Economia
Fundadora da startup de bem-estar sexual OneTaste é acusada de abuso
Denúncia traz relatos de manipulação da vítimas de traumas para acumular dívidas.
A fundadora da startup de educação em bem-estar sexual OneTaste foi acusada de envolvimento em uma conspiração de longa data para manipular vítimas de traumas e abusos sexuais anteriores a fornecer trabalho forçado.
A fundadora da OneTaste, Nicole Daedone, que também era CEO da empresa, foi acusada na terça-feira por promotores federais do Brooklyn, Nova York. Rachel Cherwitz, ex-diretora de vendas da OneTaste, também foi acusada.
Segundo a denúncia, Daedone e Cherwitz afirmavam ser capazes de ajudar na recuperação de vítimas de traumas e abusos sexuais passados, mas, em vez disso, manipulavam suas vítimas para acumular dívidas.
“Sob o disfarce de empoderamento e bem-estar, os réus são acusados de buscar controle total sobre a vida de seus funcionários, inclusive levando-os à dívida e direcionando-os a realizar atos sexuais, enquanto também retinham salários”, disse o procurador de Brooklyn, Breon Peace, em comunicado.
Cherwitz foi presa em São Francisco, enquanto Daedone não está sob custódia. James Gatta, advogado que já representou Cherwitz, disse que ela terá uma audiência de detenção na quarta-feira na Califórnia. O advogado de Daedone, Reid Weingarten, não respondeu imediatamente a mensagens de e-mail e de caixa postal em busca de comentário. Se condenadas pela acusação de conspiração, cada mulher pode enfrentar até 20 anos de prisão.
CEO rebate acusações
Em comunicado na terça-feira, a atual CEO da OneTaste, Anjuli Ayer, chamou as acusações contra Daedone e Cherwitz de “totalmente infundadas” e disse: “Permanecemos firmes mesmo enquanto nos comprometemos a nos defender completamente e à prática que transformou nossas vidas, diante de uma campanha instigada pela mídia ao longo de vários anos.”
De aulas de meditação a lares comunitários
Daedone fundou a OneTaste, sediada em São Francisco, em 2004. A empresa oferece cursos de meditação orgástica, ou OM, registrada como marca comercial e comercializada para homens e mulheres como uma forma de ajudá-los a se conectarem com seu desejo e sua sexualidade.
Os cursos variavam desde aulas introdutórias de um dia até retiros intensivos que duravam uma semana ou mais e podiam custar dezenas de milhares de dólares.
Muitos estudantes também pagavam por programas de vários meses que os treinavam para serem instrutores de OM. Alunos avançados e funcionários da empresa frequentemente moravam juntos em residências comunitárias em São Francisco, Nova York e outras cidades.
No auge, na metade da década de 2010, a OneTaste tinha filiais em Nova York, São Francisco, Los Angeles, Londres e outras cidades ao redor do mundo. Cherwitz comandou as operações de vendas da empresa por vários anos. A empresa afirmou ter obtido uma receita
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