Economia
Para Larry Fink, governos mundiais precisam resolver crise de aposentadorias
Carta anual do CEO da BlackRock diz que demografia vai sobrecarregar sistemas
[Publicado originalmente em 26 de março]
Por Jack Pitcher, The Wall Street Journal
Larry Fink vê uma crise global de aposentadoria se formando.
O executivo-chefe da BlackRock, de 71 anos, diz que o envelhecimento da população está estressando as redes de proteção da aposentadoria, como a Previdência Social, uma questão que deve piorar à medida que avanços médicos, como medicamentos para perda de peso, prolongam a vida das pessoas.
“Como sociedade, concentramos uma enorme quantidade de energia em ajudar as pessoas a viverem vidas mais longas. Mas nem mesmo uma fração desse esforço é gasto ajudando-as a pagar por esses anos extras”, escreveu Fink em sua carta anual aos acionistas.
A BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, com US$ 10 trilhões em ativos, afirma que mais da metade dos ativos que administra são para aposentadoria. Fazer com que mais gente invista no mercado de capitais é fundamental para garantir aposentadorias confortáveis, afirma Fink.
“Nenhuma outra força pode tirar mais pessoas da pobreza ou melhorar a qualidade de vida como o capitalismo”, escreveu.
Fink ofereceu reflexões sobre como melhorar os sistemas de aposentadoria, abordar a dívida nacional e investir na transição energética global em uma carta abrangente que evitou muitos dos assuntos que geraram controvérsia para a BlackRock no passado.
Dois dos maiores desafios econômicos em meados do século XXI serão fornecer aposentadorias seguras e construir a enorme quantidade de infraestrutura que o mundo precisa para digitalização e energia, escreveu Fink, acrescentando que os mercados de capitais serão fundamentais para lidar com ambos.
“Em meus 50 anos de finanças, nunca vi tanta demanda por infraestrutura de energia”, escreveu.
A BlackRock está apostando que os crescentes déficits do governo significam que há uma maior necessidade de financiamento privado para grandes projetos de infraestrutura. A gestora de ativos anunciou recentemente sua maior aquisição em 15 anos — um acordo de US$ 12,5 bilhões para comprar a gestora de fundos Global Infrastructure Partners —, que expandirá consideravelmente sua capacidade de investimento em infraestrutura.
A colossal carteira de fundos de índice da BlackRock faz dela um dos três maiores acionistas da maioria das grandes empresas dos EUA. Como resultado, exerce um poder de voto significativo, embora a carta de Fink tenha destacado o trabalho que a empresa está fazendo para permitir que seus clientes finais escolham como suas ações votarão.
A BlackRock lançou um programa piloto no mês passado que permite que investidores individuais detentores da maior parte de ETFs possam opinar sobre como seus votos por procuração serão dados pela primeira vez.
Em cartas anteriores endereçadas aos CEOs das empresas em que a BlackRock investe, Fink os pressionou a divulgar mais dados sobre os efeitos sociais e ambientais de seus negócios e alertou que a BlackRock pode votar contra conselhos que não o fizerem.
Isso o colocou em uma situação difícil, com críticas de ambos os lados do corredor político. Fink divulgou a carta aos CEOs no ano passado em favor de uma carta aos acionistas da BlackRock e eliminou quaisquer referências a investimentos ambientais, sociais e de governança corporativa politicamente controversos.
Escreva para Jack Pitcher em jack.pitcher@wsj.com
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