Economia

Ibovespa fecha nos 119 mil pontos; dólar termina o dia quase estável

Receios sobre o cenário interno seguem reduzindo volume de negociações.

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O Ibovespa, principal índice da B3, mudou de direção e fechou em alta nesta terça-feira (13), enquanto o dólar terminou o dia em leve queda, em mais um dia volátil para os mercados brasileiros. Operadores têm repetido que, com tantos riscos em volta, o mercado tem evitado elevar posições, o que reduz a liquidez e deixa os negócios mais suscetíveis a vaivém.

O Ibovespa subiu 0,41%, aos 119.297 pontos. Já o dólar recuou 0,08%, a R$ 5,7161. Veja mais cotações.

Investidores seguem movidos por receios sobre o Orçamento de 2021, com o dia marcado ainda por números fortes para a inflação norte-americana. 

O Orçamento deste ano foi aprovado pelo Congresso com uma subestimativa de despesas obrigatórias, como previdenciárias e auxílio-doença, e um incremento dos gastos previstos em emendas parlamentares.

Também no radar está a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso instaure uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19.

Do noticiário desta terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do varejo em fevereiro. As vendas voltaram a subir em fevereiro, após dois meses de perdas e impulsionadas pelo retorno às aulas, mas passam a enfrentar agora a piora da pandemia de Covid-19 e restrições cada vez mais rigorosas.

Cenário externo

No exterior, os preços ao consumidor nos Estados Unidos tiveram a maior alta em mais de oito anos e meio em março, de 0,6%, enquanto o núcleo da inflação acelerou para 0,3%, superando as expectativas em ambos os casos.

O estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel, ponderou que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, deixou clara sua posição em relação a desconsiderar o aumento da inflação ao longo deste trimestre na medida em que a economia recupera.

De olho no câmbio

Mas, apesar da influência do movimento externo para a queda do dólar sobre o real nesta tarde, analistas reiteram que a deterioração do cenário fiscal doméstico é o principal fator a manter o real depreciado.

O real teve o pior desempenho global na segunda-feira, quando o dólar fechou em alta após notícias de que Paulo Guedes e o ministério da Economia, em meio a pressões do Congresso sobre o Orçamento, estariam estudando a criação de uma PEC que abrigue gastos extraordinários, como medidas de apoio a emprego e recursos da Saúde, deixando essas despesas fora do teto de gastos.

Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para América Latina do BNP Paribas, disse nesta terça que a taxa de câmbio continuará vulnerável a choques no curto prazo, em meio a um ambiente de preocupação fiscal e de ruídos políticos.

“O câmbio fica muito ruim, muito suscetível a choques e a ruídos no curto prazo. Mas, à medida que vai entrando a recuperação, outro estágio da economia, a moeda (o real) tende a performar melhor, a voltar um pouco mais para próximo de onde a gente acredita em termos de fundamento”, afirmou.

Destaques da bolsa

GPA (PCAR3) subiu 5,7%, em mais uma sessão de forte valorização, após anunciar na noite da véspera que o seu controlador Casino deu início a processo para potencial aumento de capital da Cdiscount, subsidiária direta da Cnova, na qual o GPA detém 34,17% de participação. A operação pode também incluir uma oferta secundária de ações detidas pelo grupo Casino e suas subsidiárias, entre elas o GPA. Na segunda-feira, antes da divulgação, os papéis subiram 9,79%.

LOJAS AMERICANAS (LAME4) disparou 9,31%, com sua controlada B2W (BTOW3) saltando 8,97%, ambas com volume expressivo. Investidores aguardam a conclusão do estudo referente a uma potencial combinação de negócios entre as companhias anunciada em fevereiro, que analistas avaliam que deve destravar valor. Até a véspera, Lojas Americanas acumulava queda de 15,3% no ano e B2W recuava 16,3%.

Já a Eneva (ENEV3) despencou 7,09%, após avançar mais de 8% desde o começo do mês, sendo que apenas na véspera fechou em alta de 4,6%. O pregão teve leilão de venda dos papéis da companhia de energia, representativos de 1,34% do capital, por integrante do conselho de administração da empresa. De acordo com um fonte do mercado, esse integrante foi o BTG Pactual, que até então possuía 22,89% da Eneva.

BRADESCO PN (BBDC4) cedeu 0,86% e ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) perdeu 0,04%, corrigindo valorização relevante na véspera, dado o cenário fiscal ainda preocupante e a fraca retomada da economia brasileira, além de receios permanentes de aumento na tributação no setor ou com efeito nos bancos. No ano, esses papéis recuam 5,67% e 12,74%, respectivamente

Bolsas globais

O índice S&P 500 fechou em outra máxima recorde nesta terça-feira e o índice Nasdaq avançou conforme investidores afastavam preocupações com a suspensão da distribuição da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson e a forte inflação dos EUA.

  • O Dow Jones caiu 0,2%, para 33.677,27 pontos
  • S&P 500 ganhou 0,33%, para 4.141,59 pontos
  • Nasdaq valorizou-se 1,05%, para 13.996,10 pontos.

As ações europeias tiveram ligeira alta nesta terça-feira e permaneceram próximas de recordes recentes, com reação limitada do mercado a dados de inflação nos Estados Unidos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,02%, a 6.890,49 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,13%, a 15.234,36 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,36%, a 6.184,10 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,59%, a 24.600,35 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,09%, a 8.525,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,20%, a 4.996,66 pontos.

O mercado acionário da China teve queda, ampliando as perdas para o terceiro dia diante da fraqueza nos setores financeiro e de consumo discricionário, com dados robustos de comércio ampliando as preocupações dos investidores de que as autoridades podem começar a apertar a política monetária.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,72%, a 29.751 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,15%, a 28.497 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,48%, a 3.396 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,16%, a 4.939 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,07%, a 3.169 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,21%, a 16.824 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,44%, a 3.187 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,04%, a 6.976 pontos.

(*Com informações da Reuters)

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