Economia

Fórum Econômico retorna a Davos em meio a risco de ‘policrise’

Conferência é retomada com mais de 2.700 políticos, executivos, investidores, banqueiros e acadêmicos reunidos na próxima semana.

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A elite global se dirige às montanhas com a volta do Fórum Econômico Mundial a Davos durante o inverno europeu pela primeira vez em três anos.

A pandemia e os lockdowns resultantes suspenderam os eventos presenciais de janeiro em 2021 e 2022, mas a conferência agora é retomada com mais de 2.700 políticos, executivos, investidores, banqueiros e acadêmicos reunidos na próxima semana no resort de esqui suíço.

Em suas agendas na 53ª conferência: debater o tema “Cooperação em um Mundo Fragmentado” em vários painéis e coquetéis de festas organizadas por empresas como JPMorgan Chase. Estão programadas até sessões diárias de “mindfulness”.

A wooden sign on the waterfront of Lake Davos in Davos, Switzerland, on Sunday, Jan. 8, 2023. Though it’s perched at an altitude of 1,560 meters, this year’s rare winter heatwave saw the Swiss town of Davos basking in temperatures well above freezing in early January, with its mountainsides covered in dead, brown grass and hikers out with their dogs. Photographer: Francesca Volpi/Bloomberg

Muitos dos convidados já estiveram na cidade mais alta da Europa em maio passado, com a primeira sessão de verão da conferência, mas o fundador do Fórum Econômico Mundial (FEM), Klaus Schwab, trouxe de volta a prática de se reunir em meio à neve – embora com menos neve do que o normal neste ano.

O Fórum acontece em um contexto de várias preocupações, desde a guerra da Rússia na Ucrânia até temores de uma recessão global em meio ao aumento do custo de vida. Além disso, questões relacionadas à mudança climática persistem.

“Temos esse risco de uma policrise emergindo, porque muitas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo”, disse Saadia Zahidi, diretora-gerente do Fórum, em entrevista à Bloomberg Television, acrescentando que os líderes estão “estão possivelmente despreparados” para “este momento crítico”.

Quem vai

O chanceler alemão Olaf Scholz será o único líder do G7 presente. O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, também discursa na conferência.

Pelo menos 100 bilionários devem comparecer a Davos. A maior parte deles vem dos EUA, com Laurence Fink, da BlackRock, e Steve Schwarzman, da Blackstone, entre eles. Bilionários indianos e da Arábia Saudita também chegarão em grande número.

Com a crise do setor de criptoativos, o Fórum tende a receber menos financiadores da nova era do que em maio. A corretora cripto FTX, de Sam Bankman-Fried, chegou a estar entre os parceiros do FEM – não mais. Ainda assim, vários painéis serão dedicados ao futuro das criptoativos e moedas digitais, e um grupo de entusiastas de tokens organizou um “blockchain hub” paralelo que inclui uma galeria de tokens não fungíveis (NFT) dedicada à arte digital.

Cenário econômico

Certamente haverá muita preocupação para compartilhar. O Relatório de Riscos Globais 2023 do FEM, baseado em uma pesquisa do Fórum, mostrou que a ameaça de recessão, a crise do custo de vida e o aumento da dívida dominarão o cenário nos próximos dois anos.

Ainda assim, o inverno europeu com temperaturas mais amenas e a reabertura da China após o fim da política de Covid Zero aumentaram as esperanças dos mercados financeiros de um pouso suave.

Tensão política

A guerra da Rússia na Ucrânia e o futuro do conflito dominarão as discussões políticas.

EUA e China também são desafiados a encontrar uma maneira de navegar juntos enquanto colidem em tópicos como comércio e produção de semicondutores.

Com qual grau de êxito o primeiro-ministro Xi Jinping tem conseguido normalizar a atividade em seu país após os lockdowns da pandemia também será um tópico importante, principalmente por suas repercussões globais.

Pós-pandemia

Os participantes de Davos foram pegos de surpresa no início de 2020, quando o coronavírus começou a se propagar.

Agora, querem aprender lições. Os CEOs da Moderna e da Pfizer falam na conferência, com um painel dedicado à rapidez com que vacinas podem ser criadas em uma próxima pandemia.

O futuro do trabalho também estará presente. A volta ao escritório, o crescente “quiet quitting” no mundo corporativo (fazer o mínimo necessário) bem como a semana de quatro dias estão entre os temas que preocupam executivos.

‘ESG’ e mudança climática

O aquecimento global tem sido um tema recorrente em Davos e, neste ano, não será diferente. Os quatro principais riscos para a próxima década mencionados no relatório desta semana estão diretamente ligados à mudança climática. Todos menos um entre os “Top 10” tinham relação indireta com o planeta em aquecimento.

Preocupações com os padrões ambientais, sociais e de governança (ESG) mais amplas estão presentes na agenda. No entanto, um mercado em baixa, regulamentações mais rigorosas em relação aos padrões e reação política em alguns setores dificultam a abordagem desse tópico em 2023.

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