Economia
Haddad vê 2º semestre desafiador, apesar do 1º merecer “nota 9,5”
O ministro afirmou a necessidade de rever desonerações e do Congresso aprovar medidas na direção correta.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou em evento da XP que tem pela frente um segundo semestre desafiador, dado a quantidade de medidas a serem aprovadas a fim de arrecadar pelo menos R$ 160 bilhões, além de zerar o déficit primário em 2023.
Ainda assim, o ministro disse confiar que o país terminará o ano muito bem, em especial, se o Congresso aprovar medidas na direção correta se esquivando de pautas bombas e populistas. Haddad afirmou ainda que tem havido negociação com o Congresso e que o Legislativo tem sido “parceiro”. No primeiro semestre, foram aprovados o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Por isso, o ministro classificou o período com nota “9,5”, mas acredita que pode virar um “10” até o final do ano.
“O Congresso tem papel chave neste segundo semestre. A bola está com o Congresso, como esteve no começo do ano. Eles entregaram e estamos colhendo os frutos”, disse Hadadd, em referência as medidas que envolvem a recomposição da base tributária.
Segundo ele, o país tem um gasto tributário de 10% do PIB e o governo precisa de 1% deste montante para ajustar as contas públicas. “Mas se reduzirmos em um ponto porcentual esse gasto tributário, já ajusta as contas públicas”, observou.
Taxa de juros
Questionado se a velocidade do corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi razoável, o ministro disse que imaginava haver espaço para cortes de forma mais precoce, “tipo, duas reuniões antes, com cada corte em 025%”. No entanto, Haddad disse entender que cada um trabalha sob um ponto de vista, em referência ao Banco Central.
Aida assim, foi apontado que é necessário que a taxa de juros recue mais, uma vez que com um juro real na casa de 10% “fica muito difícil de o fiscal responder”. O ministro complementou que o país vive um milagre ao responder a um juro tão alto com um crescimento do PIB na casa dos 3%, como foi visto na última sexta-feira (1). “Não tem livro que explique o fenômeno que ocorre na economia brasileira”, disse.
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