimentos aos líderes do G20 (Ricardo Stuckert/PR)

O Brasil está avançando com planos para importar gás natural argentino de Vaca Muerta, em um sinal de que acordos comerciais bilaterais podem superar uma relação política complicada.

O Ministério de Minas e Energia do Brasil assinou um memorando de entendimento com a Argentina nesta segunda-feira (18) para identificar a infraestrutura necessária para aumentar o fornecimento de gás natural.

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Os países esperam que os volumes importados atinjam 30 milhões de metros cúbicos por dia até 2030, e fazem parte de um plano mais amplo para usar o combustível para acelerar o crescimento industrial, segundo o ministério.

O acordo mostra como os negócios entre Brasil e Argentina conseguem avançar mesmo quando o presidente argentino Javier Milei desafia os esforços de seu par brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para ser um protagonista no cenário global.

Os dois líderes estão travados em uma batalha pública desde o ano passado, quando Lula enviou uma equipe de assessores de campanha para trabalhar para o oponente eleitoral de Milei e o argentino incluiu seu vizinho em um grupo de “comunistas” com os quais ele não trabalharia.

O acordo

O memorando de entendimento cria um grupo de trabalho bilateral para identificar as medidas necessárias para tornar economicamente viável o fornecimento de gás natural argentino ao Brasil. A Argentina também precisa garantir um mercado para suas vastas reservas de gás para acelerar o crescimento da produção.

O acordo de gás deve permitir que o Brasil compre 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás no início do próximo ano das províncias argentinas de Neuquén e Rio Negro, e alcance 10 milhões de metros cúbicos nos próximos três anos. O Brasil estima que o gás de Vaca Muerta possa custar cerca de metade do preço médio atual de US$ 14 por BTU.

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Inicialmente, um gasoduto que passa pela Bolívia seria usado para transportar o gás, mas os custos de transporte, que são uma questão-chave, ainda precisam ser resolvidos, segundo o ministério. A Bolívia costumava fornecer gás para usinas tanto para o Brasil quanto para a Argentina até que sua produção diminuiu.

Outras opções de infraestrutura de transporte para expandir o fluxo de gás argentino para o Brasil poderiam incluir novos gasodutos que poderiam passar pela Argentina ou mesmo pelo Paraguai, e envios de gás natural liquefeito de terminais argentinos para terminais na costa brasileira, disse o funcionário. O Ministério de Energia da Argentina não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

© 2024 Bloomberg L.P.

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Dólar acompanha exterior e fecha em baixa ante o real https://investnews.com.br/economia/dolar-acompanha-exterior-e-fecha-em-baixa-ante-o-real/ Mon, 18 Nov 2024 20:25:53 +0000 https://investnews.com.br/?p=631188 Ilustração representando investimento estrangeiro na América Latina
Ilustração: João Brito

O dólar fechou a segunda-feira em queda ante o real, pouco abaixo dos R$ 5,75, acompanhando o recuo praticamente generalizado da moeda norte-americana no exterior, enquanto no Brasil investidores seguiam à espera do anúncio do pacote fiscal do governo Lula.

O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,65%, cotado a R$ 5,7484. Em novembro, a divisa acumula queda de 0,57%.

Às 17h03, o dólar para dezembro — o mais líquido atualmente no Brasil — cedia 0,60%, aos R$ 5,7540.

Na volta do feriado do Dia da Proclamação da República, que manteve o mercado brasileiro fechado na sexta-feira (15), a moeda norte-americana chegou a oscilar pontualmente em alta no início do dia, acima dos R$ 5,80.

Mas o recuo quase generalizado do dólar no exterior passou a influenciar os preços também no Brasil, conduzindo as cotações para o território negativo.

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O fato de o dólar ter subido nas últimas semanas abria espaço para correções de preços nesta sessão, avaliou André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

“O que a gente viu ao longo das últimas semanas foi um processo agudo de valorização do dólar, sobretudo depois da vitória do candidato republicano (Donald Trump) nas eleições dos EUA”, afirmou em comentário enviado a clientes.

“É natural que o mercado faça este movimento de correção. O dólar não está perdendo valor só em relação à moeda brasileira, está perdendo valor em relação à maioria das moedas de países em desenvolvimento e também dentro do DXY”, acrescentou, em referência à relação entre dólar e cesta de moedas fortes.

A demora do governo em anunciar medidas para a área fiscal, prometidas para depois das eleições municipais, voltou a dar suporte às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), mas não evitou a queda do dólar ante o real.

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Em entrevista divulgada no domingo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, limitou-se a dizer que o pacote está fechado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e será anunciado “brevemente”. Já o secretário de política econômica do ministério, Guilherme Mello, afirmou na manhã desta segunda-feira que as medidas vão reforçar o compromisso com a regra fiscal.

“Esse cenário pode gerar otimismo no mercado, e, combinado com a expectativa de juros mais altos no Brasil, pode ser favorável ao câmbio, caso os investidores se animem com as medidas do pacote fiscal”, disse mais cedo Diego Gardi, gerente comercial e analista da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.

Pela manhã, o relatório Focus do Banco Central revelou que a mediana das projeções do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2024 passou de R$ 5,55 para R$ 5,60 e no fim de 2025 de R$ 5,48 para R$ 5,50.

No fim da manhã, o BC vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

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Ouro cai 7% no mercado global desde a vitória de Trump https://investnews.com.br/economia/ouro-cai-7-no-mercado-global-desde-a-vitoria-de-trump/ Sun, 17 Nov 2024 19:44:01 +0000 https://investnews.com.br/?p=630902 Pilha de barras de ouro em fundo cinza; valorização do ouro
Foto: Getty Images/ Israel Sebastian

A eleição de Donald Trump impulsionou o mercado de ações e o bitcoin. Já o ouro talvez leve mais tempo para se recuperar.

Nos dois dias seguintes à vitória do candidato republicano, o desempenho do metal precioso foi o pior em 13 ciclos de eleições presidenciais dos EUA, de acordo com o Deutsche Bank. Os preços do ouro caíram quase 7% desde o dia da eleição.

“As pessoas realmente se interessam pelo ouro quando nada mais está funcionando”, disse Rob Haworth, diretor de estratégia de investimento sênior do US Bank. “As ações estão indo bem; você está vendo até retornos sólidos para créditos corporativos de baixa qualidade. Então, é menos provável que você busque fontes alternativas de crescimento para o portfólio.”

A queda do ouro representa uma reviravolta marcante para uma commodity que havia subido mais de 30% no ano que antecedeu as eleições dos EUA, atingindo recordes sucessivos enquanto riscos geopolíticos e econômicos atraíam investidores.

LEIA MAIS: O que explica a alta de 45% do ouro em 18 meses 

Embora a incerteza de longo prazo ainda permaneça, com Trump conhecido por suas posições imprevisíveis, muito do apelo de porto seguro do ouro desapareceu depois que o cenário mais otimista para o metal — uma eleição contestada — não se concretizou.

Um dólar em alta nos dias seguintes à reeleição de Trump também é desfavorável para o ouro, já que é precificado na moeda dos EUA. Ao mesmo tempo, a economia dos EUA parece estar em boa forma, com a inflação diminuindo.

“O ouro seria uma aposta contrária”, disse Matt Miskin, co-diretor de estratégia de investimento na John Hancock Investment Management. “O sentimento atual é que há muito pouco risco, seja nos fundamentos da economia, seja geopolítico. Em ambientes como este, não é fácil ir contra o momento.”

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Alguns investidores podem não concordar com a plataforma do presidente eleito, mas apenas saber o que esperar de um segundo mandato de Trump ajudou a remover parte da recente incerteza – que tinha impulsionado o metal amarelo para suas máximas históricas. A confirmação de uma vitória republicana também significa mais espaço para implementar as políticas que ele apresentou durante a campanha. A agenda de Trump, que inclui cortes de impostos, desregulamentação financeira e tarifas, tem atraído fundos de hedge para setores que podem se beneficiar, incluindo grandes bancos e a indústria.

“Temos lugares mais atraentes para alocar capital” do que o ouro, disse Jay Hatfield, CEO da Infrastructure Capital Advisors, citando oportunidades em finanças e outros ativos mais arriscados. “Quem quer perder o rali de 10% no Goldman Sachs?”

As criptomoedas também dispararam desde o dia da eleição devido às expectativas de que as políticas de Trump darão impulso aos ativos digitais. Os ativos totais do iShares Bitcoin Trust, o ETF de bitcoin à vista da BlackRock, ultrapassaram US$ 40 bilhões pela primeira vez na última semana. Esse aumento coincidiu com uma forte saída de SPDR Gold Shares, o maior ETF de ouro físico do mundo.

“Com uma vitória de Trump, provavelmente veremos menos regulamentação nas criptomoedas. Isso deve atrair pelo menos algum capital que, especulativamente, pode migrar do ouro para os criptoativos agora”, disse Kristina Hooper, estrategista-chefe de mercado global da Invesco Advisers.

Ainda assim, o ouro pode ter espaço para se recuperar no longo prazo. As promessas rígidas de Trump sobre impostos e tarifas provavelmente resultarão em déficits e inflação mais altos, o que poderia desencadear o retorno à compra de ouro como proteção contra a inflação.

Se um segundo mandato de Trump desestabilizar o comércio global e a geopolítica, também pode levar bancos centrais, como os da China e da Rússia, a continuar comprando ouro para se diversificar do sistema de reservas em dólar.

“Muitos gerentes de reservas de países ‘amigos’ e ‘neutros’ estarão um pouco mais preocupados com uma política externa mais errática e suas implicações sobre a segurança de suas reservas”, disse Rajeev De Mello, gerente de portfólio macro global na Gama Asset Management SA.

O momento atual do ouro seria “uma oportunidade de compra na baixa mais do que qualquer outra coisa”, acrescentou ele. “Após o declínio acentuado desde as eleições dos EUA, o metal entrou em uma faixa mais acessível.”

Por Yvonne Yue Li e Sybilla Gross

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Wall Street afunda com cautela de Powell e escolhas do gabinete de Trump https://investnews.com.br/economia/wall-street-afunda-com-cautela-de-powell-e-escolhas-do-gabinete-de-trump/ Sat, 16 Nov 2024 15:38:42 +0000 https://investnews.com.br/?p=630809 Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa nesta sexta-feira, com o S&P 500 e o Nasdaq registrando suas maiores perdas em um dia em duas semanas, devido a preocupações com cortes mais lentos nas taxas de juros e com a reação dos investidores às escolhas do gabinete do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

O Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, citou na quinta-feira o crescimento econômico contínuo, um mercado de trabalho sólido e a inflação acima da meta de 2% do banco central dos EUA como razões pelas quais ele pode se dar ao luxo de ser cuidadoso com o ritmo e o escopo de futuros cortes nas taxas.

Os traders aumentaram as apostas de que o Fed não alterará as taxas em sua reunião de dezembro, precificando uma chance de cerca de 42%, contra cerca de 14% há um mês, de acordo com a ferramenta CME FedWatch. Eles também reduziram as expectativas de flexibilização em 2025.

Essa visão foi reforçada por dados econômicos de sexta-feira que mostraram que as vendas no varejo dos EUA aumentaram um pouco mais do que o esperado em outubro. Os preços das importações também se recuperaram e dados divulgados na quarta e quinta-feira mostraram uma inflação estável.

“Nas últimas 48 horas, tivemos algumas mudanças muito grandes, não apenas devido à eleição, mas também devido aos dados econômicos que foram melhores do que o esperado e ao discurso de Powell sobre não precisar ser tão agressivo nos cortes das taxas de juros”, disse Adam Rich, vice-diretor de investimentos da Vaughan Nelson em Houston.

“As expectativas do mercado quanto aos cortes nas taxas de juros caíram substancialmente e o mercado também está se reajustando após uma reação bastante otimista às eleições nos EUA.”

As quedas de sexta-feira encerraram uma semana em que o foco do mercado mudou da vitória de Trump nas eleições dos EUA, vista como uma escolha pró-negócios, para preocupações com o caminho do corte das taxas e possíveis riscos de inflação sob o próximo governo.

Durante a semana, o S&P 500 caiu 2,08%, enquanto o Nasdaq caiu 3,15%, marcando suas maiores perdas semanais em mais de dois meses. O Dow caiu 1,24% na semana.

“Os volumes estão elevados hoje. As pessoas estão realizando lucros porque este tem sido um bom mês. As ações dos E.U.A. estão indo bem este mês. Mas não se trata de uma tomada de lucros generalizada”, disse John Augustine, diretor de investimentos do Huntington National Bank, apontando para os ganhos no setor de serviços públicos. “Isso sugere mais uma rotação.”

As ações de fabricantes de vacinas e empresas de alimentos embalados também caíram depois que Trump disse que nomearia Robert F. Kennedy Jr., que espalhou informações falsas sobre vacinas e criticou alimentos ultraprocessados, para chefiar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

O Dow Jones caiu 0,70%, para 43.444 pontos; o S&P 500 perdeu 1,32%, para 5.870 e o Nasdaq Composite tombou 2,24%, para 18.680 pontos.

Por Sinéad Carew e Lisa Pauline Mattackal

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Argentina elimina imposto de importação para compras online de até US$ 400 https://investnews.com.br/economia/argentina-amplia-para-us-400-a-isencao-de-imposto-de-importacao-para-encomendas-online-do-exterior/ Sat, 16 Nov 2024 15:35:17 +0000 https://investnews.com.br/?p=630817 A partir de dezembro, os argentinos poderão comprar até US$ 400 em sites como Shopee e AliExpress sem pagar imposto de importação – uma decisão que vai pelo caminho oposto ao do Brasil, que decidiu neste ano taxar as compras até US$ 50, antes isentas.

Não significa isenção completa. Os pacotes até US$ 400 seguem pagando o IVA argentino, de 21%.

Outra medida foi ampliar o limite de compras para pessoa física (sem mexer no imposto de importação, veja bem). Agora os argentinos podem comprar até US$ 3 mil por operação nessas importações diretas. Antes, o limite era US$ 1 mil.

LEIA MAIS: Argentina registra o décimo mês consecutivo de superávit primário

No Brasil, vale notar, o teto já é de US$ 3 mil – e de US$ 10 mil no caso de medicamentos. Passou disso, entram no baile fiscal os impostos PJ (IPI, Pis, Cofins).

A informação sobre a liberal medida Argentina vem de um tuíte de Luis Caputo, o ministro da Economia. Ele publicou na sexta (15): “Queremos que todos os argentinos tenham acesso a preços mais competitivos, não só aqueles que têm a oportunidade de viajar e trazer roupas, brinquedos e pequenos eletrodomésticos do exterior.”

A mensagem também deixa claro que o governo visa a ampliação da oferta de produtos na economia argentina. Trata-se de uma medida que ajuda a combater a inflação (ainda em 2,7% ao mês).

Mira acá:

Para quem compra em viagens internacionais, o Brasil segue mais liberal que a Argentina: até US$ 1 mil por pessoa não tem imposto. Lá, o limite continua em US$ 500.

Nota: circula em diversos sites brasileiros a informação de que a Argentina aboliu completamente os impostos de importação sobre produtos comprados no exterior. Não é o caso – como você viu aqui.

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Argentina registra o décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro https://investnews.com.br/economia/argentina-registra-o-decimo-mes-consecutivo-de-superavit-primario-em-outubro/ Fri, 15 Nov 2024 20:15:08 +0000 https://investnews.com.br/?p=630783 A Argentina registrou o décimo superávit primário mensal consecutivo em outubro, de 746,921 bilhões de pesos argentinos (753,7 milhões de dólares), informou o ministro da Economia, Luis Caputo, nas redes sociais nesta sexta-feira, conforme o governo busca medidas rigorosas de austeridade para enfrentar a crise econômica.

LEIA MAIS: Efeito Milei – Investidores veem menor risco de calote da Argentina

O setor público registrou um superávit financeiro de 523,398 bilhões de pesos no mês passado.

O presidente libertário Javier Milei fez do “déficit zero” uma política econômica fundamental e prometeu vetar quaisquer projetos de lei que ameacem o equilíbrio fiscal. Ele culpa os gastos de governos anteriores por contribuírem com a inflação altíssima.

Por Eliana Raszewski e Kylie Madry

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Ajuste fiscal não será ‘serra elétrica’ em gastos, diz Padilha https://investnews.com.br/economia/ajuste-fiscal-nao-sera-serra-eletrica-em-gastos-diz-padilha/ Fri, 15 Nov 2024 16:20:59 +0000 https://investnews.com.br/?p=630733 O ajuste fiscal que deve anunciado nos próximos dias pelo governo federal não será uma “serra elétrica” nos gastos, disse nesta sexta feira o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

“O Brasil já tem um marco fiscal, está crescendo mais de 3%, tem inflação sob controle e está gerando emprego. Toda árvore que cresce tem que ser podada para ter frutos mais fortes, melhores”, disse Padilha a jornalistas em evento do G20, no Rio de Janeiro.

“Toda árvore que cresce precisa ser podada, mas sem serra elétrica. Vai podar de forma organizada”, disse Padilha. Questionado se o corte de gastos será radical, o ministro respondeu que “Não…Vai ser aquilo que um bom podador faz. Será uma coisa bem feita e não como em outros momentos quando se usava uma serra elétrica e cortavam tudo e perdíamos o trabalho de crescimento, da redução da desigualdade e da geração de emprego”, afirmou Padilha.

Nos últimos dias, a área econômica do governo tem se reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com representantes dos ministérios para discutir o corte de gastos. O governo faz esforço para atingir a meta de déficit zero em 2024.

Padilha reforçou que bases econômicas do atual governo como crescimento, emprego e renda serão garantidas. “Com certeza isso vai ser preservado”, afirmou.

Explosões

Padilha também comentou nesta sexta-feira as explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília na noite de quarta-feira. Segundo ele, discursos de ódio e extremismos políticos podem estar fomentando esse tipo de radicalismo.

Para Padilha, foi um ataque à democracia e que “fragilizou” a ideia de anistia aos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Esse crime gravíssimo reacende o que aconteceu em 8 de Janeiro…Não queremos estímulos ao ódio e à intolerância. O ato tem impacto político, sim, e faz relembrar 8 de janeiro e torna mais difícil a situação daqueles que ainda defendem passar pano para os que atuaram em 8 de janeiro”, disse o ministro.

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