Economia
Inflação deve desacelerar no mundo em 2023, mas PIB global também deve cair
Brasil ficou na sétima taxa mais baixa do ranking de inflação do G20.
As projeções de inflação no mundo em 2023 mostram uma tendência de desaceleração, o que deve trazer alívio após a alta no ano passado. No entanto, o crescimento da economia global também deve desacelerar este ano, segundo a previsão de órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial.
Apesar de um cenário ainda incerto agora, as projeções tendem a ser mais otimistas no longo prazo, porque “com horizontes mais distantes é possível supor que haverão alternativas a situações críticas de curto prazo”. É o que defende Sillas Cezar, professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), sobre o cenário da economia global.
De acordo com o relatório de outubro do Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação mundial deve ser de 6,5% em 2023 e de 4,1% em 2024, o que pode ser um alívio na comparação com os 8,8% projetados para 2022.
Quanto ao ranking mundial do indicador, no ano passado, entre os países integrantes do G20, a Argentina foi a economia que teve o maior nível de inflação, com alta de 94,8%, segundo dados coletados do Trading Economics.
Na sequência, veio Turquia e Rússia, com elevação de 64,27% e 11,9%, respectivamente. Os últimos colocados foram China, Arábia Saudita e Japão, com alta de 1,8%, 3,3% e 4%, na ordem mencionada. Já o Brasil ficou na sétima taxa mais baixa do ranking de inflação do G20.
Inflação e PIB
Sabe-se também que o nível de inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) estão diretamente ligados, uma vez que preços muito altos podem atrapalhar o crescimento, assim como um nível muito elevado de crescimento pode gerar outros problemas.
“O crescimento muito acelerado pode gerar alguns problemas como maior degradação do meio ambiente, desigualdade social e inflação”, explica o professor.
O PIB da economia global tem previsão de alta de 2,7% em 2023, segundo a projeção de outubro do FMI. No entanto, um relatório de janeiro do Banco Mundial trouxe outra previsão de crescimento, de 1,7% em 2023 e 2,7% em 2024.
O professor acrescenta que a taxa de crescimento média de 2% ao ano é o “suficiente para manter crescente os níveis de inovação, a produtividade e, consequentemente, da riqueza sem maiores consequências”. No contrário, ela é baixa.
Desse modo, deve haver esforços específicos para conter a inflação, além de o crescimento não pode ser alto nem baixo demais, para que não surjam novos problemas e não aconteçam retrocessos, segundo o professor.
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