Em coletiva de imprensa após leilão de transmissão promovido pela ANeel, Prado afirmou que esses valores fazem parte de estudos que ainda estão em discussão junto ao Ministério de Minas e Energia.
“De 2023 a 2026, o total de investimentos no setor de transmissão vai ser algo aproximado de R$ 96 bilhões, cerca de 169 mil empregos diretos, o que deve gerar de arrecadação ao governo federal algo em torno de R$ 19 bilhões”, acrescentou.
Ainda segundo o presidente da EPE, o governo buscará introduzir nos próximos leilões novas tecnologias para o setor de transmissão, como as ligadas a corrente contínua em alta tensão (“HVDC”).
Leilão de transmissão movimenta R$ 5,5 bilhões
O leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira (31) promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concedeu seis projetos e contratou cerca de R$ 5,5 bilhões em investimentos com deságio médio de 47,98%. Seis grupos foram vitoriosos nos lances.
O fundo de investimento em participações (FIP) Warehouse, do BTG, venceu a disputa pelo maior lote de transmissão de energia, ao ofertar uma receita anual permitida (RAP) de R$ 116,23 milhões, o que representa um deságio de 47,30% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.
A disputa pelo lote 4 contou com 8 grupos habilitados, entre eles as elétricas Engie Brasil, EDP Brasil e Alupar. A Axia Energia (ex-Eletrobras) se habilitou para a concorrência, mas não apresentou proposta.
Com R$ 1,245 bilhão em investimentos estimados, o lote 4 prevê a implantação de linhas de transmissão e uma subestação entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso, visando ampliar a capacidade de transmissão do subsistema Acre-Rondônia.
CPFL arremata lote 3 e Rialma, o projeto 2
A CPFL Energia arrematou o lote 3 de transmissão de energia ao ofertar uma receita anual permitida (RAP) de R$81,16 milhões, o que representa um deságio de 53,93% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.
A proposta do grupo, que tem a chinesa State Grid como acionista, desbancou ofertas de outros cinco grupos, entre eles a Axia Energia (ex-Eletrobras), Engie Brasil e Taesa.
Com R$ 1,07 bilhão em investimentos estimados, o lote 3 prevê a implantação de linhas de transmissão e uma subestação na região Sul, visando atender cargas e aumentar a confiabilidade em localidades do Rio Grande do Sul e Paraná.
Mais cedo, a Rialma Administração e Participações venceu a disputa pelo lote 2 de transmissão do certame, com deságio ofertado de 36,73%, por R$ 85,9 milhões de receita anual permitida. Com R$ 788,6 milhões em investimentos estimados, o projeto envolve a construção de linhas de transmissão entre os Estados da Paraíba, Pernambuco, Maranhão e Piauí.
EDP leva lote 5
A companhia portuguesa EDP arrematou o lote 5 ao ofertar uma receita anual permitida (RAP) de R$38 milhões, o que representa um deságio de 49,18% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.
A disputa pelo lote 5 contou com 12 grupos habilitados, entre eles as elétricas Engie Brasil, Axia Energia (ex-Eletrobras) e Taesa, além do FIP Warehouse, do BTG.
Com R$ 441,5 milhões em investimentos estimados, o lote 5 prevê a implantação de linhas de transmissão e uma subestação em Goiás.
Axia fica com o 6 FIP Shalom arremata o primeiro lote
A Axia Energia (ex-Eletrobras) arrematou dois projetos de transmissão de energia em Minas Gerais ao ofertar um deságio médio de 50,23% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.
Os projetos vencidos pela Axia são os sublotes 6A, por uma receita anual permitida (RAP) de R$43,1 milhões, e 6B, por R$23,74 milhões de receita.
Ao todo, os empreendimentos somam cerca de R$ 825 milhões em investimentos para a implantação em Minas Gerais de compensadores síncronos, equipamentos que visam aumentar a capacidade do sistema de transmissão de energia.
A companhia elétrica desbancou ofertas apresentadas por outros participantes da disputa, como FIP Warehouse, do BTG, CPFL e Engie.
Já o primeiro lote foi arrematado pelo FIP Shalom Multiestratégia ao ofertar uma RAP de R$27,2 milhões, um deságio de 57,51% ante o valor máximo. Com R$ 352 milhões em investimentos estimados, o projeto 1 prevê a implantação de linhas de transmissão entre as cidades de São Paulo e Guarulhos.
