Economia

Guedes: ‘Quem pagar dividendo vai pagar mais imposto, quem reinvestir, não’

Para Ministro da Economia é esta a engrenagem que cria empregos

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na sexta-feira (28) que a indústria pode esperar câmbio alto, juro baixo e impostos menores para 2021. Ele reiterou que o governo vai propor a tributação dos lucros e dividendos. “Queremos que os juros continuem baixos para que os investimentos possam ocorrer”, afirmou, durante conferência virtual do Instituto Aço Brasil “A indústria pode esperar câmbio forte, juro baixo e impostos diminuindo.”

O ministro disse que o governo pretende ainda atacar o custo-Brasil e reduzir o custo da energia e de logística. “Quem pagar dividendo vai pagar mais imposto. Quem reinvestir vai pagar menos imposto. Essa engrenagem cria empregos”, afirmou.

Política manda no timing

Guedes reforçou o compromisso do governo com as reformas para garantir uma retomada sustentável. Mas, ponderou que a política é quem dita o ritmo das medidas econômicas.

No evento, ele também defendeu a desvinculação do orçamento, ao se queixar que o governo é pressionado entre um teto e um piso que não para de subir, numa referência a investimentos mínimos obrigatórios. Ele cobrou um pacto federativo que devolva o controle financeiro do País e reafirmou a ideia de retomar a agenda de privatizações.

Nesse contexto, citou Eletrobras, Correios, PPSA e Docas, após repetir que sua equipe trabalha para anunciar três ou quatro grandes privatizações.

“Mas é a política que define o ritmo das reformas”, ponderou Guedes. “A essência da política é decidir para onde vão os recursos públicos”, disse, sem deixar de observar, contudo, que o presidente “dá todo apoio às reformas”.

Durante boa parte de seu discurso, Guedes reforçou o compromisso, que ele diz ser o mesmo do presidente Jair Bolsonaro, de respeito às regras fiscais e ao controle dos gastos no pós-pandemia. “Não podemos rolar a dívida em bola de neve e hipotecar o futuro de filhos e netos.”

Ele também aproveitou para ressaltar indicadores que sugerem aquecimento da atividade econômica, em especial a recuperação de 1 milhão de empregos perdidos durante a pandemia, e sinais de retomada em “V”. “Começou a retomada, os sinais são de aceleração econômica.”

O ministro lembrou que, apesar do impacto da crise, o Brasil não sofreu um grande choque externo, citando que, enquanto as exportações para Argentina, Estados Unidos e Europa caíram, houve aumento dos embarques para a China.

Quanto ao Renda Brasil, programa que, segundo ele, está em estudos finais, adiantou que nenhuma ferramenta será lançada se for insustentável.

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