Economia
Ficou sabendo? Alternativa à Petrobras; fábrica de plástico ‘verde’ e BMW
Compagas fecha contrato para gás natural em seu primeiro grande movimento com um fornecedor alternativo à Petrobras; Braskem espera aprovar construção de fábrica de polietileno ‘verde’.
Compagas fecha contrato para gás natural
A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) assinou com a Tradener um contrato para receber até 300 mil metros cúbicos de gás natural por dia, em seu primeiro grande movimento com um fornecedor alternativo à Petrobras, informou a distribuidora à Reuters nesta segunda-feira.
A primeira entrega de gás pelo novo contrato, assinado no início do mês, foi concretizada nesta data, com um volume de 87 mil metros cúbicos.
Oriundo da Bolívia, o gás será fornecido na modalidade interruptível, ou seja, quando a demanda pode ser interrompida ou reativada mediante disponibilidade de molécula e transporte por parte dos supridores. Esse tipo de oferta já havia sido testado pela Compagas, em junho, com a própria Tradener.
A modalidade foi a solução encontrada pela distribuidora para diversificar fornecedores, uma vez que atualmente, há uma indisponibilidade de capacidade de saída de transporte, totalmente ocupada pela Petrobras, o que dificulta, no curto prazo, a viabilização de novos contratos de fornecimento firme no Estado.
Segundo a Compagas, a diversificação na oferta de suprimento, com maior competitividade, será revertida em redução do preço médio do gás natural para os seus consumidores.
“Esse novo contrato certamente vai nos auxiliar a obter um maior ganho de competitividade em nosso portfólio de suprimento e, consequentemente, para nossos consumidores”, disse em nota o diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr.
Com o contrato, a companhia encerra a chamada pública aberta em 2021 em conjunto com as distribuidoras Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGÁS), Gas Brasiliano Distribuidora (GasBrasiliano), Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS) e Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (SULGÁS).
Atualmente, outra chamada pública está em andamento, pela qual a empresa planeja comprar 70 mil m³/dia de gás para complementar os contratos vigentes e atender ao mercado cativo a partir de 2023, além de mais de 500 mil m³/dia de volume firme para 2024 e 2025.
Braskem deve aprovar fábrica de plástico “verde”
A Braskem (BRKM5), maior petroquímica das Américas, espera aprovar até o fim de junho de 2023 a construção de uma segunda fábrica de polietileno “verde”, projeto em estudo com uma parceira na Tailândia e que deve envolver investimento de centenas de milhões de dólares.
A companhia já opera uma fábrica de plástico verde, produzido a partir da cana de açúcar, no Rio Grande do Sul, à plena capacidade de 200 mil toneladas e deve ampliar este volume em 60 mil toneladas no próximo ano, com investimento de 87 milhões de dólares.
A unidade na Tailândia vai aproveitar capacidade ociosa de instalação existente da parceira SCG Chemicals, disse o vice-presidente financeiro da Braskem, Pedro Freitas, em apresentação a analistas nesta segunda-feira.
Ele evitou cravar um valor para o investimento da join venture com a SCG, mas lembrou citou os recursos aplicados na ampliação da fábrica de Triunfo (RS), da ordem de 1.500 dólares por tonelada.
A empresa está atualmente vendo detalhes de engenharia da nova unidade. O etanol a ser usado na produção será produzido no Brasil a partir de fontes certificadas isentas de queimadas ou violação de direitos humanos, disse o executivo. “A Tailândia é um dos 10 maiores produtores de etanol do mundo, mas eles ainda queimam a cana…O custo de levar o etanol para a fábrica não inviabiliza o projeto”, afirmou.
A fábrica no sudeste asiático terá um volume de pelo menos 200 mil toneladas, podendo dobrar a capacidade atual do produto, altamente demandando por grandes fabricantes de bens de consumo que assumiram metas de redução de emissões de carbono e cujas matrizes estão na Europa e Ásia.
A Braskem tem meta de elevar a capacidade de produção do PE verde para 1 milhão de toneladas até 2030, o que representa um crescimento anual de 21%.
A empresa começou a produzir plástico a partir de cana em 2010, em Triunfo, mas foi apenas a partir de 2019 que a empresa começou a receber pedidos mais significativos do produto em condições mais condizentes com o investimento, disse Freitas. Segundo ele, a empresa repassa as variações do preço do etanol para os clientes.
A petroquímica afirma que o PE verde a partir de cana é 100% reciclável e que pode ser utilizado nos mesmos equipamentos que processam plástico de origem fóssil, sem exigir investimentos adicionais dos clientes, o que tem ajudado a empresa a vender o produto que por ora tem um custo maior que o convencional.
Segundo o vice-presidente de oleofinas da Braskem para Europa e Ásia, Walmir Soller, 80% da produção é direcionada para as duas regiões. “Não dá para fazer uma comparação (de custo) com fóssil porque quem está buscando o PE verde está buscando alternativa de descarbonização e produto de fontes naturais”, disse o executivo.
Para mensurar o impacto do PE verde, a Braskem afirma que cada tonelada do produto é responsável pela retirada da atmosfera de 3 toneladas de carbono. E como esse carbono fica capturado no plástico, ele não volta para o meio-ambiente com a degradação do material, como acontece com o papel.
Freitas reconhece que a Braskem está atrasada para virar o jogo da percepção dos consumidores sobre o plástico em relação a outras matérias-primas, como papel e aço, mas que a empresa está rapidamente tomando ações para melhorar isso.
A empresa, que tem meta de reduzir suas próprias emissões de carbono em 15% até 2030, citou exemplo de canudos plásticos como tendo pegada de carbono e de consumo de água menor que as de papel e de aço na produção.
Além do aumento da capacidade de plástico verde, a Braskem está investindo na reciclagem do material, um dos maiores problemas da indústria de produtos plásticos. A companhia prevê elevar as vendas de produtos fabricados com recicláveis para 1 milhão de toneladas em 2030, ante 54 mil toneladas estimadas para este ano. Em 2021, as vendas de produtos com material reciclado somaram 22 mil toneladas.
Freitas citou como vitória recente da Braskem nesse trabalho de convencimento a troca de material dos copos de bebidas do Rock in Rio. A organização do evento tinha preferência inicial por papel, mas optou pelos copos de plástico, diante das ações de reciclagem prometidas pela Braskem, disse ele.
Vendas da BMW têm ligeiro recuo no 3º tri
As vendas da BMW tiveram leve queda no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior, após a guerra na Ucrânia e a escassez de suprimentos ter levado a um declínio nas entregas na primeira metade de 2022, disse a montadora alemã nesta segunda-feira.
As vendas da BMW caíram 0,9% em comparação com o mesmo trimestre de 2021, para 587.795 veículos, queda menor do que a observada nos trimestres anteriores, quando os lockdowns na China e a falta de semicondutores pressionaram os números da empresa.
As vendas da BMW na China foram especialmente fortes, com alta de 5,7%, assim como nos Estados Unidos, que registraram um aumento de 3,8%. Na Europa, por outro lado, houve queda de 11,1% no terceiro trimestre.
Nos primeiros nove meses de 2022, a montadora viu um recuo ano a ano de 9,5% nas vendas, para 1,75 milhão de veículos.
A BMW reiterou sua projeção para o ano inteiro de atingindo níveis de vendas ligeiramente abaixo em comparação a 2021.
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